Central do Brasil

Não tenho costume de andar de trem, mas de quando em vez o faço para vivenciar algumas particularidades únicas que esse transporte reserva.
Outro dia voltando de Engenho de dentro peguei o trem e como de costume já comecei a fazer todas as preces protetoras para que tudo desse certo e que eu chegasse bem na central, afinal de contas era feriado aquele dia e ainda tinha muita coisa pra fazer.
O trem estava meio cheio e logo que entrei acabara de vagar um lugar ao lado de uma moça que estava toda entretida a conversar com uma outra senhora que a nossa frente estava.
Me acomodei e comecei a observar todo o cenário que estava a minha volta. Tinha uma adolescente com um bebê no colo, idosos com olhar de melancolia, moças, rapazes... Tinha vendedores dos mais variados, um cara pintado de prata pedindo dinheiro, um deficiente visual com uma criança também pedindo dinheiro, pessoas em pé pensando na vida ou sabe Deus lá o que.
De repente no meio dessas observações fui tomado de súbito pela conversa que as duas senhoras do início estavam tendo, impelido de continuar observando pelo alto tom que elas imprimiam, afim de que eu também entrasse no assunto.
Como não tive reação alguma elas continuaram e eu dessa vez quis ouvi-las tão somente ouvir embora quisesse muito dizer algumas coisas.
A conversa era a seguinte:
- Tenho muitos amigos que são homossexuais, mas eu não concordo com nada disso. Desde de que o mundo é mundo é homem e mulher e é isso que eu acredito.
- É verdade, eu concordo com você. Inclusive estou até preocupada com a extinção da nossa espécie por tudo isso!!!
- Hoje em dia está tudo mudado, as crianças já não obedecem aos pais, já não querem fazer mais nada
- Isso tem sido tão difícil, na minha época não era assim.
- Pra você vê, eu criei minha filha sozinha, sou separada e como minhas amigas eu não quero mais estar com ninguém, só os namoridos.
- Eu também, mas você sabe que eu tenho medo de gostar dessa situação.
Nisso o trem chegou no seu destino final, levantei-me e fiquei olhando para ver as duas saírem e a conversa tão empolgante continuar. Quem as viram conversar poderia jurar que eram amigas desde criança.
Pois bem, a porta se abriu e cada uma foi para um lado como se nunca tivessem se visto ou tão pouco se falado. As presas como todos os outros elas saíram e se quer olharam para trás a fim de verem as lamuriações que ali ficaram e o retrato da realidade que as  aguardavam na volta pra casa no fim do dia.

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