Maria Quitéria - Heroína baiana, brasileira



Ao iniciar-se a Guerra de Independência, na Bahia, assentou praça no exército. Formou uma companhia feminina, que se destacou na luta contra os portugueses, quando estes pretenderam desembarcar junto à foz do rio Paraguaçu. Terminada a guerra, foi condecorada por D. Pedro I (Pedro IV de Portugal) com a insígnia de cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro. Recebeu também soldo de alferes de linha. Maria Quitéria é homenageada por uma medalha militar e por uma comenda com o seu nome, na Câmara Municipal de Salvador, BA. Do mesmo modo, a Câmara Municipal de Feira de Santana instituiu a Comenda Maria Quitéria, para distinguir personalidades com reconhecida contribuição à municipalidade, e ergueu-lhe um monumento na cidade, no cruzamento da avenida Maria Quitéria com a Getúlio Vargas. A sua iconografia mais conhecida é um retrato de corpo inteiro, pintado por Domenico Failutti c. 1920. Presenteado pela Câmara Municipal de Cachoeira, integra atualmente o acervo do Museu Paulista, em São Paulo. Por Decreto da Presidência da República, datado de 28 de Junho de 1996, Maria Quitéria foi reconhecida como Patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. A sua imagem encontra-se em todos os quartéis, estabelecimentos e repartições militares da Arma, por determinação ministerial.
Mulher bonita, altiva e de traços marcantes, Maria Quitéria montava, caçava e manejava armas de fogo. Tornou-se soldado em 1822, quando o Recôncavo Baiano lutava contra os portugueses a favor da consolidação da independência do Brasil. O historiador Bernardino José de Souza, autor de Heroínas Baianas, explica que no dia 6 de Setembro daquele ano, instalou-se na Vila de Cachoeira, a 80 km da Serra da Agulha, local onde morava a família de Maria Quitéria, o Conselho Interino do Governo da Província. O Conselho defendia o movimento pró-independência da Bahia e visava obter adesões voluntárias para suas tropas. Maria Quitéria mostrou-se interessada em se alistar, mas foi advertida pelo pai de que mulheres não vão à guerra. Ela então fugiu e, ajudada por sua irmã Teresa, cortou os cabelos, vestiu a farda de seu cunhado e ainda tomou emprestado seu sobrenome, Medeiros. Ingressou no Regimento de Artilharia onde permaneceu até ser descoberta, semanas depois. Foi então transferida para o Batalhão dos Periquitos e à sua farda foi acrescentado um saiote.
Sua bravura e habilidade no manejo das armas foram destaques desde o começo de sua vida militar. No combate da Pituba, em Fevereiro de 1823, atacou uma trincheira inimiga e fez vários prisioneiros. Em Abril do mesmo ano, na barra do Paraguaçu, ao lado de outras mulheres e com água na altura dos seios, avançou contra uma barca portuguesa impedindo o desembarque dos adversários. Em Julho seguinte, quando o Exército Libertador entrou na cidade de Salvador, foi saudada e homenageada pela população. No dia 20 de Agosto foi recebida, no Rio de Janeiro, pelo imperador D. Pedro, que lhe ofereceu a Condecoração de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro e um soldo de alferes de linha. Maria Quitéria aproveitou a ocasião para pedir a D. Pedro uma carta solicitando ao pai que a perdoasse. Retornou à fazenda Serra da Agulha e, meses depois, casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, com quem teve uma única filha, Luísa Maria da Conceição.
No dia 20 de Agosto foi recebida no Rio de Janeiro pelo Imperador em pessoa, que a condecorou com a Imperial Ordem do Cruzeiro, no grau de Cavaleiro, com seguinte pronunciamento:
"Querendo conceder a D. Maria Quitéria de Jesus o distintivo que assinala os Serviços Militares que com denodo raro, entre as mais do seu sexo, prestara à Causa da Independência deste Império, na porfiosa restauração da Capital da Bahia, hei de permitir-lhe o uso da insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro".
Além da comenda, foi promovida a Alferes de Linha, posto em que se reformou, tendo aproveitado a ocasião para pedir ao Imperador uma carta solicitando ao pai que a perdoasse por sua desobediência.
Perdoada pelo pai, Maria Quitéria casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, o antigo namorado, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição.
Viúva, mudou-se para Feira de Santana em 1835, onde tentou receber a parte que lhe cabia na herança pelo falecimento do pai no ano anterior. Desistindo do inventário, devido à morosidade da Justiça, mudou-se com a filha para Salvador, nas imediações de onde veio a falecer aos 61 anos de idade, quase cega, no anonimato. Desconhece-se o local de seu túmulo.

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal

Livro de Visitas do Portal CEN - "Cá Estamos Nós"

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