Fazer o melhor apenas porque não haveria mesmo diferença, porque hospitais e escolas continuariam quebrados do mesmo jeito? Acredito que seja melhor pensar se fazer este "melhor" resultará em algo melhor! Depois destas enfadonhas olimpíadas acontecerá alguma mágica que nos fará acordar em um Brasil melhor... ou continuaremos com nossas escolas e hospitais quebrados, e com um desemprego avassalador, que inclusive se multiplicará ainda mais nos próximos meses? O governo do Estado do Rio de Janeiro não paga mais os seus funcionários direito - só pressionado pela Justiça -, decretou "estado de calamidade", admite que está à beira de um colapso sem precedentes em saúde, educação, segurança e mobilidade; e mesmo assim fez questão de sediar esta olimpíada cara, cuja única façanha foi, ironicamente, a sua abertura, que quanto mais arrojada foi, mais representou um lamentável contraponto à situação real do país e do Rio de Janeiro. Não vejo, portanto, motivos para se regozijar, sequer se orgulhar de ter oferecido ao mundo esta recepção estratosférica. É o tipo de coisa que mencionar não ajuda nada, só piora. A verdade é que nada, nenhuma justificativa pode superar o interesse público, principalmente se este interesse diz respeito a uma situação que se apresente caótica, como de fato está. Dizer que antes o Estado do Rio poderia ter assinado este compromisso, que a situação piorou recentemente, é uma grande tolice! Desde quando, em qual momento de sua história recente o Brasil ou o Estado do Rio de Janeiro poderiam se isentar de seus compromissos, tiveram alguma condição econômica extra ou deveriam gastar tanto para sediar eventos desta magnitude? Nunca!! Exceto se fosse a "Olimpíada da Vergonha" ou a "Copa do Mundo da Corrupção"!