Empresas e comércio sofrem com a falta de segurança

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Sabemos que a crescente violência atinge diretamente a integridade física e psicológica do cidadão. O medo está predominando e 2017 já desponta com a péssima perspectiva que o ruim ainda pode piorar. Em pouco mais de 20 dias do novo ano já foram quase um policial morto por dia, comprovando o avanço da criminalidade.

O perímetro urbano está ameaçado tanto nas áreas mais humildes quanto nas chamadas regiões nobres, como Copacabana, coração da Zona Sul. Esse descontrole tem feito com que empresas e comércio, já impactados pela crise econômica, paguem um alto preço pela insegurança, tirando-lhes ainda mais o poder financeiro para girar a roda e gerar mão de obra.

Exemplo disso são as próprias empresas de ônibus. Segundo a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) nos últimos três anos mais de 150 veículos sofreram ataques. Somente em 2016 foram 43 ônibus atacados de forma criminosa. A média dos últimos 12 meses é de um veículo inutilizado a cada oito dias e a estimativa para a reposição da frota ultrapassa os R$ 20 milhões. Considerando apenas a linha 474 (Jacaré-Copacabana), mais de 330 ônibus foram depredados, causando um prejuízo de R$ 700 mil. Num momento de crise, inegavelmente, são cifras que abalam fortemente o fluxo de caixa de qualquer empresa.

Há por parte de alguns, um pensamento equivocado que o dono do próprio negócio é um algoz em relação à população. Pelo contrário. São esses empreendedores que geram empregos, movimentam a economia e contribuem significativamente para o crescimento dos estados e do país como um todo. Para se ter ideia, segundo o Sebrae, as micro e pequenas empresas representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Dados do IBGE apontam que das 1.647 empresas do comércio no país, 96,3% são de pequeno e médio porte, responsáveis por 53,5% dos empregos gerados.

E não para por aí, são inúmeros os estabelecimentos que arcam com um investimento em segurança privada e equipamentos eletrônicos. Um custo que poderia ser investido em mercadorias, treinamentos e contratação, potencializando o crescimento do negócio e a geração de mais vagas.

Pensar em segurança pública contempla também a garantia da proteção das instituições privadas que, heroicamente, lutam para manter suas portas abertas, contribuindo com o crescimento do país.

* Advogado Criminalista