Depois da tempestade, o dilúvio

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Quase três anos se passaram desde que 'Aético', o Neves, comunicou ao país, logo após ser derrotado nas urnas, que a Presidenta Dilma Rousseff não governaria, e que entraria com pedido de impeachment no dia seguinte.
O país estava dividido naquele momento, o Partido dos Trabalhadores estava descontente com Dilma e ela com algumas lideranças do partido. Algo estava errado, a Presidenta resistia em ouvir e, ao mesmo tempo, não sinalizava que poderia governar como havia até então.
Problemas internos do partido causaram descontentamento em parte da militância. Mesmo assim a Presidenta Dilma foi reeleita e o partido respirava ares com prognósticos mais congregadores.
A democracia é assim, respeita-se a vontade popular, faz-se oposição, mas nunca podemos levantar a mão para seu rosto. Uma condição tão difícil de se conquistar não pode sofrer pela vaidade de uma minoria vingativa.
Pois bem, os dezesseis meses seguintes ao segundo turno de 2014 foram de guerra contra as instituições, trincheiras foram montadas na Câmara e no Senado para tornar o governo ingovernável, uma estratégia para que a mídia, com todo o seu poder formador de opinião, pudesse transformar Dilma e o PT em 'inimigos' do povo.
E assim foi. Nasceram ali os vulgarmente chamados de coxinhas, paneleiros e patos. A classe média 'vítima' das conquistas do governo popular de Lula e Dilma; aquela parcela da população que não se conformava em ter que dividir, principalmente, vagas em estacionamento, cadeiras universitárias e fila de check-in em aeroporto.
Os desdobramentos do GOLPE estão aí, desde a queda de oito ministros por corrupção, em menos de um ano, passando pelas declarações misóginas do GOLPISTA Michel Fora Temer; pelo fiasco da inauguração usurpada da transposição do 'Velho Chico'; pela entrega do Pré-Sal; retirada de conquistas dos jovens nas universidades; o absurdo da reforma da previdência; o atentado às Leis Trabalhistas, e muito, muito mais do pior.
Personagens pós-GOLPE também estão por aí como perverso produto de uma sociedade egoísta e racista.

Ricardo Mezavila,
É escritor