Bizarrice de um deputado estadual

I

O deputado estadual gaúcho, Gilmar Sossella (PDT), protocolou, dia 11, o documento que propõe que a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa tome as providências necessárias a fim de declarar os Senhores Ronaldo de Assis Moreira, conhecido como Ronaldinho Gaúcho, e seu irmão e empresário Roberto de Assis Moreira, persona non grata no Rio Grande do Sul. E tudo porque o Ronaldinho preferiu o Flamengo ao Grêmio.
Com todo o respeito ao deputado e à sua vida pública, não é por essa forma que se pretende educar uma sociedade e preservar a cultura gaúcha. Revanchismo não faz parte de povos civilizados. E eu fico a imaginar até que ponto vai a extravagância conservadorista e provinciana desse parlamentar. Como considerar "persona non grata" a família Moreira, que recolhe impostos ao Estado com os investimentos imobiliários que aí possui e cujas contribuições vão pagar justamente as benesses públicas dos senhores parlamentares? Ora, o deputado está indiretamente provocando a agressividade pública contra cidadãos. E isso é inaceitável. Vivemos em pleno século 21, e será que a crucificação de Cristo ainda não serviu de exemplo negativo aos acusadores irresponsáveis? Vamos devagar com o andor, deputado! Não confunda alhos por bugalhos. Não traga ao Parlamento problemas de foro particular e clubístico. Não seja ridículo perante o Brasil. Ostente a bandeira do Rio Grande com altivez, sem picuinhas domésticas. O senhor não pode falar em nome do povo gaúcho para defender o glorioso Grêmio Futebol Clube. E como ficam os torcedores do Internacional? Eles concordam com essa moção de repúdio estapafúrdia?

II

"SOS Rondônia"

Fala-se das grandes conquistas do governo Lula, do novo Brasil. Mas isso é verdade? Ou uma farsa dos institutos de pesquisas? Será que o mundo exterior conhece a realidade brasileira, por exemplo, dos serviços públicos de saúde? Essa imagem negativa o governo soube maquiar com muita maestria. Passou oito anos sem corrigir erros passados e cometendo os mesmos deslizes com o serviço público de saúde. Não deu exemplo de retidão ao continuar desviando a finalidade sagrada da CPMF. Se tivesse destinado 100% dos recursos dessa contribuição provisória para a saúde pública brasileira, o país não estaria passando vergonha de não poder atender com dignidade humana às camadas mais necessitadas da população. Não queremos nova CPMF, queremos correção de caráter dos senhores políticos. Queremos austeridade com os gastos públicos. Queremos que sejam cumpridos integralmente os ditames constitucionais com os direitos dos cidadãos: educação, saúde etc., porque dinheiro o país tem.

Revolta-me ao assistir agora, no jornal da TV Globo, o quadro deprimente dos hospitais públicos de Porto Velho, em Rondônia. Pessoas sendo tratadas como coisas, deitadas no chão, sem a dignidade de poder curar as suas enfermidades. Hospitais sucateados. Sujos. Uma total falta de respeito humano com os mais necessitados. E o governo federal o que fez em oito anos? Mas todos os políticos e governos têm Plano de Saúde, pagos pelos contribuintes. Que país é este, de muitas mentiras, em que a realidade brasileira é outra? A rigor, cada brasileiro descamisado, que não tem amparo público de saúde, deveria acionar o Estado por não cumprir integralmente a sua função social. Não adiantam megaprojetos governamentais sem que os fins sociais sejam primeiro atendidos. Não dói no coração dos governantes e políticos, da agora presidente Dilma Rousseff, ver todo esse caos na saúde pública brasileira? Se os senhores estivessem nessa situação, quais seriam as suas reações?

III

"Bondade social"

Projeto enviado pelo governo do Rio Grande do Sul à Assembléia Legislativa sobre anistia do pagamento de pequenas dívidas de agricultores gaúchos beneficia 43 mil famílias, ou seja, 150 mil pessoas. É um escândalo!

O rombo financeiro estadual, de muitos anos, sanado por Yeda Crusius em quatro anos de governo, agora começa a ser reaberto pela "BONDADE SOCIAL", de pura esperteza política do comunista Tarso Genro, já visando a obter dividendos eleitoreiros futuros, ou pagando dívidas de promessas de campanha.

O Tesouro Estadual não é casa da mãe Joana! Não é propriedade de político! O governador Tarso Genro (PT) tem que ter postura de administrador público e cuidar muito bem dos créditos a receber de quem quer que seja o devedor estadual. Por acaso, o senhor governador, ao administrar o seu patrimônio particular, costuma ter essa generosidade demagógica com os seus devedores? Administrar a fazenda pública com seriedade e responsabilidade, senhor governador, não é diferente do zelo que o senhor certamente sabe dispensar à sua casa ou ao seu patrimônio familiar.

Dívidas financeiras de terceiros a favor do Erário Estadual, quaisquer que sejam os seus valores, devem ser resgatadas na forma da lei. Equivoca-se o governante ao privilegiar cidadãos em detrimento dos demais. De acordo com a nossa Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, logo não pode haver privilégio entre classes ou devedores. Perdoar pequenas dívidas de agricultores, por força do lobby de representantes políticos do PT, é dar continuidade ao viciado sistema de clientelismo, que tanto tem denegrido a imagem de seriedade dos políticos brasileiros. A fazenda pública não é propriedade de político. Não foi para remir dívidas de ninguém que o contribuinte continua sendo esfolado com alta carga tributária. Devagar com o andor...


Julio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC

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