Portfólios são ferramentas que podem melhorar o ensino

professores Portfólios são ferramentas que podem melhorar o ensino Estudo acompanhou educadores em escolas de Carapicuíba, em São Paulo.
Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Educação (FE) da USP sugere a utilização de portfólios como um instrumento de pesquisa e reflexão dos professores. “Não se trata apenas de uma pasta para guardar atividades, mas sim de uma ferramenta que o educador tem para enxergar melhor seu ensino”, diz o professor de artes Antonio Costa Andrade Filho, autor do estudo. Para Andrade, os portfólios, que podem conter exercícios, fotos, gráficos de rendimento e mapas de aprendizagem, são um espaço diferenciado para o docente, que, na sua visão, “não deve ser apenas um executor de projetos, mas sim autor de suas próprias aulas e discussões”.
A pesquisa O Uso de Portfólios na Formação do Professor Reflexivo-Pesquisador, orientada pela professora Heloísa Dupas Penteado, foi realizada entre 2007 e 2009, acompanhando 15 professores do ensino fundamental II em três escolas de Carapicuíba, município da Grande São Paulo em cuja Oficina Pedagógica Andrade é professor coordenador. Em cada escola, os responsáveis pelas disciplinas Língua Portuguesa, Artes, Geografia, História e Educação Física foram acompanhados por Andrade. “Fizemos o estudo com professores que já faziam portfólios previamente, mas apenas para armazenamento das atividades”, diz.

Três movimentos

No começo da pesquisa, como já dito, os portfólios eram usados apenas como arquivo. “Não havia seleção ou reflexão sobre os trabalhos utilizados”, diz Andrade, que nomeia essa fase do projeto como linear. Durante o desenvolvimento da pesquisa, após as primeiras orientações, os professores passaram a pensar mais sobre suas aulas. Nos momentos finais do trabalho, porém, o pesquisador explica que “tudo passa a ser uma situação de pesquisa. Qualquer ambiente pode ser estudado dentro do ensino, e o professor passará a construir conhecimento sobre um todo”, em um momento que ele próprio classifica como rizomático.
De acordo com depoimentos dos professores, a prática surtiu efeito. “Eles indicaram que houve mais interesse por parte dos alunos nas aulas. Uma ideia que foi bastante interessante foram os concursos de redação e fotografia, fazendo com que os professores utilizassem novos recursos em sala e os alunos quisessem participar das atividades”, diz o pesquisador.
Andrade avalia que sua iniciativa possa ser estendida a todos os professores da rede pública. “Tratam-se de profissionais que têm pouca condição de pesquisar e planejar suas aulas, devido às condições desfavoráveis, como salários baixos e muito trabalho”. Ele ainda completa que seria possível a adoção de iniciativas como essa em larga escala. “É necessário que as secretarias valorizem seus recursos humanos, algo que não é caro. É também preciso que se tenha espaço para o pesquisador entrar nas escolas e tentar ajudar os docentes”. Entretanto, Andrade afirma que não se trata de um trabalho fácil: “não é possível fazer um trabalho apenas em quatro horas de orientação – temos de passar pelo menos nove meses acompanhando os educadores”.

Portfólios online

No decorrer do trabalho, Andrade deparou-se com uma grande dificuldade. “Os coordenadores, que são as pessoas que dão o aval para a pesquisa nas escolas, foram dispensados em todas as escolas de Carapicuíba. Assim, foi difícil travar um contato mais próximo com alguns profissionais”. Ele mesmo conta, porém, que esse problema deu origem a uma ideia muito sadia: “sugeri aos professores que criassem um blog, no qual registrassem seus planos de ensino, métodos de aula e algumas atividades, como se fosse um portfólio online”.
“Foi um trabalho interessante, mas que precisou de muita adaptação”, diz Andrade. Segundo ele, muitos professores não sabiam o que eram blogs, nem como lidar com a linguagem informática necessária. “Ensinamos os docentes a ter um e-mail, fazer uma postagem e editar um texto no blog”, completa. Ele ainda ressalta que a experiência modificou o caráter da pesquisa: “os blogs abriram a possibilidade de os professores observarem e opinarem sobre as práticas de aula dos outros, o que foi algo enriquecedor”.

* Publicado originalmente no site da Agência USP.

(Agência USP)

 

publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS