Bolloré inaugura sua nova fábrica de ônibus 100% elétricos

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Des employés travaillent à la confection d'un BlueBus, l'autobus électrique du groupe Bolloré, le 15 janvier dans sa nouvelle usine d'Ergue-Gaberic.

Forrações brancas no piso, corredores rutilantes e luzes brancas: parecia que estávamos em um hospital. Todavia, estamos na nova fábrica dos "Bluebus" (ônibus azuis), do Grupo Bolloré, em Ergué-Gaberic, próximo de Quimper. Neste 15 de janeiro, o grupo industrial francês inaugurou sua nova unidade de construção dos ônibus de 12 metros, totalmente elétricos, que podem transportar até 100 passageiros, dos quais a RATP (empresa responsável pelos transportes públicos em Paris e arredores) já encomendou os 23 primeiros exemplares para sua linha 341 em Ile de France.

Um ano e quase um dia após a inauguração, pelo Primeiro Ministro Manuel Valls da ala ao lado, onde são montados os ônibus de 6 metros, bem como os bondes elétricos que operam sem trilhos ou catenárias, foi o Ministro da Economia, Emmanuel Macron, que esteve na Bretanha para saudar o crescimento de um grupo multiforme, ativo na logística, nos transportes, na mídia e na energia. Em 2014, o  Grupo Bolloré teve um montante de negócios de 10,6 bilhões de euros e um resultado operacional de 650 milhões. O grupo emprega 11.500 pessoas na França e mais de 55.000 no mundo.

Homenagem e apoio

"Vocês estão provando que produzir na França é uma vocação de futuro", declarou o ministro numa homenagem ao industrial Emmanuel Macron, muito aplaudido por um auditório de políticos locais, empreendedores bretões, quadros e técnicos do grupo, antigos trabalhadores das fábricas de papel da família e de alguns amigos de infância do empresário, enumerando as qualidades que ele vê em Vincent Bolloré, acrescentando que ele é um desses empreendedores dos quais "a França tem necessidade". O acaso determinou que Emmanuel Macron percorresse essas linhas de montagem de veículos "emissão zero" no amanhecer do dia em que a Renault perdeu mais de 2 bilhões de euros de seu valor de bolsa porque seus motores violaram as normas de emissão do CO2 e de óxidos de nitrogênio.

A fábrica que ocupa uma área de 5.000 m2 e representa um investimento de 40 milhões de euros em 2015 e 2016 e poderá produzir 200 Bluebus por ano, gerando empregos para 150 assalariados em dois turnos. É formada por dez postos onde são montados, sobre um chassis metálico, as rodas, o motor, o piso, a cobertura, o parabrisa, a cabine do motorista, os assentos dos passageiros, sem esquecer, é óbvio, as baterias. Trata-se de blocos de baterias de Lítio Metal Polímero (LMP), pesando cada um 300 kg com uma potência de 30 kW.

3 bilhões investidos

Um auto-ônibus em Paris é equipado com apenas um desses blocos, ao passo que os novos ônibus  utilizam 8. Sua autonomia é de 180 a 250 km e as baterias são recarregadas a cada 5 horas. As baterias LMP com as quais o grupo começou a trabalhar há 22 anos, investindo mais tarde, segundo Vincent Bolloré, 3 bilhões de euros, são fabricadas no mesmo local, em Ergué-Gaberic. Bolloré é o único construtor que usa a tecnologia LMP. Os outros, inclusive a estrela californiana Tesla, utilizam as baterias de íons de lítio.

A primeira questão da nova fábrica é entregar os 23 ônibus pedidos pela RATP depois de uma convocação para licitação europeia para a linha 341 entre o Aeroporto Charles de Gaulle e a Porta de Clignancurt, ou pouco mais de 30 km ida e volta. "Esta será a primeira linha 100% elétrica e será uma primeira linha europeia de uma frota deste porte", assegurou a presidente da RATP, Élisabeth Borne, presente à inauguração. Todavia, na alça de mira do Grupo Bolloré estão, sobretudo, as licitações que a RATP vai fazer em 2017 para converter daqui a 2025 toda a sua frota de 4.500 veículos em Ile de France. Outros construtores participarão, como o francês Heuliez Bus, o espanhol Irizar, o polonês Solaris e o chinês Yutong, associado ao francês Dietrich Carebuas. "Entretanto, a comparação com os demais será muito convincente", acrescentou Élisabeth Borne.

A chegada dos Bluebus ao mercado internacional é determinante para o retorno do investimento do Grupo Bolloré. 90% do mercado é formado por veículos de 12 metros, cuja maioria atual funciona a diesel. Ora, a lei de transição energética, em vigor desde julho de 2015, prevê que os transportadores públicos devem ter, em suas frotas, ao menos 50% dos ônibus e outros, veículos de baixa emissão a partir de 2020 e depois em sua totalidade a partir de 2025.

 Serge Michel 
(Ergué-Gabéric, enviado especial) 
Chefe de  reportagem

Tradução: Argemiro Pertence


LE MONDE ECONOMIE -  16.01.2016 

Bolloré inaugure sa nouvelle usine de bus 100 % électriques

Tapis bleu au sol, allées rutilantes et lumières blanches : on se croirait dans le hall d’un hôpital. Mais c’est la nouvelle unité de fabrication des « Bluebus » du groupe Bolloré, à Ergué-Gaberic, à côté de Quimper. Ce 15 janvier, le groupe industriel français y a inauguré sa nouvelle unité de construction de bus de 12 mètres, entièrement électriques et pouvant transporter jusqu’à 100 passagers, dont la RATP a commandé les 23 premiers exemplaires pour sa ligne 341 en Ile deFrance.

Un an presque jour pour jour après l’inauguration par le premier ministre Manuel Valls de la halle connexe, où sont assemblés les bus de 6 mètres ainsi qu’un tram électrique fonctionnant sans rail ni caténaire, c’est le ministre de l’économie, Emmanuel Macron, qui est venu en Bretagne saluer les développements d’un groupe protéiforme, actif dans la logistique, les transports, les médias ou l’énergie. En 2014, le groupe Bolloré a affiché un chiffre d’affaires de 10,6 milliards d’euros pour un résultat opérationnel de 650 millions. Il emploie 11 500 personnes en France et plus de 55 000 dans le monde.

Hommage appuyé

« Vous prouvez que produire en France est une vocation d’avenir », a déclaré le ministre dans un hommage appuyé à l’industriel. Emmanuel Macon, très applaudi par une salle d’élus locaux, d’entrepreneurs bretons, de cadres et techniciens du groupe, d’anciens ouvriers des papeteries de la famille et de quelques amis d’enfance du patron, a énuméré les qualités qu’il perçoit chez Vincent Bolloré en ajoutant qu’il était de ces entrepreneurs « dont la France a besoin ». Le hasard a voulu qu’Emmanuel Macron parcoure ces lignes de montage de véhicules « zéro émission » au lendemain de la journée qui a vu Renault perdre plus de 2 milliards d’euros de valeur boursière en raison de dépassement par ses moteurs des normes d’émission de CO2 et d’oxydes d’azote.
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L’usine, d’une surface de 5 000 m2 et représentant un investissement de 40 millions d’euros sur 2015 et 2016, pourra produire 200 Bluebus par an et emploiera à terme 150 salariés en deux équipes. Elle est formée d’une dizaine de postes où sont montés, au fur et à mesure, sur une carcasse métallique, les roues, le moteur, le plancher, le pavillon (toit), le pare-brise, la cabine du conducteur et les sièges des passagers, sans oublier, bien sûr, les batteries. Il s’agit de blocs de batteries Lithium Metal Polymère (LMP) pesant chacun 300 kg et d’une puissance de 30 kilowatts.

3 milliards investis

Une Autolib, à Paris, est équipée d’un seul de ces blocs, alors que les bus en embarquent huit. Leur autonomie est ainsi de 180 à 250 km et les batteries se rechargent en 5 heures. Les batteries LMP, sur lesquelles le groupe a commencé à travailler il y a 22 ans en y investissant depuis, selon Vincent Bolloré, 3 milliards d’euros, sont produites sur le même site d’Ergué-Gaberic. Bolloré est le seul constructeur à utiliser une technologie LMP. Les autres, y compris la star californienne Tesla, ne jurent que par les batteries Ion Lithium.
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Le premier enjeu de la nouvelle usine est de livrer les 23 bus commandés par la RATP après un appel d’offres européen pour la ligne 341 entre Charles Gaulle-Etoile et Porte de Clignancourt, un peu plus de 30 km aller-retour. « Ce sera la première ligne 100 % électrique et ce sera une première européenne sur une flotte de cette taille », a assuré la présidente de la RATP Élisabeth Borne, présente à l’inauguration. Mais dans la ligne de mire du groupe Bolloré, il y a surtout les appels d’offres que la RATP va lancer en 2017 pour convertir d’ici 2025 l’ensemble de sa flotte d’Ile de France, 4 500 véhicules. D’autres constructeurs seront sur les rangs, comme le Français Heuliez Bus, l’espagnol Irizar, le Polonais Solaris ou le Chinois Yutong, associé au Français Dietrich Carebus. « Mais la comparaison avec les autres était assez convaincante », a ajouté Élisabeth Borne.
L’arrivée du Bluebus sur le marché international est déterminante pour le retour sur investissement du groupe Bolloré. 90 % du marché est constitué par des véhicules de 12 mètres, dont la très grande majorité fonctionne aujourd’hui au diesel. Or la loi sur la transition énergétique, adoptée en juillet 2015, prévoit que les transporteurs publics doivent avoir, dans leurs flottes, au moins 50 % de bus et de cars à faible émission à compter de 2020, puis en totalité à partir de 2025.

 Serge Michel (Ergué-Gabéric, envoyé spécial) 
Grand reporter