Índia: G.N Saibaba libertado sob fiança

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O Comitê para a Defesa e Libertação do Dr. GN Saibaba emitiu comunicado saudando a libertação sob fiança em 4 de abril após passar mais de três meses e meio encarcerado.

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Saibaba, destacado ativista em defesa dos direitos do povo

GN Saibaba é um proeminente intelectual democrático, incansável ativista em defesa dos direitos dos povos e foi sequestrado por agentes das forças de repressão em 9 de maio do ano passado em sua residência, na Universidade de Delhi, onde leciona. Conforme denunciamos reiteradas vezes nas páginas do AND, o professor Saibaba tem 90% de limitações nos movimentos de seu corpo em decorrência da poliomielite e sua saúde se deteriorava acelerada e gravemente na masmorra em que era mantido encarcerado em completo isolamento, denominada “célula Anda”.

“QUERIAM ME MATAR SILENCIOSAMENTE”

Em entrevista concedida após sua libertação ao jornal indiano The Hindu, GN Saibaba  declarou: “Parece que eles [governo e polícia] queriam me matar silenciosamente através das minhas próprias doenças. Eles podem não ter me derrubado, mas eles queriam me matar deste modo”.

Quando perguntado por que o governo o persegue, ele afirmou: “Eles têm medo do meu ativismo. Eles disseram repetidamente que o governo estava sofrendo constrangimento devido a minha luta, especialmente sobre a questão dos adivasis [povos tribais]. Recebi ameaças por causa disso, antes mesmo da minha prisão. Foi-me dito claramente que seria preso se não parasse”.

VIGOR E DECISÃO RENOVADOS

Através de uma carta, o professor Saibaba agradeceu aos advogados que atuaram em sua defesa, aos professores, estudantes e ativistas que organizaram o comitê para sua defesa e libertação, aos intelectuais, organizações democráticas e revolucionárias, escritores, ativistas dos direitos democráticos, ativistas dos direitos dos deficientes, ativistas culturais, jornalistas e muitos outros que lutaram por sua libertação e pela libertação de outros ativistas.

Saibaba declarou que, na prisão, recebeu as notícias sobre as várias campanhas realizadas em todo o mundo pela sua libertação. “Isso me deu a força mental e força de vontade para combater e resistir as condições brutais e desumanas a que eu era submetido. Eu pessoalmente não conheço muitas das pessoas que me apoiaram e que foram às ruas protestar contra a violação dos meus direitos democráticos. Humildemente agradeço esse apoio generalizado”.

“Agora, mais do que nunca em nossa história, enfrentamos ataques sem precedentes contra todas as formas de direitos e liberdades democráticas. Nossas lutas, portanto, não devem cessar com a liberação de alguns indivíduos, mas devem se opor a todas as formas de injustiça, opressão e exploração. Centenas de milhares de adivasis estão sendo removidos violentamente de suas casas e florestas, enfrentando a repressão brutal do velho Estado e muitos deles permanecem na prisão, sem representação legal adequada e sob acusações muito frágeis. Devemos sair em apoio dessas camadas mais pobres e vulneráveis da nossa população. Devemos também ter como objetivo nos libertarmos da prisão maior, que nos obriga a viver sob os grilhões do feudalismo Brahmanical e do fascismo.

Como alguém que tem sido um ativista dos direitos democráticos em toda a minha vida, posso dizer, com confiança, que nos dias que estão por vir, essas lutas continuarão com vigor e decisão renovados”.