Teste nuclear norte-coreano: 16 vezes mais potente que a bomba de Hiroshima

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De acordo com o site especializado 38 North da Universidade Johns Hopkins de Washington, o teste nuclear de 3 de setembro último liberou uma potência avaliada em mais de 250 quilotons.

O ensaio nuclear norte-coreano de 3 de setembro último liberou uma potência de 250 kt (quilotons), ou seja, mais de 16 vezes a da bomba atômica de Hiroshima, confirmaram nesta quarta-feira, 13 de setembro, experts americanos, indicando um aumento significativo em relação às estimativas anteriores.

Pyongyang afirmou que o artefato testado há 10 dias era uma bomba H suficientemente pequena para ser montada em um míssil. Este sexto teste nuclear levou à votação no Conselho de Segurança da ONU de uma oitava resolução de sanções contra a Coreia do Norte. Pyongyang logo denunciou essa resolução como "ilegal e maléfica" e prometeu pisar no acelerador de seus programas militares em resposta a essa nova leva de sanções.

O Instituto Geológico dos EUA (USGS) havia registrado durante esse teste um abalo sísmico de magnitude 6,3. A Organização do Tratado de Proibição Total dos Testes Nucleares (CTBTO, em inglês) e a agência norueguesa NORSAR reavaliaram seu número anterior de 6,1.

Em consequência, o site especializado 38 North, da Universidade Johns Hopkins de Washington, anunciou que revisou para cima sua avaliação anterior da potência da explosão, informando o número de "cerca de 250 quilotons". O artefato seria, portanto, 16 vezes mais potente que a bomba americana de 15 quilotons que arrasou Hiroshima em 1945.

O temor de novos ensaios subterrâneos

"Esta elevada potência explosiva está igualmente próxima da que o site 38 North tinha anteriormente previsto como sendo a capacidade máxima do site de testes de Punggye-ri", afirma o site.

As estimativas oficiais da potência da explosão de 3 de setembro têm variado grandemente, de 50 quilotons, em Seul, a 160, no Japão. O site 38 North tinha calculado anteriormente um número superior a 100 quilotons.
Os responsáveis americanos têm, por seu turno, divulgado que continuam tentando verificar se o que ocorreu foi um teste com uma bomba H, informando que nesse estágio, "a afirmação norte-coreana segundo a qual se tratava de uma bomba de hidrogênio é coerente".

A acreditar no site 38 North, as imagens de satélite tomadas na última sexta-feira, cinco dias após o teste, mostram novas atividades junto aos portais de outros túneis do site de ensaios de Punggye-ri. Aparecem claramente caminhões estacionados, caçambas e outros equipamentos. "Os trabalhos no local poderiam agora se concentrar na preparação desses túneis tendo em vista testes subterrâneos", informa o site.

Para saber mais: http://www.lemonde.fr/asie-pacifique/article/2017/09/13/l-essai-nucleaire-nord-coreen-16-fois-plus-puissant-que-celui-d-hiroshima_5184684_3216.html#Z2yi6j24bFo765Wy.99

Tradução: Argemiro Pertence