A crise não é socioambiental, é civilizatória

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Nos tempos difíceis, quando recursos estão ameaçados, é que nossas forças e utopias são testadas. aparentemente, tudo indica que conseguimos pular o muro dos limites que a natureza interpõe a todas as espécies, mas para que? Para explorar e destruir melhor o Planeta, como se fôssemos um tipo de praga planetária, que come até o último recurso? ou a consciência e inteligência, aparentemente mais evoluída em nossa espécie, conseguirá nos salvar do fim destinados a todas as pragas?

Não nascemos humanistas ou democratas. Estas são utopias e invenções humanas, construídas dura e cotidianamente e, assim como acontece com a lua, quando pára de crescer começa a diminuir. O preço de sermos livres da natureza é a eterna vigilância.

Sem nossa consciência e inteligência, não produziremos cultura humana e então voltaremos a ser regulados pela natureza, onde sobreviver é a ordem do dia.

No mundo natural, não existe nada que impeça ao vencedor praticar canibalismo ou infanticídio contra os perdedores, assegurando assim que só seus genes irão prosperar. É assim com diversas espécies, de felídeos a primatas. Ou de usar o corpo de outras espécies para depositar os ovos cujos filhotes comerão o hospedeiro de dentro para a fora, como acontece entre vespas. Ou invadir e ocupar territórios para assegurar mais recursos, como acontece em todas as demais espécies, sem importar se sobrará recursos para outros. Simples assim, esta é a regra. Os mais fortes engolem os mais fracos.

E entre nós, humanos?

A parceira e colaboradora da Rebia, Amyra El Khalili, analisa em seu artigo como estamos lidando com nossa humanidade. Aponta falhas e indica caminhos de solução. O que chama de ‘fi nanceirização’ não mais é que a velha agiotagem protegida por regras e governos, onde uma pequena parcela da espécie humana chegou ao topo da cadeia alimentar e faz de tudo para permanecer lá, doa a quem doer. E dói. Existem saída? Sim, aponta a autora, então vale a pena ler e saber do final

*escritor e jornalista, fundou a rebia - rede brasileira de informação ambiental (rebia.org.br), e edita deste janeiro de 1996 a revista do meio ambiente (que substituiu o Jornal do meio ambiente), e o Portal do meio ambiente (portaldomeioambiente.org.br). em 1999, recebeu no Japão o Prêmio global 500 da OBNU para o meio ambiente e, em 2003, o Prêmio verde das américas.