Mordaça na mídia brasileira

É extremamente vergonhoso o comportamento da mídia brasileira.

 

Tempos atrás O GLOBO e o JORNAL DO BRASIL publicaram na primeira página, no mesmo dia, a mesmíssima fotografia do ex-ministro Palocci com o pé engessado devido a contusão do futebol de fim de semana. Fotografia esta comprada de uma “agência internacional”. Sei que estes dois veículos tem excelentes profissionais em seus departamentos de fotografias (visitei o de O GLOBO com o então Diretor Erno Schineider e o do JB, com o Olavo Rufino). Mancada imperdoável destes jornalões.
Existe aqui no Brasil um terrível e infame esquema de alienação da nossa população imposto pela mídia. Nossa gente é impedida de pensar... De noite, depois do árduo trabalho, em casa, comem - quando tem o que comer - com o prato no colo vendo novelas ocas que não são comentadas no dia seguinte. Sentem vergonha de dizer que vêem novelas, as quais, os temas principais são mau-caratismo e rico casando com pobre ou vice-versa. Quanto aos filmes, todos são de fabricação americana. Alienantes, violentos ou pró USA. Filmes este reprisados diversas vezes e apresentados como inéditos. A TV aberta não nos permite ver filmes cult europeus, orientais, etc...! Temos acesso somente ao lixo americano. Quanto aos “programas”, é muito complicado comentar... Escreverei somente sobre os mais vistos. Aliás, toda a grade de programação é caracterizada pela imbecilidade e alienação. A “Turma do Didi” é pra débil mental ver... Luciano Huck é vendedor de Funk. O tal de Faustão – apresentador extremamente mal educado, pois não deixa ninguém falar – é o maior vendedor brasileiro de música de qualidade duvidosa. Todos os seus convidados já “venderam milhões de discos”. Seu programa não transmite um pingo de cultura. O músico Lulu Santos chamou-o de mal educado, ao vivo, em rede nacional. “Deus me livre de pensar quando estou cantando...”.
Quanto ao “Big Brother” a melhor definição é de autoria do grande ator global José Wilker: “É indigência cultural...!”. Faturam milhões e milhões com meia dúzia de grandes patrocinadores, e mais milhões, com milhões de espectadores que pagam ligações telefônicas para votar em quem vai para o paredão, quem será o líder, quais roupas deverão usar... Somente em um dos “paredões” do “BB 7” foram 55 milhões de ligações telefônicas. Os participantes deste troço mal sabem falar o nosso idioma. Os termos mais usados são: “caraca” ( que significa secreção nasal ressequida) e “tipo assim...”. As mulheres mais bonitas, quando saem do tal programa vão direto posar nuas para revistas masculinas. Todos viram “celebridades instantâneas”...? Meu filho, Pedro Henrique, 12 anos, disse-me o seguinte: “Paaaiiieee! Quero ver o “Big Brother!” e eu: “Esta merda não entra aqui em casa!!!”. E ele: “A tia Vivi e muito culta. É psicóloga. Ela comprou um pacote que dá direito a várias câmaras exclusivas e tem também acesso ao microfone de cada participante”. Terminei o assunto afirmando que “quem não agüenta pensar tem que se alienar”. A emissora do Sílvio Santos “SS”? não presta! Só tira dinheiro do povo com jogatinas e carnês... Canal sem caráter, apoiou todos os desgovernos. Lembram-se de “A Hora do Presidente”? Existem alguns bons programas na TV brasileira que a grande massa não tem acesso. São transmitidos de madrugada.
Quase todos os domingos, quando o meu povão está em casa, a TV aberta transmite futebol. Bahia X Juventude de Passo Fundo, em rede nacional. Eu não agüento...
Quanto às emissoras do “Bispo Macedo”...? Tomam dinheiro da nossa pobre gente, prometendo “cura e salvação”. Curandeirismo é crime!!! Este grupelho está bilionário. São detentores de uma poderosa bancada na Câmara Federal. Deputados estaduais, prefeitos e até mesmo governadores.
Voltando a falar em música, passei minha juventude escutando, obrigatoriamente, músicas em inglês sem entender patavinas deste idioma, na época. No período da ditadura militar brasileira, os americanos proibiram a entrada de músicas universais no meu Brasil. Só dava lixo... Adoro música italiana, francesa, espanhola, e até mesmo africana. Deliro com Jazz & Blues. Quanto aos filmes passados em cinema, 100% eram americanos. Depois, deixaram passar uma lei no congresso que obrigavam os cinemas a incluírem em sua programação 10% de filmes brasileiros...
Os americanos invadiram o Afeganistão com a finalidade de prender Bin Laden e seu grupo, “responsáveis” pelo atentado de 11 de setembro nas torres gêmeas. Mataram dezenas de milhares de civis (terroristas?) e não prenderam o ex-agente da CIA. A CIA. recrutou Ossama como agente, na época em que a Rússia invadiu este pais, para ajudar a expulsa-los do território Afegão. Não prenderam Bin Laden e a mídia brasileira nunca mais tocou neste assunto. Todos nós conhecemos um bêbado inteligente... O daqui da minha área afirma o seguinte: “Foram os próprios americanos que derrubaram as torres gêmeas. Ficaram com o Afeganistão e ainda faturam dois bilhões de dólares por ano com a venda do ‘principal produto de exportação’ deste pais...!(risos...)”.
Quanto ao Iraque, a mídia brasileira é totalmente pró Estados Unidos. Ou melhor, os americanos controlam a imprensa brasileira. Todos os dias entram em nossas casas informações de que “terroristas”, “rebeldes” ou “insurgentes” iraquianos detonaram bombas, matando civis e soldados da “coalizão”. Os iraquianos não são terroristas, rebeldes ou insurgentes. São verdadeiros heróis da resistência. O “Belzebush” invadiu o Iraque sem autorização da ONU, usando como justificativa o “perigo das armas nucleares” nunca encontradas..., quando todos nós sabíamos que o objetivo era o petróleo. Mataram mais de 50 mil civis e ainda expuseram os corpos dos filhos do Sadan em público. Depois, um governo ilegítimo alçado ao poder pelos americanos, resolveu enforcar o líder iraquiano. Quem são os verdadeiros “terrorista”...?
No início deste novo século, contávamos com 217 países no mundo. Diariamente só temos informações de quatro ou cinco países. E todas as emissoras de televisão mostram as mesmíssimas imagens em seus telejornais, imagens estas, da tal “agência internacional”. Penso que acontece o mesmo em todos os países da América Latina. A TV Globo tem um correspondente em Israel para defender os judeus e falar mal dos palestinos. Tem outra na Itália, que na verdade é porta-voz do Vaticano, na Inglaterra, USA, França... Sempre a mesma coisa. Desastres, “atentados”, elogios ao governo Americano e sua “coalizão”, nascimento de um bichinho em extinção... Bichinho...? Que merda de notícia é esta...? Somente no nosso país 95% da população vive abaixo do nível das miséria. Minha gente é que está em extinção. O que dizer do restante da “A Maricas Latrina”...?
Bem menos do 1% da nossa população tem acesso a mídia impressa. O maior jornalão não imprime 1 milhão de exemplares, diariamente. Nossa população beira 200 milhões de famintos e “indigentes culturais”.
Justiça seja feita, temos muitos profissionais honrados na imprensa brasileira que não são censurados. Quantos leitores saboreiam diariamente o Jânio de Freitas na Folha de S. Paulo; Fausto Wolff & Augusto Nunes no JB...? Cem, duzentos mil...? Se profissionais do naipe dos acima citados tivessem espaço no “Jornal Nacional” o nosso Brasil seria outro...!!!
Reproduzo abaixo, declaração do falecido “economista” Mário Henrique Simonsen.
"No dia em que eles descerem os morros do Rio, famintos e desnorteados, como soldados abandonados por seus generais, eles tomarão conta da cidade, da zona sul, e as classes médias e ricas serão prisioneiras de suas próprias avarezas e descuidos com os mais pobres. Será como um exército de centuriões romanos, de olhos arregalados, famélicos, entorpecidos e desesperados, tentando a última conquista antes da morte..."
(Mário Henrique Simonsen, ex-ministro da Fazenda do governo militar do general Ernesto Geisel nos anos 70 do século passado, em entrevista à revista Veja em 1986).
Enfim, solicito aos leitores deste texto que comente-o, enviando subsídios ou que discordem, provando que estou errado.

* Luciano Moojen Chaves é marchand, especializado em Marketing Cultural pela Cândido Mendes de Ipanema e filho do falecido poeta e jornalista Ovídio Chaves, que foi preso e torturado por “crime de Opinião”, quando exercia sua profissão na Rádio Nacional (maior veículo de comunicação do Brasil, na época do golpe militar de 1964).

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www.naiveartplace.cjb.net

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