Cidadão

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Oi!!!
Você   aí  cidadão...
No  estômago,  nada...
Cadê  o  pão ?
Nada   no  coração,  nada  nas  mãos
só  calos  de  trabalhos  sem  remuneração.
Procuras  o  que  fazer, um  emprego, um  achego ?
Que   desassosego!!!
Roupa  nenhuma,  nenhuma  esperança
mágoas na  alma  de  duras  lembranças
Sem amor,  sem tostão, sem  tesão.
Caminha  por  nossas  ruas,  este  cidadão.
Sem  alegria    nem   simpatia,   com  os  pés  desnudos  no  chão
Pensa, procura, resmunga, rasura,  muita  amargura
no  peito  do  cidadão.
Ja  se  foi  a  dignidade
Ja  não  sabe  bem  o  que  quer
Se   e´trabalho  ou  esmola, ou  o  olhar  de  uma  mulher
Se  sente  fome  ou  se  come
O  ânimo   ja   não  se   faz
A  vergonha  ja  se  perdeu,  se  foi...
Caminhando   andrajoso,  por  muitos  evitados
Por  outros   penalizado
La  vai   ele  coitado, de  contra o  vento ,  contra  tudo
Cansado  em  busca  de  sobrevivência
O  pobre  não  tem  paciência,  só  quer  comer,   amar  ,  dormir  ,  um  lar
Ora  se  faz  de  surdo,  de  mudo
Quando  fala  ninguém   ouve
Continua  o  cidadão,  com  um  fio  de esperança
A procura  de  pão, amor ,  calor  , gratidão
Desculpe-me  desconhecido,  por não  me  lembrar  de  ti
Mas  ao  correr   para vida  com  o  nosso  egoísmo
Tropeçamos, desviamos,esbarramos  mas  nem  te  olhamos
Por  que  você  não  é  ,  você  não  tem,  você  Ninguém... 
 
(Sônia Samira Kally)

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