A rosa dos ventos dos lamentos racionais

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Barbas brancas sobre a face da noite
Ofuscam o brilho dos faróis da esperança;
Olhos perdidos na abóbada celeste do norte
Por onde caem as gotas do pesar indecente
A cair por entre os escombros da morte
Em meio as explosões do imperioso sonho demente!
São as mesmas lágrimas que movimentam a revolta das águas do leste;
Clamor das ondas devastando as terras áridas de vida
A sufocar os gritos da insanidade inocente.
O pranto dos mares: evapora-se , emudece-se , Cala-se!
Acima do reino dos famigerados do sul
Miseráveis frutos dos campos amargos dos desvalidos;
Infame arquitetura dos projetos de seca!
E tu que já derrubaste muros,
Ergueste edifícios,
Desvendaste o segredo da vida,
Aventurando-se nos limites do espaço infinito,
Permaneces imóvel no ponto áureo da direção do oeste!
De pé ante a estátua dos cavaleiros de bronze;
Buscas o reluzido brilho perdido
Enquanto contemplas os raios de outrora!
Simplesmente ali ressecaste tuas vistas;
E apenas permites que a chuva escorra,
Suavemente, por dentre as cicatrizes do teu rosto de choro.

Publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - Volume 57 - Julho de 2009