A monotonia da civilização do dinheiro

Nada mais cansativo que viver a história de um tempo em que os mesmos fatos se repetem com uma freqüência irritante. Acabamos de assistir a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, sob o pretexto de apreender de armas de destruição em massa e combate ao terrorismo. Sabemos todos hoje que nada disto é verdadeiro. A invasão ao Iraque deu-se por conta da necessidade, por parte dos EUA, de ter controle sobre as imensas reservas de petróleo disponíveis naquele país, bem como ameaçar o vizinho Irã, por sua recusa em se alinhar com o Ocidente, sendo este também, por coincidência, dono de reservas petrolíferas consideráveis.

O panorama do Oriente Médio, afora a invasão, é também monótono. A região que produz 25% do petróleo consumido no mundo prima pela existência de pseudo-estados, dirigidos por pseudo-governos e habitado por pseudo-cidadãos. A Arábia Saudita, os Emirados e o Kuwait transbordam em bilhões e bilhões de euros e dólares esbanjados por elites e realezas passivas ante os interesses das corporações globais do petróleo, totalmente sem compromisso com suas sociedades que vagam pelos areais das margens do Golfo Pérsico recolhendo migalhas que sobram dos banquetes monárquicos.

Não bastasse o tumulto causado ao povo iraquiano, os EUA prosseguem em sua monótona caminhada belicista na região. Após o desmembramento da União Soviética, nos anos 90 do século passado, ampliou-se bastante a atividade de proselitismo capitalista dos norte-americanos dirigida a países recém-formados, especialmente na região do Mar Cáspio. Uma das presas fáceis desta atividade foi a Geórgia, ex-república soviética, carente de infra-estrutura e politicamente frágil naquele momento.

Ocorre que a região em torno do Mar Cáspio foi também brindada com uma das mais formidáveis reservas de hidrocarbonetos do planeta. Sob suas águas – por vezes ultra-profundas, estima-se  que  haja em torno de 160 bilhões de barris a serem extraídos, o
suficiente  para  um  longo  período  de prosperidade e muito mais do que o
necessário para reorganizar a dinâmica da geopolítica global.

Pois foi justamente nesta região que os EUA se envolveram, agora de forma mais evidente, ao armar, treinar e financiar as forças armadas georgianas e incentivar seu governo para um ataque à sua ex-província, a Ossétia do Sul, cuja autonomia em relação à Geórgia foi declarada em 1991, embora jamais reconhecida por esta.

Porém, que importância tem a Ossétia do Sul em todo este imbroglio? Em função da posição geográfica do Cáspio e de suas áreas produtoras, toda a produção dali deve escoar por dutos terrestres até algum porto marítimo de onde então seguiria para os mercados que o demandam. Uma das rotas mais viáveis, que já está projetada, é a que liga a região de Baku, no Azerbaijão até o porto de Ceihan, na Turquia – à beira do Mediterrâneo - é a que passa pela Ossétia do Sul e pela Geórgia. O controle da Ossétia do Sul pela Geórgia, apoiada pelos EUA, soou aos ouvidos dos dirigentes do Kremlin como uma provocação. Seria demais para os russos terem nas suas barbas a presença de títeres dos EUA dando as cartas sobre a exportação de petróleo do Cáspio e das regiões meridionais da própria Rússia para a Europa Ocidental.

Como os russos aceitam tacitamente o controle norte-americano no Golfo Pérsico, eles decidiram que não aceitariam algo similar junto à sua fronteira.

E a história se repete monotonamente...
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