A Terra está se aquecendo ou se resfriando?

Não se pode questionar que os níveis de CO2 e outros gases que produzem o efeito-estufa têm aumentado de maneira acelerada a partir da Revolução Industrial que teve início no século 18. É inegável que o homem tem usado de modo descontrolado os recursos naturais do planeta. É muito claro o desperdício de energia especialmente no mundo ocidental desenvolvido. Têm sido lançadas imensas quantidades de resíduos da atividade humana não só na atmosfera, mas também nos rios, lagos e mares, destruindo e matando parcelas consideráveis dos ecossistemas.

Contudo, não se deve ignorar que o clima da Terra está sujeito a variações ao longo do tempo em função de variações na órbita em torno do sol e da inclinação do eixo de rotação, sendo que, de acordo com considerável número de cientistas, o planeta está quase no auge de um período de aquecimento que sempre ocorre após cada período de resfriamento ou glaciação e que estes são ciclos naturais do planeta.

A Ciência admite que o aquecimento está acontecendo independentemente da vontade humana, mas há claros indícios de que, no caso atual, o homem está acelerando o processo natural, com sua atividade e interferência. O resultado desta interferência é desconhecido

A Ciência também admite que os períodos de glaciação são o estado normal de nosso planeta e que estes duram aproximadamente 100.000 anos. Os períodos interglaciais, ou seja, os períodos de tempo entre uma glaciação e outra, são períodos de exceção, que duram aproximadamente de 10.000 a 12.000 anos. A última idade do gelo ou glaciação terminou há cerca de 12.000 anos e nesse período, ocorreu toda a história da existência humana ou a história do “homo sapiens” como o conhecemos hoje. Isto implica afirmar que o atual período interglacial é diferente dos anteriores, pois neste o planeta está sendo vítima da ação humana.

Um dado relacionado às glaciações é o aumento da atividade vulcânica no fundo dos mares e nas placas continentais, os quais lançam grande volume de gases em consequência da fusão das rochas em altas temperaturas. O CO2 e o SO2 são os principais gases resultantes dessas reações e contribuem sobremaneira para o efeito-estufa.

A intensificação do efeito-estufa, quando se dá de forma natural, é um fenômeno que aumenta a temperatura média do planeta. Este aumento resulta no derretimento dos gelos glaciais, que contribuem para o aumento do nível médio dos oceanos, associado à própria expansão dos oceanos, causada diretamente pelo aumento da temperatura das águas. A área coberta pelas águas dos oceanos também aumenta, bem como a taxa de evaporação da água dos oceanos. Tudo isso é resultante de um processo de retroalimentação que é comum acontecer nos períodos interglaciais.

É claro que o processo de glaciação não retira a responsabilidade dos países industrializados, culpados pelas elevadas taxas de emissão de CO2 para o meio ambiente, em razão da implantação de um sistema econômico predatório. A responsabilidade a eles atribuída pelo aquecimento global é um fato comprovado por cientistas de diferentes partes do mundo. Os países em desenvolvimento ou “emergentes” querem expor esta tese em Copenhague, mas almejam, sobretudo, conscientizar os mais desenvolvidos e ricos sobre a necessidade urgente de que haja mudanças de atitude e de comportamento nas relações sociais, políticas, econômicas, culturais, no consumo e nos padrões de desenvolvimento daqueles países. Só assim poderão, todos, discutir o futuro do planeta.

Por seu turno, os emergentes precisam com seriedade rever seu conceito de “progresso”. Até aqui, “progresso” tem sido ligado à industrialização não importando a forma que esta assuma. Doravante, este conceito precisa ser reavaliado para eliminar indústrias predadoras do meio ambiente com a siderurgia, a petrolífera, a petroquímica, a cimenteira, a metalúrgica a de papel e celulose e outras. A palavra de ordem tem de passar a ser “reciclar”