Belo Monte contraria também as leis da Física e as regras da boa engenharia

A principal variável da qual depende a energia elétrica gerada por uma usina hidrelétrica é a diferença de cotas entre o nível do reservatório e a cota de entrada das turbinas (o “h” na figura 1) que representa a energia potencial da água represada. Este valor independe da área inundada pelo reservatório. A figura 1 abaixo exemplifica dois casos em que o valor de “h” é a mesmo para duas situações extremas de áreas inundadas (“A” e “B”).

Na situação “A” temos uma imensa área inundada e na situação “B” temos uma área inundada bem menor, para um mesmo valor de “h” e uma mesma capacidade de geração de energia, dado que a energia potencial da água represada é a mesma.

É nesta altura que entra o trabalho de geógrafos, geólogos, engenheiros e outros profissionais capacitados para localizar, estudar e projetar represas que otimizem a relação entre capacidade de geração elétrica e as dimensões da área alagada, deixando de lado as questões políticas e reduzindo ao máximo o impacto ambiental.

Alagar áreas planas como é o caso de Belo Monte e de outras duas usinas atualmente em construção no curso do rio Madeira demonstram claramente que a opção adotada foi a indicada na situação “A” da figura 1.


Figura 1

Um outro dado a ser considerado é a distância entre as fontes geradoras e os pontos de consumo. Toda corrente elétrica que percorre um condutor produz neste um grau de aquecimento (o chamado Efeito Joule) proporcional à distância entre os dois pontos – geração e consumo. Construir imensas usinas geradoras na região norte para atender preferencialmente o consumo das regiões sudeste e sul implica em desconsiderar um dos princípios básicos da Física.
O Sistema Elétrico brasileiro apresenta perdas técnicas da ordem de 15%. São perdas da ordem de 54 milhões de MWh (ou 54 bilhões de quilovates-hora) que ocorrem desde a eletricidade que é gerada nas usinas, passando pelas linhas de transmissão e redes de distribuição até chegar na tomada do consumidor final.
Se o Brasil adotar um índice de perdas de 6%, considerado como padrão internacional, o sistema elétrico teria um acréscimo de disponibilidade de energia elétrica de 33 milhões de MWh, equivalente ao que produz durante um ano uma usina hidrelétrica de 6500 MW de potência instalada (ou mais da metade de Usina de Itaipu, que possui 12.600MW).
Os custos necessários para promover esta redução das perdas consistem basicamente no melhor isolamento nas linhas e na substituição de equipamentos antigos ou defeituosos, como os transformadores. Ações que não estão sendo feitas na frequência e na amplitude que a atual situação exige. Elas representam custos muito menores do que os investimentos para  a construção de novas usinas.

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