Nosso futuro em termos de energia

Energia significa maior produção industrial, maior facilidade de transporte e maior conforto doméstico. O século 20 foi marcado pelo crescimento da oferta de energia para a sociedade humana de forma extremamente desigual.

Neste início do século 21 surge uma tendência à redução da desigualdade, porém ainda permanecem as marcantes diferenças no consumo de energia entre diferentes áreas do globo terrestre. A tabela a seguir merece uma análise:

Consumo de energia (kWh/hab)

Ano

1990

2008

r (%)

EUA

89,02

87,22

-2,0

União Europeia

40,24

40,82

1,4

Oriente Medio

19,42

34,77

79,1

China

8,84

18,61

110,5

América Latina

11,28

14,42

27,8

África

7,09

7,79

9,8

Índia

4,42

6,28

42,1





Media mundial

19,42

21,28

9,6

Fonte: Agência Internacional de Energia (AIE)

Da tabela acima temos que, enquanto as chamadas “economias desenvolvidas” apresentam evidente estagnação ou mesmo um recuo no consumo de energia, observa-se importante crescimento deste mesmo consumo nos chamados “países emergentes”, com visível destaque para a China e para a Índia, países cuja população atual supera a casa de um bilhão de habitantes.

A lamentar, todavia, é que, a matriz energética em ambos os casos ainda é altamente dependente de combustíveis fósseis – petróleo, gás natural e carvão – insumos geradores de energia e também de alto poder de agressão ambiental, além de apresentarem rendimentos muito baixos nas suas aplicações.

Cabe-nos esperar que esses dois gigantes em franco crescimento façam progressivamente sua opção pelas fontes de energia renováveis e não agressivas. Neste particular, a China nos parece mais evoluída, já que, mesmo com uma demanda três vezes superior à da Índia, já inclui em sua matriz energética algo próximo de 13% para as fontes de energia renováveis, ao passo que Índia ainda não alcançou os 7%.

Em adição, vale também crer que esses países tenham aprendido com o fracasso dos grandes países do Ocidente na gestão dos recursos energéticos do planeta. As grandes economias ocidentais basearam seu consumo de energia no petróleo importado, além de darem indevida ênfase ao transporte individual, especialmente nos Estados Unidos. Nestes países, o automóvel particular, além de um meio de transporte de muito baixa eficiência energética, assumiu também ares de símbolo, ao conferir aos seus proprietários o status de pessoa bem-sucedida aos olhos da sociedade.

Desde a aurora da humanidade o uso de energia tem sido uma constante na vida de homens e mulheres. O que se espera doravante, após tanto tempo, é que o ser humano passe a usar a energia a seu alcance de forma mais inteligente, econômica e respeitosa.