Laerte Braga em foco

Um pouco de histórias da ditadura. Um grande número de oficiais das três armas sentia-se revoltado com os chamados serviços de inteligência e repressão, que ganharam força de tal ordem que muitas vezes o parecer de um sargento valia mais que o de um capitão, ou major, ou coronel. Sargentos usados na repressão tinham ordens para andar sem farda, deixar cabelos crescer para se infiltrarem nos movime...ntos e dentro dos quartéis fiscalizavam oficiais. Ou seja, a hierarquia, um dos argumentos usados no golpe de 1964 foi para o espaço. O general Ernesto Geisel, por exemplo, logo nos dias seguintes ao golpe andou frequentando listas de oficiais que seriam passados à reserva. Foi chefe de gabinete militar do governo Goulart, no parlamentarismo, gabinete Tancredo Neves. Foi salvo pelo próprio Castelo, então presidente, por Golbery, criador do SNI e por seu irmão Orlando, mais tarde ministro de Medice e do qual divergia. Mas era irmão. Geisel foi para o cemitério de generais, o Superior Tribunal Militar. Um coronel, ao ver um sargento de cabelos compridos, fora dos regulamentos, mandou-o cortar os cabelos e enquadrar-se. O sargento foi ao seu comandante e o coronel sofreu advertência verbal. Esses fatos foram construindo nos golpes e contragolpes dentro dos quartéis, a força do general Ernesto Geisel, sucessor de Medice a contragosto desse. No episódio do Rio Centro, havia um capitão e um sargento. Não era um oficial e um praça. Mas dois cúmplices numa ação terrorista. Não no mesmo nível que o imposto aos civis resistentes, dentro dos quartéis, havia o temor de boa parte da oficialidade, que sabia das violências, das ações terroristas como a que aconteceu na OAB, mas silenciavam, pois temiam entre outras coisas serem deslocados para postos longínquos ou mesmo passados à reserva.


A forma como o jornal FOLHA DE SÃO PAULO vem tratando o prefeito da capital paulista no escândalo dos fiscais sugere mais que ódio, mais que ser um jornal a serviço dos tucanos, podre. Chantageia, pois sabe que está envolvida no escândalo, aparece em conversas telefônicas gravadas com autorização judicial, como blinda dois bandidos notórios, José Serra e Gilberto Kassab. Há necessidade de reação q...ue passe das chamadas notas de desmentido. Hoje, os jornais quase não vendem, perceberam que uma das formas de atingir as pessoas, no caso de São Paulo milhões de pessoas, é a exposição em bancas. De um modo geral as pessoas param e leem apenas as manchetes, ou os casos escabrosos - crimes - já que a mídia não faz outra coisa que não induzir a isso, no processo de alienação no qual se encontra empenhada.


Luís Alfredo Feresin de Abreu, irmão de Kátia Abreu, pego usando trabalhadores em regime de escravidão, disse aos fiscais do Ministério do Trabalho que "ainda bem que eu não sou psicopata, do contrário vocês acabariam como aqueles lá de Unaí". É latifundiário e suas terras foram roubadas, registradas em cartórios corruptos, como as de sua irmã também pega em crime de trabalho escravo. Se o servidor público cumpre o seu dever, cabe ao governo Dilma agora, tomar as providências legais e esquecer esse negócio de aliança com Kátia Abreu e os ruralistas. São criminosos.


Agentes da ABIN - AGÊNCIA BRASILEIRA DE INFORMAÇÕES - seguiam sistematicamente, dois agentes da CIA em operação no Brasil. Foram percebidos e os agentes americanos foram à Polícia Federal, temerosos de sequestradores. A PF armou uma blitz e pegou a dupla brasileira. Quase sai mais uma crise diplomática. Os brasileiros foram liberados logo e os norte-americanos voltaram para os EUA, pois ficou comprovado que eram agentes da CIA. É melhor a turma da ABIN voltar a recorte de jornal.


O comentarista de futebol do canal ESPN, Mauro César, com rara coragem, denunciou a PM paulista como responsável pelos conflitos no jogo entre o Coritiba e a Portuguesa. Segundo o comentarista a violência policial é injustificável, mostra homens despreparados que batem indiscriminadamente, quando deveriam mediar as situações de conflito e deter os responsáveis. Segundo ele a PM paulista já chega b...atendo. Apontou inclusive um fato importante. É um espetáculo privado no qual a Polícia se propõe a manter a ordem. E foi mais além. Disse que no estádio batem pois existem câmeras e na periferia matam. Usou a expressão "sabe Deus o que acontece na periferia". Neste jogo as imagens mostram a selvageria dos policiais batendo indistintamente em homens, mulheres e crianças. E uma situação em que três policiais se juntam para bater numa única pessoa. Ou o Brasil acaba com as PMs ou as PMs acabam com o Brasil. Polícia é uma instituição civil.


O dia 10 de novembro, ano de 1955, entra para a História do Brasil como o da tentativa de golpe contra a posse de JK. Carlos Coimbra da Luz era o presidente da República, Café Filho havia sofrido um infarto e Carlos Lacerda fomentava o golpe com o argumento que JK não havia vencido por maioria absoluta de votos, exigência não prevista na Constituição de 1946. No dia seguinte, o marechal Henrique ...Duffles Baptista Teixeira Lott, reverte o golpe, garante a legalidade e a Constituição e empossa Nereu Ramos, presidente do Senado, na presidência do Brasil. Lott, com sua autoridade moral, um dos últimos militares brasileiros a ter dignidade, ser fiel a seu País, garantiu a posse de Juscelino e seu governo, vitima de duas tentativas de golpe partida de oficiais da Aeronáutica. Em 1960, nesses equívocos constantes dos brasileiros, Lott perde as eleições presidenciais para um bêbado maluco Jânio Quadros, que renuncia em 25 de agosto de 1961. Lott foi preso por se opor à tentativa de quebrar a legalidade, estava na reserva, mas tinha força moral para isso, impedindo a posse de Jango, o vice. E em 1965, temerosos que o marechal, lançado candidato ao governo da antiga Guanabara, aglutinasse militares pela legalidade e pusesse fim ao golpe e a ditadura, criaram a figura do domicílio eleitoral através de Ato Institucional, pois Lott era eleitor em Teresópolis. O marechal morreu só, esquentando seu almoço em seu apartamento no Rio e um mequetrefe que ocupava o ministério do Exército, Valter Pires, negou-lhe honras militares. O golpe de 1964, além da noite sombria que lançou sobre o Brasil, foi também o golpe dos medíocres.

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