CONTRATEMPO

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Não sei quando começou o tempo,
Sequer, o tempo que ele durará,
Mas, eu preciso perceber, em tempo,
Qual é o tempo que terei, no tempo,
Para fazer o que pretendo, a tempo.

Não vou passar aqui somente um tempo,
Na infinidade que o tempo tem?
Se aproveitar o tempo e me tornar saudade,
No coração aberto de um outro alguém,
Deixo-o na vida para novo tempo.

Então somando todos nossos tempos,
Se, prosseguirmos a tornar saudade,
Nossas saudades formarão um tempo,
Por tanto tempo que nem sei contar,
Porque por certo não terei mais tempo.

Então, enquanto não me acaba o tempo,
Até ficar apenas como uma saudade,
Vou me manter no máximo do tempo,
Para aumentar a soma das saudades,
Salvo aconteça, assim... Um contratempo!

Se não deixar meu tempo no antetempo,
Vou consumi-lo até nos entretempos,
Para curtir milhões de passatempos.
Mas, se eu partir no “raio” de um destempo,
Serei saudade, apenas, do meu tempo.