2014 EM 2013

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O governador de Pernambuco Eduardo Campos deve ter tomado um susto com a última pesquisa do IBOPE e que confere um índice recorde de 79% de aprovação ao governo Dilma Roussef.

O susto de Campos deve ter sido maior ainda, quando se toma conhecimento que no Nordeste a presidente quatro pontos positivos em relação a última pesquisa.

Campos sabe que não tem cacife para ser presidente da República e alimenta o desejo de entrar como vice na chapa de Aécio (preferencialmente), ou de Marina da Silva. A julgar pelos dados atuais é fria em qualquer uma das duas opções. Nem se cacifa para as eleições de 2018. É poeira, ave de rasteiro, tiro curto.

É curioso ver os jornais da mídia de mercado dar destaque às andanças de Eduardo Campos, chamando-o de socialista. Uma das primeiras coisas que fez foi visitar empresários da FIESP – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SÃO PAULO – e dizer que pode ser feito mais para os empresários.

Só se for doar o resto do País. O governo Dilma escora-se na sigla do PT, sugere-se de esquerda, ou centro-esquerda e vira o carro à direita nas privatizações disfarçadas e no autoritarismo da presidente. É só olhar o caso dos hospitais universitários que não aceitam a gestão da estatal criada para terceirizar esses serviços.

Aécio patina dentro do seu partido, até Alckmin (que quer ser candidato só dissimula) foge como a cruz foge do diabo do ex-governador de Minas, atolado em acusações de corrupção que só Joaquim Barbosa não vê. Não tem o apoio de Serra, do trêfego Roberto Freire (está colocando a legenda em leilão), por piores que sejam as dificuldades que Dilma vai enfrentar na área econômica, e vai enfrentar, o poder de fogo da presidente é maior que todos os outros juntos. E de quebra traz Lula a reboque e que, num último momento, pode vir a ser o candidato ao governo de São Paulo.

Campos é um boquirroto, vive seus quinze segundos de glória e talvez até consiga descolar uma vice ou na chapa de Marina ou na de Aécio (aí é mais difícil é um balaio de serpentes)

Vai surfando no afã da mídia de criar factoides para tentar assombrar o governo.

Breve cai no limbo dos que ficam seguros na brocha, enquanto alguém puxa a escada.

Dilma Roussef trouxe 2014 para 2013, consciente que seus prováveis adversários estavam se organizando no sentido de liquidá-la e às suas chances de reeleição, apostando numa crise econômica de grandes proporções.

Com medidas populares como o caso das cestas básicas, das contas de luz, foi além do que se podia imaginar até porque, no caso das contas de luz deixa Aécio vulnerável já que a CEMIG, companhia de Minas e da qual o acionista majoritários é o estado, aumentou as tarifas.

Mantém e amplia as políticas populistas de seu antecessor Lula e se prepara para voos mais altos, sempre um passo à frente do caos que reina na oposição. Não se importa sequer com repercussões negativas como a da omissão do PT na eleição do racista Marcos Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, sabe que isso não chega à massa de eleitores desinformados e ao contrário, tem consciência do poder do Bolsa Família, o coronelismo petista.

Se por sorte o Brasil ganhar a copa do mundo, aí deita e rola, embora o impacto disso não seja do tamanho que imaginam, é o que avaliam os institutos de pesquisas.

O fato é que as eleições presidenciais de 2014 vieram para 2013 e até agora a presidente vai levando de roldão todos os possíveis adversários, ainda mais se levarmos em conta que Marina da Silva e Aécio Neves são pândegos. E Eduardo Campos, ave de vôo rasteiro.