O STF E A BRIGA COM O CONGRESSO

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Como afirma o jornalista Luís Nassif o ministro Gilmar Mendes é um “gerador de crises institucionais”. Gilmar Mendes entrou no STF pela porta dos fundos para garantir a impunidade de figuras do governo FHC (do qual foi membro). A liminar que concedeu paralisando a tramitação de um projeto está longe de uma aberração. É um ato político de olhos postos nas eleições de 2014.

A constituição federal dispõe sobre competência dos três poderes e nela estão plantadas cláusulas pétreas que dizem respeito aos direitos básicos do cidadão e a estrutura de poder. Não cabe a um ministro do STF, ainda mais da lambança do mensalão, definir sobre o curso de um projeto. Em última instância, se ferir cláusula pétrea decidir sobre a validade ou da lei aprovada.

Imagino que se ministro da corte suprema dos EUA Gilmar teria um ataque, já que a legislação americana – e não estou entrando no mérito – define regras claras para a constituição de um partido e permite candidatos independentes.

Dizzie Gillesppie, por exemplo, enquanto vivo, foi candidato a presidente da república apenas no distrito do Bronx, onde tinha o percentual mínimo para postular sua indicação e ser votado. Seus votos eram contados apenas ali e pronto.

No Brasil três dissidentes formam um partido e é esse amontoado de partidos sem representação efetiva que tumultuam os governos e os tornam reféns de alianças espúrias.

Há uma diferença, lógico, entre partidos de caráter ideológico e de partidos criados ao sabor do

interesse de candidaturas. Ou seja, partidos que trazem história e em seu bojo propostas concretas e efetivas e não se prendem ao fisiologismo de candidaturas eventuais. A ideia, o princípio se sobrepõe aos interesses pessoais.

Fico a pensar se a o Congresso nacional se dispusesse a discutir a leio de meios com base naquela existente nos EUA. Estou usando exemplos capitalistas e do cerne do capitalismo. Gilmar Mendes não resistiria.

O que há em torno dessa briga de um Judiciário falido e um Congresso perplexo e sem rumo é exatamente o amontoado de siglas de um só dono com vários capatazes e subalternos, é a mesma que levou o deputado Feliciano a tomar conta do galinheiro, sendo ele a raposa felpuda e maior do atraso e do retrocesso político imaginável no País.Sobral Pinto – “democracia não existe a brasileira, não é como peru, ou é democracia ou não é” -..

Temos um jogo onde processos políticos são como satélites girando em torno de lideranças pessoais e a organização popular é conduzida e dirigida pela mídia de esgoto que acha que Luciano Huck deve ser governador do Rio de Janeiro.

É essa a briga de Gilmar Mendes, está defendendo a truculência do modelo e os interesses dos seus donos e sócios