RECONSTRUIR OS SERVIÇOS PÚLICOS

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Uma das mais graves e perniciosas práticas políticas dos governos no País, em todas as instâncias, é o fato de cada governo contratar – sem concurso – servidores que antes do final dos mandatos, em concurso fraudulentos acabam estáveis. São indicações de vereadores, deputados, senadores, são parentes (a despeito do nepotismo ser proibido), cabos eleitorais, filhos e filhas ilegitimas, ex-mulheres, ex-maridos, etc.
O prejuízo para setores como a saúde, a educação, por exemplo, é incalculável.Sarney, ou no Espírito Santo todas as famílias legais ou não de governantes e ex-governantes (um deles é a cara de Grouxo Marx, mas falta-lhe o caráter e o talento do notável ator, além da coragem, é covarde por natureza, cúmplice de homicídio por omissão e amor ao dinheiro, além de usar a filha como informante das autoridades).
O desmonte do Estado no Brasil começou com Bresser Pereira, no governo de Fernando Henrique. Bresser foi ministro da Fazenda de Sarney e diretor do grupo Pão de Açúcar, autor de um dos maiores golpes contra o imposto de renda no País, golpe de pessoa física.
As tentativas de Lula de reconstruir esses serviços, saúde, educação (universidades) esbarrou na partidarização do trabalho, a ditadura do PT, que tal e o PSDB disputam quem criou o mundo e em quanto tempo,mais ou menos um que o outro.
Não existe educação básica de boa qualidade se o Estado não assumir a tarefa no essencial e acima de tudo, das condições de trabalho, remunerar de forma decente os professores.
Como não existe saúde pública de boa qualidade enquanto não houver concursos públicos para médicos, infraestrutura e todo o pessoal do setor, enquanto perdurarem as terceirizações e privatizações, a presença de verba pública junto aos planos de saúde, em clara demonstração que a saúde pública no Brasil é voltada para as elites.
Só em Minas o toxicômano Aécio Neves dilapidou as verbas públicas do setor, saúde, no seu fracassado “choque de gestão”, ao lado do deputado federal e presidente do PSDB, Marcus Pestana.
São bandeiras maiores que propiciarão que as bandeiras menores (mas nem por isso menos importantes) sejam solucionadas.
E o xis da questão, mecanismos de participação popular que permitam que o uso do dinheiro público seja fiscalizado e tenha a maior transparência possível.
O grito das ruas contra aumento de tarifas, etc, contra a Copa, ignora uma afirmação de Celso Furtado, um dos nossos maiores cientistas sociais, que nosso problema “é estrutural”.
Se não percebemos isso, não nos organizamos em torno dessas mudanças estruturais nenhum plebiscito resolverá problema algum que não desviar o foco da revolta popular até próxima eleição. Os políticos brasileiros representam – com exceções mínimas – bancos, latifundiários,, grandes empresas e nossos principais partidos são como agências onde os serviços públicos são vendidos sem a menor preocupação de beneficiar os brasileiros.
A lei dos meios, que antes de cercear a informação acaba com o monopólio dos grandes e democratiza a comunicação é fundamental e não é só a GLOBO – a pior delas –, mas a RECORD e seu projeto de evangelização do Brasil, enquanto seus líderes carregam sacos de dinheiro dos incautos na ilusão do reino dos céus, ou o PMDB, a maior agência de empregos do Brasil.
O movimento das ruas tem que ter bandeiras e bem definidas,com comando democrático e vocações de Groucho Marx de quinta categoria com medo de mais um no bolo da herança. Do contrário vamos ter sempre um Sérgio Cabral governador de qualquer coisa e um palhaço querendo ser Groucho, na tática de "honesto por desonestidade", guardando seu dinheirinho..