OBAMA MENTE SOBRE SÍRIA

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Em sua primeira declaração sobre o suposto uso de armas químicas na guerra civil que devasta a Síria e é financiada pelos EUA e Israel, o presidente Barack Obama disse que seu país não iria intervir no conflito sem um mandato das Nações Unidas. As afirmações de hoje são diferentes e ao secretário geral da ONU quer que os Estados Unidos compartilhem as tais provas que dizem ter que o governo de Bashar Al Assada teria feito uso de armas químicas e biológicas.
A maior dificuldade dos inspetores da ONU está, exatamente, em visitar os redutos rebeldes e verificar se de fato houve esse ataque e se por lá não existem tais armas. É sempre bom lembrar que armas químicas e biológicas foram cedidas pelos norte-americanos a Saddam Hussein na guerra Irã versus Iraque, numa tentativa de acabar com a revolução islâmica. Ali morreram mais de um milhão de pessoas.
George Bush atacou o Iraque, tomou conta dos campos petrolíferos e o pretexto foi a presença de “armas de destruição em massa”, que segundo os inspetores da ONU não existiam. Bush ignorou o veto das Nações Unidas ao ataque.
O deslocamento de tropas norte-americanas para a região do conflito mostra que a decisão de ataque já está tomada e é questão de dias, é o que dizem especialistas europeus a vários jornais e redes de tevê de países naquele continente.
Na terça-feira OTAN – Organização do Tratado Atlântico Norte – e braço militar dos EUA nas colônias da União Européia, através de um porta-voz declarou que a organização terrorista não precisa de mandato para atacar a Síria.
É o Oriente Médio moldado segundo os interesses norte-americanos e israelenses e submetido a governos cruéis e sanguinários como o do Egito. e da Arábia Saudita, governos fiéis aos EUA.
A capacidade de resistência, com apoio da maioria da população que o governo do presidente Bashar Al Assad oferece nesses quase dois anos de guerra civil irrita Israel, irrita os EUA que entendem que foram de suas fronteiras não existe vida humana, na mais perversa interpretação da crença hitlerista de superioridade racial.
Essa é uma das realidades, a outra é politica e econômica. Não existe no mundo hoje Estado com tal perversão no terror como o de Israel em relação ao povo palestino e agora a todo o Oriente Médio.
O alvo final, pós Síria, sera o Irã, com certeza. Nem Israel e nem os EUA admitem governos que contrariem seus interesses na região.
A despeito do veto da Rússia ao ataque um avião foi mandado a Damasco para retirada de cidadãos russos do país.
O que o mundo assiste é a mais um espetáculo de barbárie promovido pelos donos das armas químicas e biológicas e que não hesitaram nem em usá-las na guerra do Vietnã, o napalm, hoje o agente laranja dos transgênicos e agrotóxicos, ou das armas atômicas, usadas contra Hiroshima e Kagazaki.
Desde o início do conflito na Síria o projeto americano e israelense é atacar o país e da mesma forma que Bush ameaçou o Iraque com armas nucleares de pequeno porte Obama e Israel não hesitarão em fazê-lo se julgarem necessário e a desculpa será sempre a defesa da liberdade e dos direitos humanos.
Nos EUA hoje existem cerca de 50 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da miséria, sem saúde ou educação. Isso pouco importa a Obama, importa o petróleo ou operações de guerra que sustentem o conglomerado que Eisenhower, um general, comandante aliado contra Hitler, chamou de “complexo militar e industrial”.
Essa associação hoje é pura boçalidade.