O ESTADO DAS ELITES

Quando o ministro presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa sacramentou a decisão de instâncias inferiores derrubando o rezoneamento do IPTU aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo e proposto pelo prefeito Fernando Hadad, estava apenas decretando o fim dos municípios brasileiros.

A campanha brutal feita pela mídia e pelos grandes proprietários de imóveis da capital paulista vencia a batalha e vão continuar, proporcionalmente, a pagar menos impostos que o trabalhador que possui uma única casa ou paga o imposto nos contratos de locações, imposição das empresas administradoras do setor.

O que Joaquim Barbosa, em seu afã de construir um palanque para vir a ser candidato a presidente da República, ou a qualquer outro cargo que lhe permita continuar em evidência, deixa milhares de municípios à mercê de seu autoritarismo, investido agora da função de Executivo, Legislativo e Judiciário.

A toga aterrorizando o País e gerando um estado exclusivo das elites. Não é nada além do convênio firmado, por exemplo, entre o STJ (Superior Tribunal de Justiça) com o Banco Mundial, com o objetivo de garantir a propriedade privada acima de qualquer outra coisa, inclusive o ser humano.

Pior que isso é a partidarização do STF e outros tribunais e juizados, num claro golpe branco, onde o Estado de Exceção começa a ser criado na violação dos direitos dos presos do chamado “mensalão”, o processo que levou a ministra Rosa Weber a dizer que “não tenho prova cabal da culpa de José Dirceu, mas a literatura jurídica me permite condená-lo”. Um acinte e uma demonstração que reputação ilibada e notório saber jurídico são letras mortas na Constituição quando se trata de escolher ministros para a chamada mais alta corte de justiça.

A ex-ministra Ellen Gracie filiou-se ao PSDB e vai disputar um cargo eletivo. Em 2003 foi relatora de um processo em que seus filhos eram beneficiários diretos de uma herança e responsável por uma banheira de hidromassagem em seu apartamento funcional, sob o argumento que precisava relaxar diante das “responsabilidades” que tinha.

Ana Calmon, por quem o Brasil brigou tantas vezes quando presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), fez o mesmo, é candidata ao senado pelo PSB (o único partido socialista do mundo sem socialistas).

É óbvio que dominado por ruralistas (latifundiários), banqueiros, evangélicos e figuras do porte de Renan Calheiros, 10 mil fios de cabelo num implante ridículo, em vôo de avião da FAB, o Congresso Nacional é incapaz de cumprir suas funções e navega na direção dos interesses dessas elites às quais se acresce as grandes empresas.

Lento, dominado pela corrupção e por interesses partidários o Poder Judiciário vai dando um golpe branco no País e gerando uma situação que queiramos ou não, mais à frente, vai desembocar num impasse que coloca em risco o processo democrático.

Os militares continuam cegos. Na devolução do mandato do presidente João Goulart, os ministros fardados e a cobra sem dentes Jair Bolsonaro permaneceram de braços cruzados diante dos aplausos de todos os presentes.

Dilma? Só pensa naquilo, a reeleição e faz qualquer negócio para garantir um segundo mandato.

Somos o reflexo da vontade de banqueiros, latifundiários, evangélicos e grandes empresários, num País que pouco a pouco vai voltando ao século XIX, como grande produtor de matérias primas. No momento somos exportadores de transgênicos, na  parte do Estado que cabe à Monsanto.

Dominam a mídia, controle absoluto, e criam grandes pastos para que os cidadãos possam se alimentar na coisificação do ser humano e na transformação do dinheiro em deus, como afirmou o papa Francisco..

O pó dos senadores Perrela e Aécio não é de ninguém e nem os trens e o metrô de São Paulo são responsabilidade dos governantes. A propina vai financiar campanhas de um programa de governo confuso e bem ao seu estilo do senador Aécio Neves.

O Estado brasileiro é das elites e se não houver reação popular organizada e consciente, com bandeiras definidas e causas identificadas, vamos realmente pastar na “bondade” de sionistas como o candidato do PMDB ao governo de São Paulo, o famigerado Paulo Skaf.

O Estado é delas e breve torneios de lança, nos quais a donzela oferecerá o lenço ao cavalheiro vencedor diante de João Sem Terra, que tanto pode ser Joaquim Barbosa, como Gilmar Mendes.

Daniel Dantas fica à direita do senhor.

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