O APARTHEID BRASILEIRO

São Paulo é a síntese de todos os preconceitos que marcam os brasileiros. Isso porque preconceitos conscientes. E ao mesmo tempo uma população multifacetada, com vários grupos étnicos e uma periferia gigantesca.
Não há exagero em dizer que há duas cidades, ou talvez mais cidades, numa só. A cidade FIESP que junta as elites e agrega a classe média em seu entorno e a cidade dos trabalhadores e excluídos, sim, a terceira, a dos marginalizados de forma deliberada.
Há muros invisíveis a separar os grupos. Os governos, de um modo absoluto nos últimos anos, se voltam para os interesses das elites. A classe média é só uma decorrência aceita por conveniência e necessidade.
Mas absorve os preconceitos, julga-se parte da elite, não percebe que cada garrafa tem apenas uma rolha e só essa rolha ultrapassará o gargalo. Farta-se de pizza e vinho naquele roteiro de cheirar a rolha, girar o vinho nas taças, bochecha-lo, fazer um ar de inteligente e mandar servir, as damas primeiro.
Há diferenças gritantes entre o apartheid paulista e o que se vive em outras regiões do País. O nível de solidariedade é maior entre nordestinos. Preconceitos, no fundo, são apenas injustiça social.
No caso de São Paulo se explicitam de forma mais direta, o que torna todo o estado e não apenas a capital, um país vizinho, fronteiriço ao nosso e que fala a mesma língua. Há um dialeto. O FIESP. Morreu o dialeto DASLU, que completava o primeiro.
É esse dialeto que gera o fosso entre periferia e elites e classe média.
As elites dispõem do chicote, do tronco, controlam o aparelho estatal, ignoram direitos básicos e fundamentais e comportam-se como num Olimpo onde os deuses lançam raios em forma de cassetes e “vou arrebentar todos vocês”, através de uma corporação chamada Polícia Militar, que muitos insistem em entender “trabalhadores” transformados em cães fiéis e ferozes a manter as periferias e diferentes longe dos castelos, na Idade Média da tecnologia e de formas de barbárie geradas pela mídia na programação de cada dia, cada hora, cada momento, que tanto se transforma num grito de gol e numa alucinação coletiva, como na consciência que os templos do consumo, os shoppings, são privilégio dos que usam nike, adidas, puma, etc, se vestem segundo os cânones de Armani e exibem o crocodilo de Lacoste.
Há juízes dispostos a consagrar esses preconceitos em liminares que garantam a tranquilidade das elites e da classe média, afastando a periferia.
O movimento de “rolés” nos shoppings assustam e aterrorizam os que se dedicam ao comércio e os que frequentam tais templos, pois todos parecem cheirar a Avon, uma espécie de unificação do cheiro da periferia.
Avon bate à sua porta.
E a PM bate e arrebenta os que teimam em acreditar que todos os cidadãos são iguais perante a lei.
As leis das elites são outras e as leis da classe média são as leis das elites.
Os governos? Dançam ao sabor do dialeto FIESP e oram nas capelas da OPUS DEI.
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