A Quem os Incipientes Incomodam?

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Penso que analisar tendenciosamente as posturas dos diversos grupos sociais gera projeção e funda a intolerância em relação às diferenças, pois, classificar de equivocado qualquer posicionamento reforça o discurso do determinismo e das farsas empíricas. Portanto, recorrer ao suplício, consiste sujeitar-se à perversidade sádica daqueles que se fortalecem embasados pelo discurso acusatório e calunioso retratando as condições quanto à compreensão que cada um pode ter em relação ao outro.

Recorro a Michel Foucalt, compreendendo que as fragilidades apresentadas por alguns poucos, nada mais é que a ação estruturada na tentativa em dominar suas próprias sensações desencadeadas pela suposta exposição aos “perigos” que os incipientes podem provocar à “segurança” dos monopólios. Porém, ciência e conhecimento não têm donos, entretanto, alguns que ambicionam a titularidade sobre tais e adentram ao infortúnio espalhando o mesmo como se estruturassem proposições para evidenciar algo, gerando assim, uma palração ,cujo objetivo é achincalhar. Esse é um recurso excessivamente empregado objetivando sujeição ao jugo de uma minoria desejosa em reter , infligindo através do conluio, o frívolo ensaio da persuasão, esquecendo que a intencionalidade dos atos abarca um conjunto de fenômenos composto por mecanismos de defesa, revelando o acinte já não mais encoberto .

Os incipientes trazem em sua intrepidez, capacidade quanto à discussão, renovando o que necessita ser avaliado não por paradigmas que enclausuram e obliteram. Os novos propiciam haver um colóquio que transforma o obscurantismo contemporâneo em uma pequena chama que desencadeia uma intensidade de luz difusa, apresentando os fenômenos constituintes da existência com profunda grandiosidade, conduzindo-nos a interpretação dos processos do inconscientes , nosso grande portal.

Sigmund Freud, em O MAL ESTAR DA CIVILIZAÇÃO vislumbrou o papel social da psicanálise quanto aos contextos que se engendram pelos aspectos sócio-histórico-culturais onde o singular articula-se com o coletivo, promovendo necessidade quanto à compreensão de uma das três bases do sofrimento humano: “A inadequação das regras que procuram ajustar os relacionamentos mútuos dos seres humanos na família, no Estado e na sociedade”. (Freud,Sigmund).

Em “O FUTURO DE UMA ILUSÃO”, Freud retrata a importância em ampliar os espaços de discussão onde as temáticas não sejam monopólio de “castas” , entretanto, uma conduta que traga a multiplicidade constituinte do coletivo ao singular e vice-versa.

Aos incipientes, são destinados, por parte de uma minoria fragilizada por seus próprios “medos” e diversos outros sentimentos totalitários a perseguição infundada, afinal, aquele que se designa a renovação do compromisso científico e histórico, apto está quanto a compreensão dos processos narcísicos,onde, a pretensa titularidade da “justiça e da racionalidade” estrutura-se com a finalidade em punir e castrar objetivando restringir o campo de atuação de todos que se dispõem não à elitização de uma psicologia, mas sim, à proximidade com a comunidade e o incentivo ao confronto relacionado às intempéries a partir da interpretação dos fenômenos através de um novo olhar.