O ALÉM

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É por essas e outras que não brinco com as coisas do além. Pensei em escrever algo sobre essa passagem, mas acredito que você, leitor, não vai acreditar mesmo, então ficarei só no faz-de-conta, assim você vai ler e pensar que tudo não deixa de ser isso mesmo: um "faz-de-conta".

Mas alerto, que isso aconteceu mesmo! Leitor, você não acha melhor parar por aqui e não ler, você não acredita mesmo no além...

Foi mais ou menos assim:

Certa vez, ao anoitecer, vinha com meu carro de São Paulo, onde tinha acabado de fazer uma palestra. De carro sim! Morro de medo de avião. Não ria leitor é verdade isso - ah! Para você talvez, seja a única verdade até aqui.

Vinha na estrada com a velocidade controlada (esqueci de dizer isso: detesto também pagar multas), quando vi uma luz forte vindo à frente do meu carro, bem ao norte. Inicialmente, imaginei ser o pôr-do- sol, mas olhei para o relógio do carro e vi que já eram 21:00h. Ri e imaginei estar vendo a aurora boreal, quanto mais eu andava, a luz ficava mais forte, abaixei o pára-sol do carro, olhei no retrovisor e não havia viva alma na estrada.

A claridade aumentava a cada quilômetro que andava. Comecei a ficar com medo daquilo e resolvi reduzir a velocidade o mais que pude. Mas, ao contrário do que imaginava, a luz continuava a vir em minha direção.

Caro leitor, acho melhor você, que não acreditar nisso, parar por aqui, pois o relato é forte e inexplicável, feche o livro, vá fazer um lanche, ligue sua televisão, seu computador e não leia mais isto, acho melhor- se é que não crê nisso.

Ainda está ai? Depois, não diga que não avisei e vai me chamar de louco ou outra coisa qualquer...

A essa altura, o medo já tomava conta de todo o meu corpo, senti algo que há muito não sentia: "arrepios". Parei o carro no acostamento, com esperança de vir algum outro carro ou caminhão, qualquer coisa servia, até uma charrete, mas nada, estava realmente só, ou não, existia aquela luz vindo em minha direção.

Conforme a luz vinha na minha direção, tudo ia desaparecendo, o medo já tomava conta de todo o meu corpo, inclusive me encontrava todo borrado, isso mesmo, todo borrado, como a luz já estava próxima ao carro e vendo que tudo sumia ao ser tocada por ela, resolvi sair do carro. Minhas pernas não queriam me obedecer, mas consegui sair do carro assim mesmo.

Ao ir para trás do carro, percebo que, conforme a luz tocava no carro, ele ia desaparecendo como se derretesse, abaixei-me atrás do carro, pois era a única coisa que conseguia fazer, minhas pernas não se mexiam.

Aos poucos a luz ia me envolvendo, quando vi já estava dentro dela, comecei a ouvir vozes e vultos.

Não conseguia distinguir as vozes, nem conseguia ver os rostos de quem falava, as vozes se misturavam e entravam como ecos dentro dos meus ouvidos.

Senti alguém tocar meu ombro, era uma mão suave que me deixou um pouco tranqüilo, estava borrado, mas tranqüilo, de repente a voz pergunta se estava tudo bem comigo. Respondi que sim, e quem era eles e o que queriam comigo. Obtive como resposta um "fique tranqüilo".

Como sempre fui muito católico, resolvi rezar baixinho todas as orações que conhecia e esperar os acontecimentos.

Caro leitor, você ainda está lendo? Eu não disse que você não acreditaria? Pois bem, você resolveu ir até o fim para saber no que vai dar essa história, então, tá. Vamos lá!

Como num passe de mágica, me vi vestido com um jaleco todo branco, mas a luz continuava intensa impossibilitando que eu visse os rostos daquelas pessoas que falam coisas sem sentidos para mim.

Senti uma mão pegar a minha, achei que devia acompanhá-la a algum lugar, mas meu medo era grande, medo do desconhecido, apertei aquela mão o mais forte que pude, talvez na esperança de não ir a lugar algum com aquela pessoa, que não conseguia ver, mas uma outra mão talvez dessa mesma pessoa veio e se colocou sobre a minha mão que apertava e fez um afago, tranqüilizando-me. Foi quando resolvi relaxar, afinal de contas já estava borrado mesmo, o jeito agora era relaxar.

De repente, aquelas mãos que eu apertava e a que me afagavam, soltaram-se da minha, foi quando os ouvi falarem alto uns com os outros, forçava a vista para poder vê-los - era inútil - a luz era muito forte. Quando senti alguma coisa gelada encostar-se a mim e soltar um enorme choque que me fez gritar de dor, mas parecia que eles não se importavam com isso e continuavam a dar aqueles choques em mim.

Após isso, senti muita tontura, mas estava começando a acostumar-me com aquela luz e, já estava podendo ver quem era os donos daquelas vozes e para minha surpresa...

As vozes eram de para-médicos, pois eu estava dentro de uma ambulância de socorro das estradas, eu acabara de bater com o carro e estava desacordado, o que fez com eles tentassem me reanimar.

Bom, caro leitor, eu avisei que era para ter parado antes, agora você já sabe o que se passou.

AMÉM

Marcos Toledo

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