HOMO URBANUS

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Este ano, pela primeira vez, a população urbana mundial ultrapassará a população rural. Uma nova era está nascendo, a era do Homo Urbanus, os moradores das cidades. A constatação é que a maioria das pessoas está se fixando em cidades de países pobres em termos de recursos financeiros, mas muito ricos em termos de biodiversidade. "O impacto dessa nova era, que pode ser maior que a revolução industrial ou a revolução da informação e da tecnologia, e talvez até mesmo ambas em conjunto, terá implicações importantes para a humanidade, nos alerta o secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, Ahmed Djoghlaf.

Ele lembra que países em desenvolvimento possuem grande biodiversidade, como o Brasil, que tem 56.200 espécies de plantas. "Se não for administrado de forma adequada, o crescimento da população urbana pode provocar a perda sem precedentes da biodiversidade de nosso planeta".

Estudo feito por 1.395 especialistas em 95 países constata que, desde o surgimento dos seres humanos na Terra, nunca houve tanta destruição da vida   quanto nos últimos 50 anos.

Djoghlaf destaca ainda que o mundo consome mais recursos naturais do que podem ser regenerados. "As cidades ocupam apenas 2% da superfície do planeta, mas seus residentes usam 75% dos recursos naturais da Terra, advertiu." O consumo massivo de energia não-renovável foi identificado como um dos maiores problemas, pois contribui com a mudança climática e é um dos principais motivadores da perda de biodiversidade.

Este estudo será apreciado na 9a.Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP9), no próximo ano, em Bonn, na Alemanha, com a discussão sobre as responsabilidades urbanas na preservação ambiental.

Nós, em particular, moradores da Região dos Lagos, temos um papel histórico a cumprir, participando da planificação da urbanização para permitir a inclusão dos cidadãos, mantendo o respeito ao meio ambiente.

Ajude a recuperar as áreas verdes de sua cidade, a restinga, a mata ciliar na beira dos rios e nascentes, com espécies nativas.   Devemos pressionar os governos e empresas a substituírem a energia nuclear, do petróleo e de grandes hidrelétricas pela energia solar, eólica, biogás e pequenas hidrelétricas.

Vamos economizar energia, substituindo lâmpadas incandescentes por fluorescentes e criando ambientes mais claros e ventilados.

Evite o desperdício de água, armazene a água de chuva que cai sobre os telhados. Utilize a energia do sol para iluminação e aquecimento.  

Dê preferência em adquirir móveis feitos com madeira certificada pelo FSC e pressione a prefeitura do seu município a aderir ao Programa Cidade Amiga da Amazônia. Dessa forma poderemos garantir o mundo para nossas crianças no próximo século.  

Edson Cherem é jornalista,
colaborador do Greenpeace e do WWF-Brasil
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