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  Um jardim frondoso que cresce, uma mina que brota no meio de uma praça florida, o fluxo que jorra pelas comportas de uma hidrelétrica e movimenta seu imenso gerador de energia num rápido giro, a chuva que cai do céu, o sangue, a lágrima, o suor, o gelo, o vapor que movimentou as locomotivas e as máquinas que impulsionaram, no século 19, a Revolução Industrial na Inglaterra; tudo isso diz respeito ao principal mantenedor da vida sobre o planeta Terra, a água.
 
    Dois simples átomos de hidrogênio, que se ligam a um solitário átomo de oxigênio para formar a molécula do elemento da natureza responsável por 70 % da composição do corpo humano. São 43 litros de água, em média, que cada ser humano adulto carrega em sua individualidade física durante toda a vida.
 
    Não é ao acaso, que a lenda sobre a existência da fonte da juventude, que rejuvenesce quem bebe de suas águas, povoe o imaginário popular em diversas regiões do mundo. É dito na lenda, que os árabes teriam encontrado tal fonte e que, posteriormente, ela fora roubada por inimigos bárbaros, desaparecendo no fundo do mar após um naufrágio.
 
    De certa forma, a água é mesmo uma natural e milagrosa fonte da juventude, pois está entre 50% e 90 % da composição de todo organismo vivo. Trata-se do único alimento com zero caloria que existe, e que fornece nutrientes não encontrados em nenhuma outra substância ingerida durante a alimentação humana. Cada ser humano adulto deve beber entre 2 e 3 litros de água todos os dias, sendo ideal que o consumo seja feito em doses de 200 ml durante dia.
 
    Para que todo o corpo humano funcione em equilíbrio, é necessário que a água seja consumida diariamente de forma regular, independente de haver sede ou não. É necessário um vital equilíbrio entre a quantidade de água que eliminamos do corpo (suor, urina, lágrimas etc) e a água que ingerimos. O desequilíbrio pode ser observado na coloração da urina que, quanto mais escura for, indicará a maior deficiência na quantidade da ingestão de água. Um corpo que funciona com a quantidade ideal de água costuma expelir urina quase incolor.
 
    É curioso notar que a proporção de água que compõe o corpo humano tenha o mesmo valor dos 70% de água que compõe a superfície do planeta Terra. 97 % da água da Terra é salgada e os 3% doces restantes são mal distribuídos pelo mundo. Só o Brasil possui 11,6% da água doce mundial. Países como África do Sul, Egito, Israel, Paquistão, Haiti, Índia, Turquia e Iraque já sofrem com a escassez de água. Uma parte da água consumida no Japão é importada da Coréia do Sul.
 
    Nos países em desenvolvimento, 60% das águas distribuídas pela rede de abastecimento à população se perde em gotas e vazamentos.
No Brasil, 70% da água doce existente está na Amazônia, que é habitada por apenas 7% da população do país. O desequilíbrio da distribuição fica claro quando se observa que o nordeste brasileiro, mesmo cortado pelo rio São Francisco, tem só 3% de toda água doce brasileira.
 
    A manutenção das nascentes de água limpa e fresca depende diretamente da preservação das matas presentes nas encostas das montanhas. As águas das chuvas caem e são absorvidas pelo terreno onde estão as matas, se infiltram no solo e literalmente se filtram, entrando muitas vezes em contato com rochas e minerais nas camadas subterrâneas, sendo assim enriquecidas com diversos elementos que contribuem para o perfeito funcionamento do organismo humano.
 
    Formam-se então os lençóis freáticos, que não são piscinas subterrâneas, e sim encharcamentos do solo que lembram as esponjas de pia saturadas de água. Essas águas acabam aflorando límpidas em superfícies de rochas e em pontos localizados em pequenos vales do terreno, geralmente no alto do relevo. Surge um pequeno olho d'água que escorre, junta-se a outro filete e depois a outro mais abaixo, formando assim um pequeno riacho, que se une a uma rede de outros córregos para formar o curso de um rio que corre no fundo do maior vale próximo à região das nascentes.
 
    Também existem milhões de litros de água espalhados pelo mundo em forma de aqüíferos subterrâneos; um dos maiores deles, o Aqüífero Guarani, fica sob o Brasil e se estende pelo centro sul da América do Sul, por baixo de terras do Paraguai, Argentina e Uruguai, num total de 55 mil metros cúbicos de água distribuídos em 255 mil quilômetros quadrados. Existe uma base dos Estados Unidos no Paraguai, bem ao lado do Aqüífero. Os estadunidenses afirmam treinar tropas paraguaias no local, e fiscalizam uma suposta conexão da atividade terrorista mundial na região.
 
    As águas dos aqüíferos ainda não podem ser usadas, pois a tecnologia atual disponível não permite ao homem chegar aos reservatórios localizados nas profundezas da Terra.
 
    A visita do Secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, à América Latina na semana retrasada, teve como um dos propósitos tratar da instalação de bases aéreas americanas na região onde está boa parte de toda água doce do mundo, além de outro local para abrigar a base de Manta, localizada atualmente no Equador, onde o governo recusou a renovação da licença de uso daquela base pelos americanos. A agência de notícias Reuters publicou que Colômbia e Peru se ofereceram para instalação da base americana, porém seus governos negam.
 
   A escassez de água atrapalha o desenvolvimento de um pais, principalmente com problemas sociais e de saúde, que prejudicam diretamente a economia de uma nação. É essencial proteger os mananciais em todos os sentidos, a fim de tê-los ainda no futuro e evitar um possível caos na humanidade, em que homens de todos os continentes entrariam em guerra para conquistar um elemento que pode vir a se tornar tão raro: á água.
 
    A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou o dia 22 de março como o Dia Mundial da Água, por meio de um documento chamado "Declaração Universal dos Direitos da Água", que foi publicado na ECO RIO 92, realizada entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro. Eis um pequeno trecho do documento:
 
    "A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como seriam a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 30 da Declaração Universal dos Direitos Humanos".
 
    Nas regiões dos países onde os recursos hídricos são encontrados em abundância, a população no geral acredita que a água é um bem natural infinito e, por isso, pode até ser desperdiçada; ledo engano. Natural sim, e indispensável para a manutenção da vida em todos os aspectos, porém finito e dependente da conscientização das pessoas e da preservação das matas.
 
    São alarmantes os dados que mostram que 90% do esgoto produzido no Brasil é jogado sem tratamento nos mares, lagos e rios. Cada vez que são utilizados mil litros de água, outros dez mil são poluídos.
 
    O consumo de água hoje no mundo é três vezes maior que em 1950. Havia aproximadamente 500 mil pessoas sobre a Terra em 1650. Em 2010, serão cerca de 8 bilhões de seres humanos sobre Planeta, chegando aos 16 bilhões algumas décadas depois.
 
    No ritmo em que "caminha" a humanidade, calcula-se por meio de dados fornecidos pelo International Water Management Institute (IWMI) dos EUA, que 1,8 bilhão de pessoas ou 30% da população mundial estará vivendo em condições de absoluta falta de água no ano de 2025.
 
    Se os 5 bilhões de anos de existência do mundo pudessem ser representados por apenas um ano, só ouviríamos falar do Homo Sapiens quando estivessem faltando 10 minutos para a meia-noite do dia 31 de dezembro do ano comparado, guardadas às proporções de escala, aos 5 bilhões de anos da Terra. Em tão pouco tempo, o homem já criou a incerteza sobre a preservação de sua existência sobre a Terra.
 
    A manutenção da sobrevivência da espécie humana está direta e intimamente ligada à preservação da substância que compõe quase toda a nossa individualidade corporal: sua "excelência", a água.
 
Cássio Ribeiro. E-mail:
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As 13 caravelas com mais de mil homens comandados pelo fidalgo Pedro Álvares Cabral estavam bem próximas da costa brasileira. Depois de mais de 40 dias navegando pelo Atlântico, os lusitanos avistaram o Monte Pascoal, próximo a Porto Seguro, na Bahia, em 22 de abril de 1500.

Os portugueses então seguiram para o norte e atracaram na baía Cabrália dois dias depois, em 24 de abril. A primeira missa em território brasileiro foi rezada na manhã do dia 26 de abril, um domingo, pelo frei Henrique de Coimbra. Depois da missa, os portugueses seguiram viagem para as índias.

O início da História do Brasil começa oficialmente no breve relato acima. Pouco é sabido sobre o Brasil antes da chegada de Cabral, mas é certo que a seqüência histórica a partir do Descobrimento revelou alguns enigmas, ainda não muito bem esclarecidos, sobre a suposta estada de povos navegadores da antigüidade na costa Brasileira, muito antes dos portugueses.

Os lusitanos retornaram ao Brasil em 1501 para um reconhecimento mais detalhado da costa das terras recém-descobertas. Navegaram em três grandes caravelas pelo litoral brasileiro entre 10 de maio de 1501 e 7 de setembro de 1502, dando nome aos acidentes geográficos que mais se destacavam na vista que tinham da costa.

Em 1 de janeiro de 1502, os portugueses chegaram ao local que achavam ser a foz de um grande rio, e deram-no o nome de Rio de Janeiro. Porém, na vista do relevo daquele lugar, uma elevação se erguia a partir da beira do mar e se destacava com seu topo de granito, a 842 metros de altitude, ao lembrar o formato das gáveas das caravelas, que eram plataformas nos topos dos mastros, de onde os navegadores buscavam avistar ilhas ou continentes no horizonte. A curiosa formação rochosa acabou batizada com o nome de Pedra da Gávea pelos portugueses.

 A curiosa forma da Pedra da Gávea lembra, mesmo que desgastada pela ação erosiva do tempo, um rosto enrugado, com longas barbas, e que pertence ao corpo de um leão montado no topo do morro. Essa suposta forma de uma antiga esfinge deixou o rei português Dom João VI ainda mais curioso, quando um grupo de investigadores relataram a existência de estranhos sinais medindo 15 metros de altura por 4 metros de largura, entalhados na rocha do lado direito da 'têmpora' da imensa figura 'humana'.

Em 1839, uma expedição liderada pelo historiador Manoel Araújo Porto Alegre confirmou a localização dos estranhos sinais. A surpresa geral veio a público quase um século depois, em 1928, quando o arqueólogo amazonense Bernardo da Silva Ramos (1858–1931) publicou o livro 'Inscrições e Tradições da América Pré-Histórica, Especialmente do Brasil', onde afirma que os sinais são inscrições fenícias, cuja tradução para o português revela: 'Tiro, Fenícia, Badezir, primogênito de Jethbaal'. Em 856 Antes de Cristo, Badezir sucedeu o pai no trono da cidade de Tyro, capital da Fenícia, e reinou até 850 AC, quando desapareceu misteriosamente.

Bernardo de Azevedo revela ainda no livro, que várias palavras indígenas brasileiras possuem origem no antigo idioma fenício. Em vários lugares do Brasil, além da Pedra da Gávea, foram encontradas supostas inscrições fenícias gravadas em rochas.

Em Pouso Alto, na Paraíba, um conjunto dessas misteriosas inscrições tiveram a impressionante tradução: 'Somos filhos de Caná, de saida, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19 de Hiram, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion Geber, no mar Vermelho, e viajamos com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por 2 anos, em volta da terra pertencente a Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos companheiros e, assim, aportamos aqui: 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o almirante, controlo. Mas auspiciosamente passam os exaltados deuses e deusas intercederem em nosso favor'.

Outro achado curioso aconteceu nas margens do lago Pensiva, no Maranhão, onde foram encontrados estaleiros de madeira petrificada, com espessos pregos de bronze. O pesquisador maranhense Raimundo Lopes encontrou utensílios tipicamente fenícios no lugar, na década de 1920. Na ilha de Marajó, foram encontrados tipos de portos tipicamente fenícios, parecidos com muralhas de pedras, iguais aos encontrados na costa do território da antiga Fenícia.

Os fenícios formavam um povo da antigüidade que não possuía exército poderoso e nem se dedicava à literatura, porém, ficaram famosos por serem os melhores navegadores de sua época. Viviam em uma faixa de terra de 200 quilômetros, entre o mas Mediterrâneo e as montanhas do oeste do Líbano, onde havia fartura de madeira de cedro própria para a construção de embarcações.

Os fenícios foram influenciados pelas bases da cultura egípcia. Nó início, os fenícios adoravam rochedos, árvores e pedras negras ovais; depois, passaram a adorar os astros e as forças da natureza, chamados de baals; o Sol era o grande baal. O culto a esses deuses era realizado em templos erguidos em lugares elevados ou perto de nascentes de rios. Na iminência de um grande perigo, ou quando se construía uma cidade ou um templo fenício novo, os fenícios sacrificavam crianças, que eram lançadas vivas aos braços incandescentes da estátua de bronze do Baal, aquecida por uma fornalha.

Tyro foi a cidade mais importante do império comercial fenício e era chamada de 'A Rainha dos Mares'. Com o propósito de enriquecer sem limites, os fenícios foram grandes negociantes marítimos e piratas ao mesmo tempo. Quando estavam em menor número, ao desembarcar em um lugar, apresentavam suas mercadorias e ficavam satisfeitos com o lucro de suas vendas; mas, se eram numerosos e mais fortes que os habitantes da região onde chegavam, incendiavam e saqueavam os povoados, além de raptarem mulheres e crianças que eram vendidas posteriormente em Tyro, Mênfis e Babilônia.

Os fenícios também defendiam seu controle absoluto sobre os mares que exploravam, exterminando, sem piedade, seus concorrentes. O apego dos fenícios pelo monopólio do lucro de seu comércio chegava a níveis inimagináveis. Conta-se a história de um navio fenício que ia buscar estanho na Sicília e, ao perceberem que eram seguidos por uma embarcação estrangeira, os fenícios preferiram afundar seu navio a mostrarem o caminho do estanho aos inimigos.

Para afastarem os possíveis concorrentes de seus territórios, os fenícios contavam lendas fantásticas sobre as terras que exploravam; diziam que a Sicília era habitada por gigantes que se alimentavam de carne humana; e que a África era cheia de monstros horrendos.

Teria esse curioso povo da antigüidade estado no Rio de Janeiro e esculpido uma esfinge na Pedra da Gávea para realizar ali sacrifícios religiosos e sepultar seu rei Badezir muito antes do século 1 da era cristã? Para muitos pesquisadores modernos, a resposta é não.

O geólogo Marco André Malmann Medeiros, da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) afirma que as supostas inscrições são falhas geológicas na pedra, resultantes do desgaste dos minérios mais sensíveis ao longo do tempo. Já o antropólogo cultural e professor Francisco Otávio da Silva Bezerra, um dos fundadores do Centro Brasileiro de Arqueologia, afirmou que não há prova científica da vinda dos fenícios ao Brasil.

No outro extremo das explicações relativas aos mistérios sobre a Pedra da Gávea, os membros da Sociedade Brasileira de Eubiose definem o local como um ícone da presença fenícia no Brasil. Outra expressão dos mistérios da Pedra da Gávea é um suposto 'portal' de quinze metros de altura, marcado por uma reentrância próxima ao topo da Pedra, do lado voltado para a Barra da Tijuca. Para muitos místicos, trata-se de um portal que dá acesso à outra dimensão, ou à entrada para Agharta, que seria um império subterrâneo com milhares de habitantes. A revista 'O Cruzeiro', que marcou época na história do jornalismo brasileiro, publicou, em 1952, uma foto em que aparece um suposto disco voador ao lado da Pedra da Gávea.

Entre o ceticismo e a crença de que os mistérios da Pedra da Gávea são marcos físicos e históricos que comprovam teorias sobre a presença fenícia nas américas, olhar para a forma tão particular da Pedra, a partir do oceano ou das areias da orla carioca, deixa a dúvida que, talvez, jamais seja esclarecida pelo simples fato de suas verdades plenas estarem perdidas em algum lugar muito além das primeiras páginas dos livros de História do Brasil, que definem o começo como sendo a chegada das 13 caravelas de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro, em 22 de abril de 1500.

Cássio Ribeiro E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

   "O BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) não foi preparado para enfrentar os desafios da segurança pública. Foi concebido e adestrado para ser máquina de guerra. Não foi treinado para lidar com cidadãos e controlar infratores, mas para invadir territórios inimigos. Tropas similares servem-se de profissionais maduros. O BOPE acelerava meninos de 20 e poucos anos até a velocidade de cruzeiro do combate bélico. Vamos cobrar a loucura da guerra a quem foi treinado para matar"?

   O trecho acima foi transcrito do livro "Elite da Tropa", escrito pelo cientista político e antropólogo Luiz Eduardo Soares e pelos ex-policiais do BOPE, André Batista e Rodrigo Pimentel. Lançado em 2006, o livro apresenta a conduta prática do BOPE, que é retratada pelas descrições das atuações do Batalhão em diversas favelas do Rio. A tensão, as "técnicas" de tortura, a honestidade inegável do BOPE, os tiroteios, e o delírio psicológico fazem parte das páginas de "Elite da Tropa", que mostra o BOPE pela visão de dois de seus ex-policiais.

   O livro também apresenta o BOPE como a melhor tropa de guerra urbana do mundo, pois em nenhum outro lugar do planeta Terra é possível treinar guerra urbana em situações reais todos os dias, como no Rio de Janeiro. Policiais norte-americanos e israelenses são treinados pelo BOPE. Outros que possuem projeção internacional são os médicos brasileiros que se especializaram em atendimento às pessoas atingidas por armas de fogo no RJ. No início, os brasileiros eram instruídos pelos médicos americanos que atuaram na Guerra do Vietnã. Hoje, são os americanos que aprendem com nossos médicos.

   O livro inspirou a produção do filme que, mesmo antes de ter sua película projetada para o público nas "telonas" do Brasil, já é considerado um dos grandes sucessos do Cinema Nacional. O longa "Tropa de Elite" foi produzido pelo diretor e roteirista José Padilha, junto com o ex capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel, repetindo a parceria do documentário "Ônibus 174", e por Bráulio Mantovani, que também produziu o filme "Cidade de Deus".

   Várias características isoladas presentes nas histórias contadas nos capítulos do livro foram unidas para compor o roteiro do filme e formar o perfil dos personagens principais: Capitão Nascimento, interpretado de forma impecável e enérgica pelo ator Wagner Moura, e os aspirantes Neto e Matias, vividos por Caio Junqueira e André Ramiro.

   O ator Wagner Moura chegou a fazer um estágio no BOPE para ficar ambientado com a representação da rotina do Batalhão. Durante o curso, sob intensa pressão psicológica, o ator revidou as provocações com um soco no nariz do ex integrante do BOPE, capitão Paulo Storani. O instrutor ficou satisfeito por ter conseguido despertar o sentimento de revolta no ator.

   "Tropa de Elite" se passa em 1997 e foi filmado entre setembro e dezembro de 2006. A tensão presente em vários momentos do filme é conseguida pela trilha sonora formada pelo funk e pelo rock, pelo contraste sombrio entre o claro e o escuro das imagens em vários momentos, pelas filmagens panorâmicas que descortinam horizontes e acompanham os movimentos, pela câmera que vai de um personagem a outro nos momentos de conversação, e pelos efeitos especiais produzidos pelo norte-americano Phil Neilson, que também participou da produção dos efeitos de "Falcão Negro em Perigo". Aliás, Hollywood investiu quase 4 milhões de reais dos R$ 10 milhões gastos na produção de "Tropa de Elite". R$ 800 mil foram financiados pelo BNDS.

   O longa brasileiro ficou famoso de forma prematura, quando técnicos que trabalhavam na produção da legenda em inglês entregaram, por R$ 5 mil, uma cópia digital a representantes da industria da pirataria, que logo reproduziram milhares de unidades do filme — O técnico de edição Marcelo dos Santos Lima foi detido em 29 de setembro, acusado de ter produzido a cópia que originou os DVDs piratas, e responderá em liberdade por violação dos direitos autorais.

   Hoje, mesmo com a estréia prevista para 12 de outubro nos cinemas, "Tropa de Elite" pode ser comprado em DVD, por cerca de 10 reais, em São Paulo, Belo Horizonte, Bahia, Paraíba e Brasília, além do Rio de Janeiro, onde os camelôs até já anunciam o "Tropa de Elite 2", que na verdade é uma cópia do documentário "Notícias de Uma Guerra Particular", realizado por João Moreira Sales e Kátia Lund, em 1998.

   O secretário-executivo do Ministério da Justiça e presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual, Luiz Paulo Barreto, afirma que a reprodução pirata de "Tropa de Elite" é inédita com relação a venda das cópias três meses antes da estréia do filme, prevista inicialmente para novembro, e que será antecipada para outubro, a fim de reduzir os prejuízos da bilheteria.

   Para o antropólogo Luiz Eduardo Soares, um dos autores do livro "Elite da Tropa", o brasileiro não considera a pirataria um crime, ainda que o ato produza um prejuízo de 2 bilhões de dólares por ano à indústria cinematográfica. A queda do movimento das bilheterias nos últimos três anos foi de 10%.

   O diretor José Padilha diz que a cópia de "Tropa de Elite" que circula atualmente é o terceiro corte. Porém, a versão que chegará aos cinemas em 12 de outubro passou por 16 cortes e terá mais trinta minutos de duração, graças a um investimento adicional de R$ 1 milhão. Para ele, o movimento da bilheteria não será ameaçado, pois o público do DVD pirata difere daquele do cinema. Apesar disso, o diretor afirmou estar chateado com a divulgação de sua obra inacabada: "É como se você fosse um escritor e as pessoas estivessem lendo o rascunho de seu livro", disse o diretor para um grande site brasileiro em agosto.

   O filme foi exibido para o público em sessão única na sexta, 21 de setembro, durante o Festival de Cinema do RJ. Os ingressos foram todos vendidos em uma hora.

   Tanto o filme quanto o livro que o originou mostram uma instituição de repressão do Estado em ação prática e objetiva. Um dos relatos mais impressionantes do livro está no capítulo que fala sobre um suposto plano do BOPE para executar, no início da década de 1990, o então governador do Rio, Leonel Brizola, que defendia uma política de restrição das incursões da polícia nos morros e favelas cariocas. O livro conta que Brizola só foi poupado porque a mãe de um dos integrantes do BOPE ficou sabendo sobre o plano, comprometendo o sigilo da operação.

   A funcionamento da sociedade brasileira obedece ao modelo do sistema capitalista, que possui suas bases estruturais no Positivismo do francês Auguste Comte (1798 – 1857), considerado o pai da ciência social denominada Sociologia.

   A Positivismo surgiu no início do século 19 e sua fórmula é: AMOR por Princípio e a ORDEM por base; o PROGRESSO por fim. A expressão ORDEM e PROGRESSO, presente na bandeira brasileira, foi idéia dos positivista Benjamim Constant, na ocasião da Proclamação da República, em 1889.

   Para Comte, os seres vivos devem ser estudados sob uma dimensão estática, o hoje, e outra dinâmica, pois uma situação qualquer, em um momento qualquer da história, diz Comte, é sempre resultado de tudo quanto a precedeu.

   Esta afirmação da filosofia positiva é aplicada a qualquer país e em qualquer fase da civilização, e independe da raça, do clima, da religião ou do aspecto geral da natureza, segundo a teoria positivista em curso na sociedade brasileira hoje.

   Depois do fim da Escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888, tão defendido pelos positivistas republicanos, os negros não foram absorvidos, em termos de igualdade de condições sociais dignas, como cidadãos. Subiram os morros e deram origem às favelas como autênticas expressões habitacionais urbanas dos marginalizados e excluídos já no século 19. O nome favela teve origem nas favas que eram usadas como cobertura das humildes casas.

   O descontrole social gerado pelas desigualdades do sistema capitalista fez necessário a criação de algo que pudesse trazer as rédeas do controle público novamente para o modelo de Estado que reprime quase que exclusivamente os pobres e protege os indivíduos das classes sociais mais favorecidas.

   Seja pelo apelo do "cada um por si", ou pelo imperativo da guerra, o maior perigo é quando as ferramentas de promoção do controle passam a adotar ações e direções próprias, regidas pela sua própria natureza como instituição, e não pela legalidade constitucional.

   O longa metragem "Tropa de Elite" já é um sucesso do Cinema Nacional e merece ser visto, revisto, pensado e repensado em termos de essência social, de conduta do povo, de conduta do Estado e sua polícia, e com relação aquilo que é aceito como corriqueiro, normal e comum numa relação de causa e efeito que acaba gerando, nos mais variados aspectos, problemas percebidos facilmente no funcionamento de nossa sociedade.

Cássio Ribeiro. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

A língua falada é a principal ferramenta da expressão cultural de um povo. Nossa língua portuguesa possui uma origem bastante curiosa e, para conhecê-la, é necessário compreender a história da formação de Portugal.

O Império Romano chegou a dominar todo o mundo conhecido no século 3; era dito que desde onde o Sol nascia até onde ele se punha pertencia a Roma. Todas as terras em volta do Mar Mediterrâneo eram controladas pelos soldados romanos ou centuriões, como eram chamados aqueles guerreiros.

A Península Ibérica, onde hoje está Portugal e Espanha, era ocupada originalmente pelos povos iberos, que falavam uma variedade de dialetos locais. Com a ocupação romana, muita gente das camadas sociais mais simples de Roma migrou para à Península Ibérica. Eram operários, comerciantes e soldados, que falavam o latim mais vulgar, diferente daquele falado pela aristocracia e pelos literatos romanos.

Toda cultura mais forte impõe naturalmente certo grau de influência sobre as expressões culturais de um povo menos poderoso em força bélica e dominado, como aconteceu entre brancos e índios, e ainda acontece entre o Brasil e os EUA, pelo menos no campo da dominação econômica e da dependência científica e tecnológica.

Sendo assim, o latim vulgar foi amplamente imposto e difundido por toda Península Ibérica, e é a base principal da formação do português falado hoje. A palavra vírgula, por exemplo, é uma união do termo latino "VIRG", que quer dizer vara e, seguido do sufixo "ULA", equivalente ao nosso diminutivo inha, forma a expressão "VARINHA" ao pé da letra. Eis um lote das conhecidas varinhas:

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Outra palavra da língua portuguesa com origem curiosa no latim vulgar é pílula. Formada pela união entre o termo "PIL", que representa bola, e o diminutivo "ULA", a palavra nomeou nossas "BOLINHAS" tão ingeridas no dia-a-dia como vitaminas, remédios e anticoncepcionais.

Em 300 anos após a invasão romana, a Península Ibérica quase inteira falava uma derivação local do latim vulgar, chamada de Romanço. A única exceção ocorreu numa região montanhosa ao norte da Espanha, chamada de Vascongada, perto da divisa com o sul da França. Ali, até hoje vive o povo original ibérico chamado de basco.

Os bascos conseguiram manter sua cultura geral e sua língua preservadas da tão forte influência romana, tendo inclusive, influenciado de forma significativa o vocabulário da língua portuguesa com algumas palavras: cama, esquerdo, bizarro e modorra por exemplo.

Ainda hoje, em pleno século 21, os bascos usam seu braço armado, o grupo separatista basco ETA, com atividades de ação terrorista em muitos casos, para reivindicarem sua separação da Espanha.

Embora o latim falado pelo povo tenha sido a principal base de formação do idioma português, nossa língua recebeu, em sua formação, a influência lingüistica de outras etnias além dos romanos.

No século 5, os bárbaros germânicos ou escandinavos invadiram a Península vindos do norte. Os germânicos originaram hoje o que é o povo alemão e seus vizinhos no norte da Europa. Suas atividades principais naquela época eram a guerra e a pilhagem dos bens de outros povos.

O germânicos ocuparam toda a Península Ibérica por quase 300 anos e, embora as raízes das influências romanas tenham prevalecido, o vocabulário dos bárbaros contribuiu com muitas palavras que falamos em português hoje: guerra, brandir, gastar, esgrimir, luva, banir, bradar, escaramuça, franco, galope, roubar e trepar são alguns exemplos que mostram, quase sempre por meio da presença rascante do "r" ou "rr", a expressão da natureza violenta e selvagem das raízes germânicas no vocabulário daquele povo.

No século 8, os árabes chegaram à Península Ibérica depois de cruzarem os 14 quilômetros e meio do Estreito de Gibraltar, que separa o sul da Espanha do norte do Marrocos. Sua ocupação dominou quase toda Península e só não exerceu influência sobre as regiões montanhosas da Cantábria e das Astúrias, no extremo norte da Península, onde um pequenino reino católico de resistência se estabeleceu.

Nas Astúrias, uma caverna abrigava o rei e servia como templo de Cristo. Os cristãos desciam as montanhas de repente para atacarem os acampamentos árabes nas planícies. Esses ataques deram origem a Guerra da Reconquista e foram empurrando os árabes de volta para o sul até a expulsão total, no século 15.

Foram quase 7 séculos de ocupação árabe, período em que muçulmanos e cristãos conviveram juntos, mas não se misturaram, principalmente por causa da diferença religiosa. O Romanço permaneceu falado pelos cristãos, embora os árabes tenham influenciado na formação da língua portuguesa com muitas palavras: alambique, álcool, alfaiate, azul, armazém, fatia garrafa e xarope são algumas delas.

Outro sinal marcante da cultura árabe presente na Península pode ser observado nos tradicionais panos que as portuguesas usam sobre a cabeça durante suas danças folclóricas lusitanas. A viola e o pandeiro trazidos pelos portugueses e tão abrasileirados por aqui posteriormente, também têm origem na presença da cultura árabe na Península Ibérica.

O francês Henrique de Borgonha atuou de forma intensa na Reconquista, liderando a expulsão dos árabes do Reino da Galiza, que tinha o norte de Portugal em suas terras. Por isso, o rei de Leão e Castela, Afonso VI, presenteou o infante francês com a mão de sua filha Catarina de Aragão e as terras do Condado de Portucale, que deu origem ao território atual de Portugal.

Falado por grupos étnicos com tradições e costumes tão diferentes dentro da Península, o Romanço sofreu variações e adaptações distintas em muitas regiões, dando origem ao galego-português, onde hoje é Portugal, e ao castelhano em toda Espanha, com exceção do nordeste daquele país, onde se fala o catalão, que é bem parecido com o castelhano, mas definido como uma expressão lingüística à parte.

A expansão marítima portuguesa em busca de novos pólos para comércio teve início no século 15, e difundiu a língua falada em Portugal por países de todo o mundo como Brasil, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissal e até Macau, na China.

No Brasil, a língua portuguesa ainda recebeu a influência dos dialetos falados pelos escravos africanos, de onde derivam palavras como moleque e quitanda, entre outras.

O tupi-guarani, falado pelos índios que aqui viviam, foi outro dialeto que contribuiu com palavras para o vocabulário português brasileiro: mandioca, mingau, guri e abacaxi são alguns exemplos.

O português falado no Brasil recebeu muitas influencias não observadas em Portugal. Mesmo assim, nossa pronúncia hoje ainda é mais parecida com aquela falada nos tempos de Cabral, há cinco séculos.

Outras diferença está no uso do nosso gerúndio (saindo, andando e subindo), que não é aplicado em Portugal, onde é dito estou a sair, estou a andar e estou a subir. Nós brasileiros costumamos dizer que vamos entrar no fim da fila; já os lusitanos caminham até o rabo da bicha, onde entram.

Nossa identidade, nossos costumes, nosso folclore, nossa culinária, nossa religião, nossos valores e nossa cultura em geral só existem graças a nossa rica língua portuguesa, que é o principal agente unificador, promotor e propagador de tudo o que é nosso, ou seja, nossas mais variadas expressões do dia-a-dia através dos tempos.

 

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