Sinusite

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http://www.jornalorebate.com/75/ana.jpgVocê está tossindo e espirrando, além de estar cansado e com dores, e acha que pode estar no começo de um resfriado. Pode ser sinusite! Saiba mais sobre este problema de saúde tão comum e aprenda como evitar que ela se torne crônica.
A sinusite é uma inflamação dos seios da face. A sinusite crônica – aquela que persiste por mais de 3 semanas – afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Os seios são espaços aerados que podem ser encontrados em diferentes regiões do corpo. Quando alguém diz que tem “uma crise de sinusite”, está se referindo a um ou mais dos quatro pares de cavidades, ou espaços, conhecidos como seios paranasais. Essas cavidades, localizadas no interior do crânio e adjacentes à região do nariz, incluem os seios frontais (acima dos olhos), maxilares (dentro da proeminência situada abaixo dos olhos, formada pelos ossos zigomáticos), etmoidais (atrás da região entre o nariz e os olhos) e esfenoidais (atrás das células etmoidais, na região acima do nariz e atrás dos olhos).
Cada seio apresenta uma abertura para o nariz através da qual ocorre a passagem de ar e muco, revestida por uma membrana mucosa de revestimento. Portanto, qualquer agressão que provoque edema dessa região – como uma infecção ou uma reação alérgica – também acomete os seios paranasais. O aprisionamento aéreo em um seio obstruído, associado à presença de pus ou outras secreções, pode aumentar a pressão sobre a parede sinusal, causando dor. Da mesma forma, quando não ocorre entrada de ar, cria-se um vácuo no interior do seio que também causa dor.

Evitando a sinusite
Embora não dê para evitar todas as sinusites, assim como não é possível se livrar dos resfriados e das infecções bacterianas, é possível adotar medidas para reduzir o número e a gravidade dos episódios e, possivelmente, evitar que a doença se torne crônica.
Muitas pessoas com sinusite relatam uma melhora parcial dos sintomas com o uso de umidificadores, particularmente nos casos em que o ar ambiente é aquecido por sistemas a seco. Os condicionadores de ar ajudam a manter a temperatura ideal e filtros eletrostáticos utilizados nesses aparelhos removem alérgenos encontrados no ar.
Indivíduos susceptíveis, particularmente quem sofre de alergia, devem evitar fumar e inalar outros poluentes. A inflamação causada pela reação alérgica predispõe a fortes reações a todos os irritantes. A ingestão de bebidas alcóolicas também causa edema da mucosa nasal-sinusal.
Pessoas com tendência a desenvolver sinusite podem sentir desconforto em piscinas tratadas com cloro, um irritante da mucosa de revestimento do nariz e dos seios paranasais. Mergulhadores geralmente sofrem de congestão e infecções quando ocorre entrada de água para o interior dos seios paranasais.
Viagens aéreas também são um problema para pessoas com sinusite aguda ou crônica. Uma bolha de ar aprisionada no interior do organismo aumenta de volume na medida em que a pressão atmosférica diminui. Essa expansão provoca aumento de pressão sobre os tecidos adjacentes e pode causar obstrução dos seios ou das tubas auditivas, resultando em desconforto nos seios da face ou orelhas durante a subida e/ou descida do avião. Para evitar esse fenômeno, os médicos recomendam o uso de descongestionantes nasais ou inaladores antes do vôo.
Pessoas que suspeitam que sofrem de sinusite relacionada à poeira, mofo, pólen ou determinados alimentos – ou qualquer um entre vários alérgenos que podem desencadear uma reação alérgica – devem consultar o médico. Vários exames podem determinar a causa da alergia e ajudar o médico a orientar os pacientes sobre como reduzir ou limitar os sintomas.

Sinusite tem cura?

"Doutor, eu tenho sinusite!" Uma das frases que mais se escuta em um consultório médico é esta. Geralmente este diagnóstico é feito pelo próprio paciente baseado em alguns sintomas como dor de cabeça ou secreção nasal. Porém, não é incomum em atendimentos de urgência em Prontos-socorros, pacientes com estado gripal serem submetidos à exame radiológico (Raio-X) e erroneamente serem tratados como portadores de sinusite, inclusive com uso de antibióticos desnecessariamente. Freqüentemente este "diagnóstico" rotula o paciente que, se não devidamente esclarecido, continuará a cada consulta repetindo a mesma frase: "Doutor, eu tenho sinusite!"
A rinossinusite como preferimos chamar atualmente, é definida como um processo inflamatório da membrana mucosa que reveste a cavidade do nariz e dos seios paranasais. O diagnóstico das rinossinusites é feito através da história clínica (anamnese) e exame físico, principalmente através da endoscopia nasal, procedimento indolor, realizado sob anestesia local no próprio consultório Otorrinolaringológico.
Os sinais e sintomas percebidos na rinossinusite aguda são dor na arcada dentária superior e pressão facial, congestão e obstrução nasal, secreção espessa pelo nariz e pela garganta, diminuição do olfato, febre, dor de cabeça, mau hálito, fadiga, dor de ouvido, tosse e irritação na garganta. Obviamente os sintomas variam de pessoa para pessoa, podendo apresentar um ou mais sintomas associados. Porém é importante lembrar que nem toda dor de cabeça é sinal de sinusite!
A dor não é comum na rinossinusite crônica, mas pode aparecer na reagudização do quadro.
A determinação exata do diagnóstico de rinossinusite bacteriana é difícil mas essencial, pois a rinossinusite viral é pelo menos 20 vezes mais freqüente do que a infecção bacteriana dos seios paranasais. As infecções virais geralmente são autolimitadas e evoluem para cura espontânea. A importância deste diagnóstico, ou seja, diferenciar um quadro infeccioso bacteriano de um quadro viral, está no tipo de tratamento que será escolhido para cada caso. Nas infecções bacterianas deverão ser utilizados antibióticos escolhidos pelo médico, baseados na sua experiência clínica e estudos epidemiológicos. É importante lembrar que o farmacêutico não é o profissional mais indicado para diagnosticar ou mesmo receitar qualquer tipo de medicação.
Deve-se suspeitar de rinossinusite aguda bacteriana quando os sintomas de uma "Gripe" ou "Resfriado" pioram após o 5º dia ou persistem por mais de 10 dias. Quanto a pergunta: Sinusite tem cura? A grande maioria das rinossinusites tem cura. Algumas pessoas tem uma predisposição à rinossinusites de repetição, ou por alterações anatômicas ou por alterações do funcionamento da mucosa nasal e dos seios paranasais. Indivíduos com rinite alérgica, desvios do septo nasal ou estreitamento dos canais que comunicam o nariz com os seios paranasais tem uma chance maior de desenvolver processos inflamatórios desta região. Estes pacientes devem ser cuidadosamente investigados através de exame endoscópico e tomografia computadorizada.
As rinossinusites são classificadas em 5 tipos, de acordo com o "I Consenso Brasileiro Sobre Rinossinusite" realizado pela Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia:
Aguda: Duração dos sintomas até 4 semanas
Subaguda: Duração dos sintomas de 4 a 12 semanas
Crônica: Duração dos sintomas por mais de 12 semanas
Recorrente: Mais de 4 episódios por ano com duração de 7 a 10 dias e resolução completa nos intervalos
Complicada: Complicação local ou sistêmica em qualquer fase
O tratamento das rinossinusites deve ser individualizado e feito de acordo com o tipo de sinusite. A maioria das rinossinusites são tratadas clinicamente, com o uso de medicação escolhida à critério médico.
O tratamento cirúrgico fica reservado para os casos de rinossinusite crônica ou rinossinusites recorrentes, onde existem alterações anatômicas que dificultam a drenagem e a ventilação dos seios paranasais. O papel da cirurgia visa restabelecer a entrada do ar e a saída de secreções dos seios.
A cirurgia para o tratamento dos seios paranasais evoluiu muito nos últimos anos com o uso da Vídeo-Endoscopia, no qual o cirurgião realiza o procedimento guiando-se por um monitor e visualizando o interior dos seios, sem a necessidade de se realizar qualquer tipo de corte externo.
O melhor entendimento da anatomia e do funcionamento da cavidade nasal e dos seios paranasais através das técnicas endoscópicas tem nos ajudado muito a melhorar o tratamento, tanto clínico quanto cirúrgico das rinossinusites de uma forma geral.