A convite do cantor Marcos Sabino, meu amigo da comunidade americana,
que iria participar de um quadro no programa do Silvio Santos,mais especificamente
no
Rei Majestade, passei parte da tarde vendo um programa que atravessa décadas
e traz-me
recordações de domingos pacatos, domingos verdes de paz quando ainda havia
ente queridos
e querenças da minha infância em Santíssimo. Eu gostava do programa e seus
artistas.
Quem se lembra da musiquinha? O Décio, é coisa nossa? Elke Maravilha, é coisa
nossa?
E outros, Pedro de Lara. A risada aparentemente franca pra todos do Silvio
Santos.
Era outro mundo, outra televisão, outra gente.
Eram outras as canções.
recordo-me que eu esquecia do mundo pra ver o Silvio. Quem não se recorda
do programa
qual é a música e seus recordistas? Ronie Vonn. Silvio Brito. O apresentador
paulista, ao contrário
de outros, tem o dom de fazer vir a tona bonitas qualidades humanas de seus
convidados.
Conta a história das pessoas, suas lutas, suas lendas. Silvio Santos faz
um programa digno; diria
mesmo que ele continua insuperável. Ele tem o dom da acessibilidade ao melhor
do coração das pessoas.
E lá estava na ribalta do programa artistas que fizeram sucesso nos anos
oitenta, entre os quais Rosana
com seu amor e o poder, o Marcos com seu reluz e outros... e dentro de mim
recordações de uma casa,
murmúrio de outros tempos, a face da minha mãe e de meu padrasto querendo
surgir do fundo da memória
de um menino deitado absorto no programa do Silvio. Dei meu voto ao Marcos
Sabino e penso até agora,
anos depois, muitos anos depois, qual o sentido de ver o programa sozinho.
Todos se foram. Menos
o Silvio Santos, metáfora do eterno. E a brisa de velhos dias me trouxe a
saudade. Para sempre.
- Marcelino Rodriguez
- Marcelino Rodriguez