Psicografando

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Caros amigos, novamente, saio do meu conforto celestial, para manifestar-me em prol da candidatura do nosso companheiro Gabeira. Estou vendo, aqui de cima que, a minha cria, o PDT, por questões puramente fisiológicas de alguns dirigentes, coligando-se com a candidatura do PMDB à prefeitura do Rio.
           Hoje, o velho Brizola, vivendo tranqüilo aqui no céu, está em paz e, por isso, estou mais contido e, não farei nenhum ataque, a partidos ou pessoas. Mas, me manifesto, no intuito de unir-me aos líderes do meu partido, o Deputado Miro Teixeira e, ao Prefeito Jorge Roberto da Silveira à candidatura Gabeira.
           Vejo, na pessoa política do Gabeira, uma semelhança muito grande com a minha ao não se curvar nunca, às forças que, a qualquer custo, tentam ganhar, burlando, até a nossa carta magna, a constituição. Faz-me lembrar quando, em 1961, requisitei os transmissores da rádio Guaíba de Porto Alegre, para defender a legalidade. De um lado estava os legalistas mobilizados por mim e parte considerável da sociedade civil que mantinha-se fiel à constituição. Do outro, os golpistas da junta de Brasília, cuja sustentação civil mais significativa vinha do Carlos Lacerda, expressivo líder da UDN e velho inimigo dos getulistas. Com o movimento, para não haver uma guerra civil, deram a solução parlamentarista, ou seja, o vice-presidente João Goulart, assumiu o cargo de presidente, renunciado por Jânio Quadros, mas tendo que dividir o poder executivo com um primeiro ministro.
            Com discursos inflados defendendo a democracia e a constituição, tornei-me inimigo numero um dos grandes coronéis da política brasileira e, em 1964, com o golpe militar, fui exilado no Uruguai. E, o Gabeira, após o golpe, no final dos anos sessenta, entrou na luta armada contra a ditadura militar, foi baleado, preso e, mais tarde, também exilado.
            Além da paz celestial, o que me deixa mais tranqüilo aqui em cima é saber que, deixei um substituto à altura e que, com sua coragem, ética e moral, fará um governo à altura do povo carioca.
            Dirijo-me aos eleitores da zona oeste, onde o candidato Gabeira não foi bem, e ao subúrbio, colégio eleitoral que sempre me acariciou, para dizer-lhe que, acreditem nas palavras deste homem, que não faz política com promessas, faz política com verdades. E, eu, avalizo essas verdades dizendo “É isso aí, companheiro!” Estou contigo e não abro! 

                                                                                                   Guto Glória Sardinha
                                                                                                    Membro do PV Macaé