Toda pessoa tem uma história para contar. É isto que a distingue como pessoa e define a jornada que ela empreende através da vida. Quando esquecemos nossas histórias, deixamos de celebrar nossos heróis e ignoramos os ritos que marcam nossa passagem de um estágio de vida para outro, nos sentimos anônimos e vazios. O que falta à maioria de nós é apenas a permissão de narrar as histórias a que temos direito pelo simples fato de existirmos. Vamos descobrir o inconsciente e torná-lo consciente, contando a alguém nossa história e assim descobrir que já estamos numa rica jornada mítica.
Sou escritora e esse é o meu trabalho, ouvir pessoas contarem sua história e junto com ela, reescrevê-la de forma literária. Coloco-me à disposição para ouvi-las contar sua história de forma agradável e divertida, descobrindo hoje que mito está vivenciando...
Esse trabalho tem o nome de Terapia Narrativa e é um importante aliado na busca por encontrar caminhos para se resolver questões que se apresentam em forma de problemas ou dificuldades. A abordagem narrativa permite que as pessoas saiam de uma história dominante de descrições de vida, com os impedimentos negativos que as acompanham, para experimentarem vidas com muitas histórias e habilidades. Nas conversações da Terapia Narrativa, histórias e habilidades da vida das pessoas que tenham sido ignoradas ou negligenciadas, tornam-se ricamente conhecidas. Isso fornece uma fundamentação para a resolução das preocupações pelas quais as pessoas procuram a terapia.
A abordagem da Terapia Narrativa foca na história de vida das pessoas e diz respeito a encontrar caminhos pelos quais possam mudar seu relacionamento com qualquer problema ou dificuldade que estão lidando. Nesse sentido, esses problemas não mais definem quem elas são e as pessoas são capazes de seguir em direção a um diferente sentido de identidade.
Ana Maria S.B.Rubira
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Meu nome é Ana Maria, atualmente morando em Londrina (PR)
Sempre soube que um dia seria escritora. Desde quando li o meu primeiro livro. O fascínio pelas letras foi tão grande que nunca hesitei entre ficar deitada de pernas para o ar com um dos tomos da coleção dos Irmãos Grimm e uma brincadeira com a meninada na rua. O livro sempre ganhava a parada. Ficava horas deitada no divã cor de vinho com as pernas erguidas para o alto e encostadas na parede, livro nas mãos e a cabeça nas florestas encantadas, nos príncipes em seus cavalos, nos anões mágicos e toda a sorte de seres maravilhosos.
Bem mais tarde fui estudar Comunicação Social já com intenção de me dedicar ao Jornalismo, o mais próximo que imaginava da possibilidade de escrever. Não levei em frente essa idéia, o jornalismo na época não conseguiu me dar o que queria. Participei de concursos literários, ganhei menção honrosa em alguns deles, classificação em outros. Casei com um escritor, vieram os três filhos e o sonho de ser escritora foi ficando escondidinho pra um dia romper novamente. Como sempre gostei muito de ouvir as pessoas contarem suas histórias de vida, resolvi escrever biografias. As pessoas me contam suas histórias e eu as escrevo, oferecendo-lhes a vida reescrita, com nuances literárias. A medida em que falam de si mesmas, tomam posse de sua própria vida, percebem o que conseguiram superar, o quanto são fortes tb. Descobrem uma nova maneira de enxergar um acontecimento. É interessante como a emoção que ficou retida se dissipa e a dor pode ser liberada, fluindo a energia aprisionada naquele momento do passado.
E assim vou realizando o meu sonho de ser escritora, enquanto realizo o sonho de outros de terem suas histórias escritas por uma ouvinte atenta, ávida na busca daquilo que nos torna irmãos e nos liga a uma mesma Essência.