“POETAS DO TEMPO”

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Salve amigos leitores do jornal “O Rebate”
esta semana depois dos festejos de São João,
trago a poesia-erótica de Linaldo Guedes/PB
para manter e espalhar pelo Brasil
o clima quente desta festa tipicamente nordestina.
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Motivação

confesso que não soube segurar seus bicos

(por isso)
não sou alegre
não sou rico

:só maldito.


Àlpha e Bêta

ah, escrever um pecado em teu corpo...

seria um poema?

estranho fonema
como se fosse esperanto
sem esperanças

bom seria descobrir
o manto vermelho
daquela silenciosa arena

despindo cristos e vergonhas
nos alfabetos fenícios
que formam hebraicos em nosso latim

(e eu apenas escondido atrás da rubrica sem tradução)

Posse

seus dedos
se apossaram feito feudos

-vassalos de minha pélvis.


3 em 1

eu ali
sugando sugando sugando
ânsia do líquido
hastear outra bandeira

ela ali
me atracando em outra península
cercando-me líquidos por todos os poros
palavras ejaculadas em minha garganta

ele ali
crescendo crescendo crescendo
veias e vasos estourando na pele
firme e teso

(presos?)   

COLLECTIVUS

um poema nasce
quando as partes
se contundem

nas moléculas
salgadas

nas estrofes
amadas

nas leituras
armadas

um poema nasce
quando o tudo
é moleque

e confunde
as marcas

e confunde
e marca

traço armorial
na tua pele beatnik.


Apartheid

quase à míngua
invasão de segredos
nas tuas coxas desunidas