Quem quer comprar a Amazônia?

Imagens: extraídas da internet

http://www.jornalorebate.com/75/leo1.jpgUma campanha do site da organização não-governamental (ONG) Cool Earth, promete comprar e proteger terras na Amazônia incentivando as pessoas a patrocinarem a preservação de terrenos na Floresta Amazônica para ajudar a combater o aquecimento global. A iniciativa foi lançada no mês passado pelo milionário sueco Johan Eliasch, que em 2005 comprou uma área de 160 mil hectares em Manicoré (a 332 quilômetros ao sul de Manaus) da madeireira americana Gethal. Johan é proprietário da empresa de material esportivo Head e dono de uma fortuna pessoal avaliada em 355 milhões de libras, cerca de R$ 1,4 bilhão.
Os pedidos de patrocínio foram anunciados no site da instituição com valores que vão de 35 a 50 libras (aproximadamente R$ 133 a R$ 190 reais) por meio acre (cerca de 2 mil metros quadrados ou um quarto de um campo de futebol) de floresta no Brasil ou no Equador.
http://www.jornalorebate.com/75/leo2.jpgO site promete que, depois de feita a transação, o terreno a ser protegido poderá ser acompanhado constantemente por meio de mapas virtuais feitos com imagens de satélites. Aos doadores também são prometidos boletins informativos de guardas ambientais locais, empregados pela organização, sobre a preservação da área.
"Se um milhão de pessoas fizerem isso (patrocinarem um acre de floresta), haverá um enorme impacto no combate ao aquecimento global, protegendo florestas ameaçadas e os animais selvagens que lá vivem, e criando empregos sustentáveis para as comunidades locais", diz uma declaração emitida pela Cool Earth.
De acordo com a ONG, o dinheiro arrecadado tem dois destinos. O primeiro é investir na preservação de florestas que já estão protegidas ou que já são de propriedade da entidade ou de parceiros. Um segundo destino da receita é a compra de terras e com isso evitar a derrubada da vegetação, impedindo a liberação de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera.
Embora o apoio do público tenha sido grande, organizações ambientalistas que trabalham na região amazônica criticam a proposta da Cool Earth de comprar terras na região, pela dificuldade em se estabelecer a propriedade legítima de muitos desses terrenos.
O ambientalista Paulo Adario, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, afirma que a grilagem de terras públicas na região foi tão intensa, que hoje em dia é muito difícil conseguir grandes extensões de terras com documentação legal.
“É uma visão de pessoas bem intencionadas, mas que desconhecem a complexidade e dificuldade do local”, afirmou Adario, que vive em Manaus, onde fica o escritório regional do Greenpeace que cuida da Amazônia.
Além disso, o endurecimento da legislação tornou mais difícil a regularização de terras de origem duvidosa e impede a venda de terras em áreas de floresta. Segundo Adario, do Greenpeace, apenas 23% da área total da Amazônia são de propriedade privada regularizada, e 18% do total já foram desmatados. Outros 41% são terras públicas com destinação já definida, como reservas indígenas e assentamentos. “Os 37% restantes são terras públicas que estão sendo disputadas”.
A melhor maneira de ajudar a preservar a floresta, na avaliação do Greenpeace, é se aliar ao governo brasileiro na vigilância de áreas que já foram destinadas a projetos de conservação, mas que não saíram do papel por falta de recursos. Marcio Santilli, do Instituto Socioambiental, também defende a atuação das ONGs estrangeiras em cooperação com o governo brasileiro. “Vale mais a pena investir nisso, num jogo casado com o Poder Público, do que tentar áreas privadas”, diz ele.
Essas áreas protegidas estão, por exemplo, na divisa entre os Estados de Mato Grosso e Amazonas, e ao longo da Rodovia BR 163, que liga Cuiabá a Santarém. Estima-se que 80% das áreas desmatadas estejam numa faixa de 100 quilômetros ao longo das rodovias que cortam a região. 

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