O AUTOMÓVEL E A CLASSE MÉDIA

Por mais paradoxal que seja, a televisão norte-americana consegue produzir algumas séries que alcançam extraordinário sucesso e são críticas do modo de vida dos norte-americanos. O sujeito rindo da própria infelicidade. Isso num país doente, com mais de 40 milhões de pessoas na linha da miséria, mas na convicção que na hora agá o Superman aparece e resolve tudo. Hoje nem Mickey Mouse.
E assim foi com Seinfeld, com os Simpsons, que continuam sendo reapresentadas em todo o mundo, assim o é ainda com Two and the Half Man, mas com o ator Charlie Sheen (a atual é um desastre) e agora, a mais recente delas, The Big Bang Theory, onde um bando de neuróticos exibe o caráter de hipocrisia de uma sociedade falida, ao lado de sonhos que se tornaram inalcançáveis.
Se Seinfeld mostra o politicamente incorreto do dia a dia em contraste com a hipocrisia e o cinismo, os Simpsons imbecilizam um trabalhador na lógica perversa do capitalismo e Charlie canta todas e leva todas numa evidente depreciação da mulher e no culto às drogas e ao álcool, diante de um irmão apatetado e em dúvida sobre sua sexualidade, de permeio uma criança já adulta tratada como idiota, The Big Bang Theory, num dos seus episódios, em que o personagem principal, Sheldon, descobre por engano um elemento da química e no final tudo não passa de uma interpretação equivocada do sistema métrico decimal, leva esse personagem, numa entrevista a uma emissora de rádio, dentro do episódio, a dizer que “é por isso que cada vez mais pessoas trocam o rádio pela televisão”.
Não admite ter sua genialidade de físico contestada.
O mercado hoje oferece de um lado um desodorante em versão feminina e masculina que faz da mulher uma super mulher e diante de um homem exausto, apresenta-se como capaz de transformá-lo num dínamo que enfrenta todo e qualquer desafio depois de um dia em Wall Street. Ou, um desodorante masculino que atrai mulheres e lhe permite seduzir a todas.
Charlie Sheen canta todas e leva todas em sua série. Obama cantou Angeline Jolie e levou um fora. Numa recente visita a Noruega foi forçado a trocar de lugar por sua mulher Michele, pois estava encantado e já cantando a primeira ministra do país.
É onde entra o pateta que a cada episódio violento que acontece todas as semanas nos EUA, atiradores malucos, etc, vai ao salão de imprensa e diz que “nossos pensamentos se voltam para as famílias das vítimas e já orei para que Deus proteja a América e os americanos”.
É a farsa do american way life em decadência política, econômica, social e ética (o que aliás nunca tiveram, ou quando tiveram foi a ética da perversidade).
A sociedade capitalista investe na classe média. Uma espécie que sobrevive no limite e se balançar muito bebe água.
A cultura do automóvel na cama a mulher na garagem ou o automóvel na cama, o homem na garagem.
Filas imensas para comprar a última edição do Windows, ou de um novo jogo japonês todo criptografado que os hackers logo abrem para todos e portas de magazines lotadas à espera da abertura por uma diferença de um dólar.
A etiqueta vai para fora para mostrar o poder. Dior, Calvin Klein, Pierre Cardin e por aí afora.
É a classe média, o grande entrave ao processo democrático.
No Brasil contaminada por Miami, ou Los Angeles, sem perceber que fora de New York não existe vida inteligente nos EUA, um ou outro lugar talvez, onde prevaleça a cultura afro-americana.
Lá ninguém fura fila, mas mata-se numa escola aos gritos de Heil Hitler.
Uma grande Hollywood, longe dos tempos de Gene Kelly e outros tantos notáveis, perto dos tempos de “velozes e furiosos”, a idiotice exibida em alta velocidade.
É a cultura da classe média que elege Waleska Popozuda como “pensadora da atualidade” e o automóvel como o novo deus de uma sociedade carcomida e podre nas manchetes de jornais e revistas da mídia venal e nas mentiras da tevê.
Mas vamos que vamos, o brasileiro nunca desiste. E tem a dupla Eduardo Campos e Marina da Silva, nova etiqueta a ser vendida aos trouxas. Como Jô Soares vai fazer para plagiar com a aposentadoria de David Letterman não sei. Só sei que se esqueceu de deitar.

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