“O MAIS IMPOPULAR DA HISTÓRIA”

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Num debate no plenário do Senado sobre votar ou não o Marco Civil da Internet, na terça-feira, dia 22, o candidato tucano a presidente da República, Aébrio Pó das Neves, numa linguagem primária e baixa, ofendeu o senador Lindenbergh Farias que tentava evitar a manobra que iria impedir a votação naquele dia.
O interesse de Aébrio era simples. Sem o Marco Civil, seria fácil controlar as redes sociais e evitar críticas à campanha, como, por outro lado, manter nove mil funcionários pagos para transformá-lo no candidato ideal, postando, diariamente loas a ele e sua quadrilha.
Quando Aébrio declara a mídia que “vou ser o presidente mais impopular da história” está falando para os banqueiros, grandes empresários e latifundiários, que vai governar segundo os parâmetros traçados por esse esquema das elites políticas e econômicas do País e tentando se mostrar ao povo como alguém com coragem para tomar medidas impopulares e “necessárias”.
Seu principal assessor econômico e provável ministro da Fazenda seria Armínio Fraga. Ex-presidente do Banco Central no governo FHC, responsável ela mais alta taxa de juros de todos os tempos no Brasil, pelos mais elevados índices de desemprego e que já declarou que o salário mínimo sofreu elevações acentuadas, podendo agora diminuir o ritmo de ganho real do trabalhador. Fraga foi diretor do grupo de George Soros, um dos maiores especuladores de todo o mundo e imposto a FHC em seu segundo mandato (surgido de um golpe branco) num momento que o País estava quebrando.
Aébrio acostumou-se com Minas Gerais, onde grita e a maior parte da Assembléia e do Judiciário se ajoelham, seja à sua passagem, ou de sua irmã Andréia, a verdadeira governadora, a verdadeira senadora e Deus tenha piedade de nós, uma eventual segunda mulher a presidir o Brasil.
O Marco Civil da Internet foi aprovado pelo Senado, deve ser sancionado pela presidente Dilma Roussef e é uma conquista, ainda que tímida em se tratando de comunicação, dos brasileiros.
A tal “impopularidade” que Aébrio fala é a privatização da PETROBRAS, também defendida por Eduardo Campos e Marina da Silva, a volta das políticas de Estado Mínimo, característica do neoliberalismo, o arrocho salarial, a terceirização e privatização os serviços básicos, a falta de investimentos em educação e a liberação das tarifas, tudo isso prometido num jantar na FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo –, estado onde até os serviços de telefonia para a Polícia serão terceirizados pelo atual governador Geraldo Alckmin.
Mineiro com residência no Rio, de conduta duvidosa na gestão da coisa pública, não consegue sequer um candidato a governador em “seu estado”. Pimenta da Veiga e Marcus Pestana, corruptos de carteirinha, já foram devidamente mandados para o espaço. Qualquer um dos dois que insista em manter seu nome significará a derrota líquida e certa do poder tucano, há doze anos dirigindo Minas Gerais.
Governador do estado por oito anos, em pelo menos três oportunidades Aébrio foi levado a um hospital em Belo Horizonte por conta de overdose de drogas. Já foi pego dirigindo embriagado no Rio e no mesmo Rio de Janeiro, já foi flagrado trôpego e trêbado distribuindo notas de cem reais a garçons e trabalhadores do restaurante Cervantes em Ipanema.
Sabe que tem dificuldades dentro de seu próprio partido – José Serra que não perdoa a traição nas duas vezes em que disputou a eleição presidencial -  e sabe que neste momento os seus principais apoiadores tentam convencer Eduardo Campos a desistir de sua candidatura, ou seja, uma inversão de chapa. Marina da Silva presidente e o ex-governador de Pernambuco candidato a vice.
São Paulo é um país vizinho, faz fronteira com o Brasil, fala a mesma língua e é controlado pela FIESP. Reparte o controle do poder público com a OPUS DEI, ordem religiosa de natureza fascista.
Aébrio decidiu deixar Minas de lado, considera seu feudo e lançar sua candidatura na capital paulista. O próprio Eduardo Campos mudou-se para a capital do “país” na tentativa de buscar os mesmos apoios que Aécio (já tem o do Banco Itaú).
Nos últimos dias o tucano fez críticas também ao MERCOSUL e implicitamente defendeu a volta da ALCA – Aliança de Livre Comércio das Américas – que transforma o Brasil em colônia dos Estados Unidos, não se importando de ser apenas o governador geral, como o foi FHC.
São essas as medidas impopulares de Aébrio no geral. A definitiva entrega do Pais, um rombo no processo de integração latino-americana, acordo feito nas várias viagens a Washington.
É que se pode esperar se por um desatino do eleitor o senador tucano for eleito presidente da República. A essa altura, com apoio ostensivo da mídia, com o festival de pesquisas montadas a seu favor e de seu parceiro de destruição, Eduardo Campos, nada é impossível, pois Dilma Roussef tem o péssimo hábito de entregar sua cabeça reiteradas vezes, como se medusa fosse, em bandeja de prata aos seus adversários.
Cabe aos brasileiros reagir.