O CANDIDATO REFINADO VIROU PÓ

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Aécio Neves deve imaginar que a legislação eleitoral (uma colcha de retalhos no Brasil) lhe é prejudicial. É que o próprio candidato é obrigado a dar entrevistas e a falar em determinadas situações. E cada entrevista, ou cada fala sua é um desastre absoluto. Desde aquela que um “vento etílico” o fez balançar e levou o câmera a se afastar para evitar riscos, até a que concedeu ao JORNAL NACIONAL, seu aliado e sede do comitê central do PSDB e afins.
Não tem sido capaz de explicar o aeroporto em terras de sua família em Cláudio, MG, e muito menos porque a chave desse campo de pouso fica guardada com seu primo Quedo, envolvido em tráfico de drogas.
Ou tocar, de leve, no fato do helicóptero da família Perrela ter se reabastecido nessa “obra” de seu governo em Minas, voltada, segundo ele, para “o desenvolvimento da região”. A não ser que 450 quilos de cocaína sejam fator de desenvolvimento, o candidato é cumplice de tráfico, ou o aeroporto foi construído nas condições conhecidas para servir ao tráfico.
No de Montezuma nem fala. Construído para impulsionar os negócios dele e da irmã, numa empresa agropecuária da qual são proprietários naquela região. Os cinco milhões do aeroporto de Itabira, terra do poeta Carlos Drumond de Andrade, que não merecia isso, esse dinheiro então, evaporou-se e há quem diga que o aeroporto é invisível para atender a exigências do ET de Varginha. Um local tranquilo onde a criatura possa receber seus familiares.
Com a ressalva que nem a Aeronáutica sabe disso.
É óbvio que as perguntas feitas a Aécio pelos apresentadores do seu comitê, o JORNAL NACIONAL, lhe foram mostradas antes. As respostas confusas e a intranquilidade mostrada pelo candidato que ora olhava para um lado, ora para outro, como que pedindo socorro, só se equipara a absoluta falta de neurônios de Eduardo Campos que também deve lamentar não poder deixar que Marina desfie seu “marines” nas entrevistas em seu lugar. Pelo menos ninguém entende nada, mas acha que ela disse alguma coisa. Campos é galhofa pura e produz uma sensação de desespero sem tamanho, pelo vazio e absoluto desconhecimento do Brasil, dos brasileiros e seu problema.
Vale dizer que dar as questões da prova antes para o aluno Aécio Neves não resolve nada.
A cara de pau é impressionante. Afirmou que fez da educação em Minas modelo para todo o Brasil. A não ser que o Brasil tenha mudado para a Dinamarca, a educação em Minas é uma tragédia, onde nem o piso salarial é pago. Não é difícil um país mudar. Na II Grande Guerra dizem que Salazar cobriu Portugal com uma grande capa preta e escreveu em cima – “Portugal mudou-se”..
Por que Minas então não pode ter se mudado para o Leblon, onde bate ponto diariamente o senador?
Em se tratando de Aécio as viagens são intergalácticas.
José Serra, a despeito de ser do mesmo partido, é apontado como responsável pelo fogo amigo que o candidato tucano sofre. FOLHA DE SÃO PAULO, a entrevista ao JORNAL NACIONAL e uma ou outra derrapada aqui e ali noutros veículos de comunicação. Aécio ganhou até uma chance. Os candidatos podem ser trocados até setembro.
É lógico que não vai renunciar à candidatura. Se o fizer será debaixo da mira de um trabuco. Seu partido é um cesto de cascavéis e desde que Alckmin e a OPUS DEI proclamaram a seca e a independência de parte de São Paulo e Paulo Skaf e a FIESP, a independência de outra parte, que o antigo estado da Federação brasileira é só um país vizinho que fala a mesma língua e faz fronteira com o Brasil.
No duro mesmo, o que aconteceu é que refinado, o candidato tucano virou pó.