Opinião - TRIBUTO A MINHA MÃE

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O Dia das Mães está chegando novamente e eu percebo que, apesar de estar com sessenta e dois anos, ainda sou umm filho como todos os outros, como se tivesse apenas cinco, dez ou quinze anos. A não ser pelo peso, que insiste em aumentar, pelos fios de cabelo, que vão rareando, pelas rugas e epelas ites e oses, sou o mesmo menino de sempre, que tem uma mãe lutadora e protetora, que ama todos os filhos como se fossem apenas um.
Hoje o tempo já lhe pesa nas costas, mais do que pesa nas minhas, mas ela continua forte e resistente, apesar da idade bem avançada e apesar das próteses nos joelhos.  Ela continua indo e vindo, visitando a gente e os outros parentes, mesmo que isso não seja mais tão frequente como outrora. Ela não pode mais viajar de avião, em viagens como para Portugal, onde estão duas netas, pois a viagem é longa demais e não faz bem para as pernas dela, ficar sentada tanto tempo. Mas ela viaja de carro e, às vezes, até de ônibus.
Ela recebe a gente como sempre, na sua casa, onde mora sozinha. Sozinha, mas com algumas de minhas irmãs morando por perto. Sua casa é pequena, mas é uma graça. Ela andou aumentando, recentemente, fazendo mais um banheiro e uma edícola que avança pelo quintal, onde colocou a área de serviço e um grande varandão com uma enorme mesa para reunir todos os filhos e/ou  os irmãos, para grandes almoços ou grandes jantas.Reunindo a família, enfim.
Ela ainda cozinha aquelas comidinhas que só mãe faz. E a gente come até não poder mais, porque é a comidinha da mamãe e é deliciosa, mesmo que aumente uns quilinhos. E ela faz compotas, conservas de legumes e verduras, os quais ela colhe de sua própria horta, pois a gente – nos, os filhos e genros – vamos lá, de tempos em tempos, e plantamos alfaces, beterrabas, vagens, pepinos, etc. E ainda existe um grande e produtivo pé de chuchu, que nunca deixa faltar matéria prima.
Minha mãe trabalhou a vida toda – ela foi ferroviária, trabalhou nas estações de Corupá e São Francisco do Sul – e, além disso, cuidou dos dez filhos e da casa ela mesma, nunca teve empregada. Fomos sempre humildes, mas nunca nos faltou nada, porque ela sempre esteve lá, provendo tudo.
Neste ano, o aniversário dela cai no Dia das Mães. Então, esse dia 10 de maio é duas vezes o dia dela. Duas vezes mais carinho pra você, mãe. Muito orgulho de poder chamá-la de mãe. Mil beijos, hoje e sempre.


http://www.jornalorebate.com.br/463/FotoAmorimfundobco.gifSobre o autor: Luiz Carlos Amorim é Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com 34 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam as revistas Suplemento LIterário A ILHA e Mirandum (Confraria de Quintana), além de mais de 50 livros.
Foi eleito a Personalidade Literária de 2011 pela Academia Catarinense de Letras e Artes e ocupa a cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras. Foi o representante de Santa Catarina no Salão Internacional do Livro de Genebra, com o lançamento de 3 obras suas, participação na antologia Varal do Brasil e com a divulgação de escritores que não puderam ir, com a revista Suplemento literário A ILHA.
Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA. e autor de 29 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior, como Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Correio do Povo, Folha de Pernambuco, O Estado, de Fortaleza, A Noticia, Noticias do Dia, Folha de Pernambuco, Roraima em Foco, Folha do Espírito Santo, etc. – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, além de colaborar com vários portais de informação e cultura na Internet, como Rio Total, Telescópio, Cronópios, Alla de Cuervo, Usina de Letras, etc.

Leia o blog Crônica do Dia, em
Http://luizcarlosamorim.blogspot.com