O CASAMENTO REAL

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O casamento do príncipe Wiliams com Kate Middleton implicou no convite ao açougueiro, ao dono do pub e ao dono da loja de conveniência do condado de Berkshire, terra natal de Kate. Os demais moradores do local, perto de mil e quinhentos, vão poder acompanhar a solenidade pela tevê e terão direito a repicar de sinos da igreja às quatro horas, com bolo gigante em seguida.

A lista de convidados inclui os ex-primeiros ministros conservadores, mas exclui os ex-primeiros-ministros trabalhistas. Não foi divulgado se no caso há uma exceção para Tony Blair. É que o ex governante inglês num dado momento de uma campanha contra os gastos excessivos da monarquia - família real - saiu em defesa da rainha e todo o séquito de príncipes, duques, marqueses, condes, viscondes e barões.

A despeito dos altos custos do casamento real, tudo está pago. É que redes de tevê, jornais e revistas escolhidos a dedo, compraram a transmissão a preço de ouro.

As dificuldades, segundo a imprensa britânica, virão depois. O casal vai precisar de crédito para suprir as despesas seguintes ao casamento.

Se grandes jornais em todo o mundo não noticiaram ainda o mal estar causado pela falta de convite ao presidente Barack Obama dos Estados Unidos, o fizeram na expectativa que a família real corrija o equívoco - do ponto de vista britânico - pois a "Micro Bretanha (definição de Milton Temer) não é hoje nada além da principal colônia norte-americana na falida Comunidade Européia, cercada de bases militares da OTAN por todos os lados.

Elizabeth II é um bibelô conservado pelos britânicos e norte-americanos, numa dessas escrivaninhas do século XV, ou até antes, como forma de manter o show, o espetáculo e assim as tropas marchando para que o príncipe Phillipe, o consorte, possa exercitar seu heil Hitler diário.

É a oração da manhã. Sua Alteza, companheiro da rainha, nunca escondeu suas simpatias pelo nazismo.

Como os critérios para a escolha dos convidados incluíram - os convites já foram expedidos - nobres, é possível que o "príncipe"
Fernando Henrique Cardoso esteja se remoendo até porque em sua concepção é o último faraó vivo, disputa feroz que trava com José Sarney.

"Se não temos heróis, somos comuns, se somos comuns não temos direção". A frase é de Bernard Malamud, romancista e contista norte-americano.

Isso explica a legião de soldados rasos que se acreditam conscientes e se imaginam imortalizados no panteão do soldado desconhecido. No caso me refiro a soldados de quinta categoria e não os tombados em combate.

Os chapas branca.

Arrastam consigo legiões de seguidores cujos cabelos encanecidos e ralos não são sinônimo nem de vida e nem de experiência, mas de medo do não ter direção. No duro mesmo, constatação.

"Quem, de três milênios , não é capaz de se dar conta, vive na ignorância, na sombra, a mercê dos dias, do tempo" - Goethe.

O espetáculo é fantástico. Há um cálculo entre empresas voltadas para o setor - casamento - que nos próximos meses haverá um aumento de "negócios" motivado pelo fator Williams/Kate e lucros maiores, pois cada qual tentará transformar sua união num grande conto de realeza.

Tudo bem, até que o divórcio nos separe.

Está na "arqueologia das almas", escavação feita por Freud ao longo de sua vida, seu trabalho e suas obras.

Sua majestade a rainha Elizabeth II em édito especial dispensou Kate Middleton do exame de virgindade, exigido por uma antiga lei britânica para plebéias que aspiram casar-se com presuntivos herdeiros do trono do extinto império onde o sol não se punha.

Hoje é mais ou menos passar a mão no toco. O sangue azul vai se misturando ao vermelho dos mortais comuns.

Um tipo de anemia que poderia ser democrática não fosse a "Micro Bretanha" ponto de partida, um dos, da agressão terrorista à Líbia e ao povo líbio.

Não sei quem vai transmitir o casamento real para a GLOBO. Mas imagino que a rede esteja preocupada em montar um time capaz de descrever minuciosamente o vestido da princesa, os trajes do príncipe, a altivez da rainha Elizabeth II e o passo de ganso do príncipe consorte.

Todos os capacetes dos soldados que farão as honras da cerimônia foram polidos e reluzentes estarão no momento do sim.

Para famílias reais mais antigas, cheias de venerandos príncipes, barões, etc, haverá uma corte de criados com babadores e fraldas descartáveis para qualquer emergência constrangedora. Nada disso será mostrado é lógico.

Só o esplendor do nada, na tarefa de despertar o fascínio pelo vazio, transformando-se na edição espetacular do FANTÁSTICO - isso no Brasil - com chamadas diárias do JORNAL NACIONAL.

É por aí. "Veja quantas coisas o ateniense precisa para viver", disse Sócrates numa feira em Atenas ao contemplar os últimos lançamentos da Nike, da Reebok, da Mizuno.

"Saia da minha frente que você está tampando o meu sol". Diógenes a Alexandre Magno.

Creio que nas celebrações das bodas dos príncipes é possível que em nome da liberdade as forças da OTAN façam ataques múltiplos na Líbia e no Afeganistão.

Num desses ataques no Afeganistão confundiram uma cerimônia de casamento com um ajuntamento de terroristas e mandaram noivos, famílias e convidados para o beleléu tudo em nome da liberdade e segundo os desígnios divino/democráticos.

Ato contínuo enviaram um pedido formal de desculpas às famílias e pronto.

Continuam a espargir liberdade, como gosta de dizer José Sarney referindo-se ao seu governo.

Um último aviso. Que a GLOBO advirta Bial, caso seja ele a transmitir a solenidade que é para não chamar os príncipes de "meus heróis".
Mesmo porque consta que três ex-BBBs viajaram para Londres para ver de perto o matrimônio.

Eu me lembro quando moleque que assisti ao MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA, com Charlton Heston e Betty Burton.

Tinha de tudo no circo, desde palhaços fardados de chapas brancas até trapezistas vacilantes e um gerente que não deixava um cisco no chão.

Os comuns limpavam tudo, já que sem direção.