A BIRUTA DE CHÁVEZ DESGOVERNOU

A ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – entende que as FARCs-EP (FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS COLOMBIANAS – EXÉRCITO POPULAR) são um grupo insurgente, revoltoso num processo de guerra civil na Colômbia.

O governo de George Bush, em seu desvario nazi/sionista classificou as FARCs-EP como grupo terrorista.

Fundado em maio de 1964 o movimento guerrilheiro liderado por Manuel Marulanda (morto por um ataque cardíaco) chegou a ter 30 mil homens em atividade militar e de combate e hoje se mantém com perto de 17 mil soldados.

Controla boa parte do território colombiano e nos últimos oito anos foi alvo de toda a sorte de violência e barbárie possíveis por parte do narco/governo de Álvaro Uribe, sustentado pelos EUA. Permanece a mesma política chamada de Plano Colômbia, no governo do atual presidente Manoel Santos.

O governo Lula, à época, rejeitou aceitar o rótulo que Bush impingiu ao grupo. O chanceler Celso Amorim foi claro e enfático ao dizer que o Brasil enxergava as FARCs como a ONU. Um movimento insurgente, revoltoso.

As FARCs são a face mais visível da história de dois séculos de violência na Colômbia, desde a independência do país, em 1810. André Roberto Martin, professor da Universidade de São Paulo, afirmou que “nunca existiram centros de poder. Como ninguém se impõe, todos pegam em armas”.

Terminado o conflito que resultou do assassinato do líder Jorge Elíecer Gaitán, em 1948, um acordo entre os dois principais partidos da direita colombiana (Conservadores e Liberais) fez com que a presidência do país fosse alternada. Ora um, ora outro, alijando todas as demais forças políticas existentes.

De 1830 até o início do século XX foram nove guerras civis e onze constituições.

Na década de 60 mais de vinte grupos guerrilheiros se organizaram e dois sobrevivem com força maior até os dias atuais. O ELN – EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL – e as FARCs.

As políticas terroristas de George Bush e a associação com o narcotráfico (Álvaro Uribe e agora Manoel Santos) resultaram num impulso sem precedentes no chamado Plano Colômbia. Na prática o país está ocupado por militares e conselheiros norte-americanos, recebe armas e dinheiro para enfrentar a guerrilha e uma política de terror se espalhou por toda a Colômbia através de grupos de extrema-direita, os chamados paramilitares, que controlam a produção e o tráfico de drogas. São aliados de Uribe e Santos, que, a rigor, surgiram dentro desses grupos.

Uma das razões da destruição ambiental da Amazônia e da poluição dos rios em particular, é o uso de armas químicas e biológicas cedidas pelos norte-americanos ao exército da Colômbia, para o combate à guerrilha. O rio Amazonas no Brasil é uma das vítimas desse crime ambiental.
A necessidade de dispor de uma base/país na América do Sul levou e leva os EUA a fechar os olhos às denúncias (do próprio DEPARTAMENTO ANTI-DROGAS do país) de associação do governo com os grandes cartéis da droga.

Importante é um centro onde possam operar em toda a América do Sul e manter estruturas capazes de garantir o controle sobre os países dessa parte do mundo. A Colômbia hoje é a porta de entrada de uma conflagração sul-americana prevista num estudo feito na década de 70 pelas Nações Unidas.

As recentes vitórias de presidentes de esquerda e centro-esquerda em países como o Brasil, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Bolívia, Equador e agora Peru, a independência da Argentina em relação a políticas norte-americanas, tornam a Colômbia vital para os interesses políticos e econômicos dos EUA.

Das chamadas revoluções bolivarianas acontecidas na América do Sul duas se destacam até agora. A da Venezuela, promovida pelo governo do presidente Hugo Chávez e a da Bolívia, liderada pelo presidente Evo Morales.

A Venezuela é um dos detentores de imensas reservas petrolíferas e a Bolívia de gás natural.

O governo Chávez marcou durante um determinado período uma radical mudança nas relações com os EUA e serviu de inspiração para movimentos populares em toda a América Latina, isso num momento agudo do avanço, ou das tentativas de avanço dos EUA sobre essa parte do mundo. Chaves sofreu tentativas de golpes de estado, enfrenta forte oposição das elites econômicas de seu país financiadas pelos EUA e transformou-se no líder natural dessa reação a políticas norte-americanas, como a ALCA – ASSOCIAÇÃO DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS –. Uma espécie de recolonização dos países latino-americanos.

Em várias oportunidades tentou-se vincular o presidente venezuelano às FARCs.

Na prática, a grande revolução bolivariana e socialista ocorre na Bolívia de Evo Morales.

Neste momento a biruta revolucionária do presidente Chávez vai de equívocos em equívocos.

Primeiro, a entrega do jornalista Joaquím Pérez Becerra, detido num aeroporto venezuelano quando vinha da Europa, a pedido do presidente da Colômbia. O jornalista dirigia a agência de notícias ANNCOL e vivia exilado na Europa. Chávez entrou-o ao governo da Colômbia.

Num segundo momento o diálogo com o governo golpista de Honduras e o presidente Pepe Lobo para uma anistia para o ex-presidente Manoel Zelaya, deposto em julho de 2010 por um golpe militar. O fato, consumado num acordo, permitiu a volta de Honduras e seu regime terrorista (camponeses, lideranças trabalhadoras de oposição são assassinadas praticamente todos os dias por esquadrões da morte do governo) a OEA – ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS.

Por último a prisão de um integrante das FARCs exilado em território da Venezuela e prestes a ser entregue – diante de protestos em todo o mundo – ao narco/governo de Juan Manoel Santos. Guillermo Torres Cueter é o militante preso na Venezuela. Conhecido também como Julián Conrado.

Uma mensagem foi enviada ao guerrilheiro preso pelo comando das FARCs, pode ser lida em

http://uniondepueblosde americalatinaecaribe.blogspot.com/2011/06/mensaje-de-los-guerrilleros-de-las-farc.html

O ato do governo Chávez longe de ser um retrocesso em meio a muitos nesses últimos meses, é de traição.

Que a mídia venal e podre que temos considere as FARCs um grupo terrorista é o óbvio. William Waack, apresentador de um dos tele jornais da GLOBO, a maior rede de tevê do Brasil e uma das maiores do mundo, é um dos analista preferidos – e pago – do Departamento de Estado norte-americano. Nas eleições brasileiras do ano passado Hilary Clinton se valeu das análises do jornalista (errou todas).

Que o jornal FOLHA DE SÃO PAULO, cúmplice da tortura e do assassinato de presos políticos na ditadura militar no Brasil chame o torturador, estuprador e assassino Brilhante Ulstra – coronel comandante do DOI/CODI paulista – para ser seu colunista, é normal.

São braços de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Mas que Chávez se iguale a esse tipo de bandido/terrorista é inaceitável.

Não há nada que justifique, mesmo porque o apoio às FARCs longe de ser apoio a um grupo terrorista (não matam civis na Líbia, no Afeganistão, não roubam museus como no Iraque, etc), é a solidariedade a um exército popular que luta para livrar seu país seja do jogo estrangeiro, seja do narcotráfico, ainda que a GLOBO tente imputar à guerrilha vínculos com o tráfico.

Beira-mar, um exemplo, foi preso com paramilitares, nunca teve ligações com a guerrilha.

Que o Amazonas seja poluído por armas químicas e biológicas isso é irrelevante para a extrema-direita aqui, ou na Colômbia.

O que importa para eles é o controle dessa parte do mundo e Chávez parece estar aceitando uma realidade que vai levar por terra todos os avanços alcançados pela Venezuela nesses anos e pior, o próprio governo dele.

Liberdade para Julián Conrado. Os terroristas são outros. 

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