O QUE HILARY CONVERSOU COM SEIS TRAIDORES?

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A secretária de Estado norte-americano Hilary Clinton convidou seis ex-presidentes de países sul-americanos para um jantar cercado de sigilo. Ernesto Zedillo, Cesar Gaviria, Francisco Flores, Alejandro Toledo, Martin Torrijos e Fernando Henrique Cardoso jantaram com a secretária de 18 para 19 de maio (a conversa foi longa) e a decisão foi de mantê-la em segredo.

O jornal THE NEW YORK TIMES revelou que, apesar do sigilo, Hilary manifestou preocupação com as criticas que seu país recebe na região.

No mundo globalizado pela globalitarização de milhares de armas nucleares, químicas e biológicas dos EUA é difícil aplicar à palavra traidor o mesmo caráter de anos atrás. Nações inteiras são dissolvidas nesse conceito de neoliberalismo, nova ordem econômica e um mundo de uma única verdade passa a existir debaixo desse tacão que hoje é nazi/sionista.

A presença de FHC não causa surpresa. O ex-presidente só não passou a escritura definitiva do Brasil em seu período por insuficiência de tempo. Bem que tentou. Quando o nipo/peruano Fujimori foi eleito para um terceiro mandato (logo em seguida afastado), o brasileiro foi o único a defender o ditador de olho num terceiro tempo.

Presidentes de centro-esquerda têm sido eleitos pelo voto popular em países da América do Sul e a exceção do Chile e da Colômbia não se pode dizer que os demais sejam propriamente amigos dos EUA (embora o governo Dilma pareça louco para cair nas mãos de Washington, no tal pragmatismo “patriota”).

Barack Obama enfrenta uma difícil eleição em 2012 quando vai tentar mais um mandato. Perdeu as eleições legislativas de 2010, alguns estados importantes e não conseguiu implementar nenhum dos seus principais projetos de campanha, enunciados em 2008.

Num dado momento, após a derrota de 2010, adotou o estilo Bush disfarçando-o com luvas de pelica.

De lá para cá se revelou um dos grandes embustes dos últimos tempos.

Os anos Bush foram como se a América Latina não existisse, exceto a Venezuela (tentou vários golpes contra o governo Chávez e num deles quase conseguiu). Obama entende agora que essa parte do mundo passa a ser de vital importância para o seu país, para os projetos do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Foi por isso que a secretária Clinton convidou seis ex-presidentes da folha de pagamento de seu setor no governo. E é por isso que vai continuar a conversar com interlocutores de confiança (tipo William Waack por exemplo), para saber o que pode ser feito para tanto ajudar Obama em sua campanha pela reeleição, como para controlar países sul-americanos que em maior ou menor escala escapam do controle de Washington.

Imagino que num encontro, digamos por hipótese, de seis horas, FHC tenha falado cinco horas e meia e saído com a certeza que todos os problemas estavam resolvidos, pois o tempo fora o bastante para lançar luz, sua luz, sobre a incompetência do resto, inclusive Hilary.

É da natureza do ex-presidente brasileiro, se acreditar enviado divino.

Não é correto e é inexplicável o que Dilma declarou de público ao dizer que FHC foi o responsável pela estabilidade. Desde quando falência significa estabilidade?

A fala de Dilma foi dias após o jantar em Washington e outra conseqüência, foi a ducha de água fria lançada no programa de DIREITO À MEMÓRIA E A VERDADE, sobre o que de fato aconteceu durante a ditadura militar.

Começou com Hilary, ao afirmar que certas coisas devem permanecer secretas (revelariam a participação de governos dos EUA em tortura, estupros, assassinatos), passou por Dilma dando passos atrás na questão e termina com José Sarney, um dos maiores crápulas da história recente do Brasil dizendo que “não vamos transformar a história do Brasil num WIKILEAKS”.

Ou seja, vamos manter ocultos os crimes praticados pelos militares durante a ditadura.

Se atentarmos para as declarações de Dilma Roussef sobre essa tal estabilidade, na prática, isso significa eliminar o principal argumento do ex-presidente Lula para determinadas políticas. O de “herança maldita”.

Como fica? “estabilidade” ou “herança maldita”?

O que a presidente mostrou até agora é que tudo o que se imaginava a seu respeito era e é apenas imaginação. Não está à altura do cargo, não está compreendendo o momento histórico vivido pelo País e está afundando cada vez mais em alianças perigosas e complicadas.

Michel Temer já deixou claro que “estou pronto e em condições de assumir o governo”.

Uai! Não assumiu ainda?

FHC está vivo e bem ativo. O jantar com Hilary foi mais que um sintoma disso. Dilma a cada ação não faz nada que não contribuir para que essa ressurreição e o ex-presidente já percebeu que a oportunidade para a volta tucana é de ouro.

Que estabilidade é essa que FHC trouxe?

A política econômica do governo FHC, seguida em boa parte por Lula e agora por Dilma promove a destruição da indústria nacional, acentua privatizações de setores estratégicos (aeroportos), se perde em projetos criminosos como Belo Monte, beneficia escandalosamente especuladores e banqueiros e mantém um Estado paternal, na presunção que nesse passo de tartaruga, com eventuais avanços aqui e ali vai conseguir chegar à frente do coelho. Aquilo é fábula.

Quando Hilary chamou FHC e outros presidentes sul-americanos para conversar, chamou-os para traçar as linhas e reassumir o controle de países como o Brasil, passo a passo transformando-se num entreposto dos EUA, com forte presença de Israel em áreas inaceitáveis e inaugurando e consolidando o ciclo do agronegócio.

Voltamos a ser produtores de matéria prima. Vamos exportar borracha para importar pneus.

FHC está além de um traidor, o cara que troca de lado, que revela segredos do seu país a potências estrangeiras, que promoveu a maior entrega de patrimônio público brasileiro ao capital internacional.

FHC é a quintessência da amoralidade e segundo Dilma Roussef responsável pela “estabilidade”.

Hilary não está comendo o mingau pelas beiradas, já comeu as beiradas.
Está indo para o centro do prato.