O GOLPE BRANCO DA REELEIÇÃO DE FHC – HORA DE REVERTER AS PRIVATIZAÇÕES

O processo de privatizações e transformação do Brasil em entreposto dos interesses estrangeiros começa a tomar corpo com a candidatura Collor de Mello, invenção da REDE GLOBO. Invenção e manipulação. A tal abertura dos portos que o bandido de Alagoas vivia falando.

Em 1989 a ordem era derrotar Leonel Brizola a qualquer custo e isso implicou em levar Lula para o segundo turno (nos últimos dias da campanha a mídia de mercado trabalho duro para essa realidade principalmente no Rio de Janeiro). Àquela época seria, como foi, muito mais fácil, manipular a favor de Collor com um adversário como Lula, esgrimir com o fantasma do “comunismo”, que enfrentar Brizola, até porque estava viva a farsa do golpe GLOBO/DITADURA/PROCONSULT em 1982 na tentativa de eleger o corrupto Moreira Franco (ministro de Dilma) para o governo do estado do Rio. Sabiam que Brizola era osso duro de roer.

O problema é que atingido o objetivo não foi possível aos que mexiam os cordões que faziam Collor de Mello funcionar. O boneco arrebentou-os e passou a agir a seu modo, logo, fracasso total e absoluto. Collor, como Aécio, é pura estampa, nada além disso. São dois tresloucados que não rasgam nota de cem.

Nos momentos finais do governo Collor, na tentativa de salvar o presidente do impedimento, foi sugerido – Roberto Marinho era um dos que tentava a todo custo salvar Collor – que Fernando Henrique Cardoso fosse nomeado para um super ministério, que, na prática, equivaleria a ser o presidente real do País. Collor fez o convite, FHC, sem caráter nenhum, amoral, aceitou publicamente e chegou a dar entrevistas dizendo que era possível “salvar a democracia” (quer dizer a propina dele, de Serra, etc), mas Covas, então o principal líder tucano se opôs. FHC, que guarda também o ódio na geladeira, nunca o perdoou por isso.

Itamar Franco não meteu a mão no bolso de ninguém, muito menos dos cofres públicos, em nenhum dos cargos que ocupou. Um bando à sua volta sim. Nem todos, mas uma expressiva fatia do chamado “grupo de Juiz de Fora”. E Itamar era apenas um projeto pessoal. Um errático.

Caiu no conto de FHC. Um acordo feito entre ele o seu ministro da Fazendo implicava em lançar o nome de FHC nas eleições de 1994 e em troca, em 1998, receber o apoio de FHC para sua volta.

Não conhecia o caráter escorpião de FHC. Hiena. Foi traído em todos os sentidos.

A reeleição de FHC já estava decidida por banqueiros, grandes corporações, Washington, como a de Menén na Argentina.

A emenda constitucional que aprovou sem consulta popular a reeleição por mais um período atendia a determinações da nova ordem econômica, como dizia Brizola, “veio de longe, do Norte”, custou o olho da cara ao brasileiro (Sérgio Mota era o encarregado de comprar deputados e senadores e o fez por atacado).

Foi um golpe branco. Sem que disparasse um só tiro. Tão somente dinheiro para os deputados e senadores que exigiam pagamento em espécie e a vista, ou concessões para serviços de rádio e tevê, para os que buscavam compensações outras.

A bancada evangélica como um todo. Deve ter entendido que o presidente estava pagando o dízimo pelo apoio da quadrilha.

A bancada ruralista, além do extra (em espécie ou concessões de rádios e tevês), a garantia dos “negócios” do latifúndio.

Um inquérito foi aberto sobre a escancarada compra de votos para aprovar a emenda da reeleição e um deputado chegou a renunciar diante das provas apresentadas. Livrou a cara de Sérgio Mota e de FHC, provavelmente outro extra.

Geraldo Brindeiro, amigo de FHC e Procurador Geral da República – abafava todos os casos contra o governo, estava no bolso da quadrilha tucana – recebeu o inquérito com recomendação de um procurador para que fosse denunciado todo o processo, o que significa dizer que a reeleição de FHC, mesmo sendo fato consumado àquela altura do campeonato, havia sido forjada num golpe orquestrado por Sérgio Mota (amigo e sócio de FHC. Morreu em seguida e na divisão do patrimônio da sociedade FHC passou a perna na viúva de Mota).

O inquérito permanece lá e poderia ter ido à frente no governo Lula. O ex-presidente optou pelo caminho da conciliação em alguns pontos, de contornar obstáculos, de políticas sociais que não implicassem em mudanças da estrutura econômica do País, enfim, além de ter inventado o “capitalismo a brasileira”, andou no fio da navalha, mesmo quando os tucanos arriscaram uma tentativa de impedimento no episódio do mensalão. Soube esquivar-se o jogo era pura cena política com vistas à futuras eleições, Brasília, o mundo político – com as exceções de praxe – é um clube de amigos e inimigos cordiais, a verdadeira disputa é pela chave do cofre, o modelo é o mesmo. O cartaz de propaganda é que muda.

FHC foi derrotado Três vezes. A primeira delas em 2002, mas uma derrota que não o preocupou, pois imaginava voltar em 2006, apostava no fracasso do governo Lula, tomava como exemplo – em conversas públicas – o governo de De La Rúa na Argentina.

De uma certa forma não perdeu em 2006, pois Alckimin não era o seu candidato e tucanos habitam um grande cesto, ninho de cobras, onde se picam sem cessar É da índole e da natureza tucana essa característica de víboras.

Em 2010 perdeu. Contava eleger José Serra e chegou a negociar o Brasil num encontro em Foz de Iguaçu (denunciado por este jornalista) num dos hotéis mais luxuosos da região, onde um parceiro da GLOBO e dos tucanos montou um cenário perfeito para “investidores estrangeiros”. O lucro compensava e sabia, àquela altura, que não tinha mais chances de voltar a ser presidente.

Esse desespero era tanto que quando Alberto Fujimori deu um golpe branco alcançando um terceiro mandato, foi o único presidente das Américas a apoiá-lo. Nem Clinton fez isso. Era a mão direita escapando sem qualquer pudor.

O livro do jornalista Amaury Ribeiro transcende a corrupção tucana e seus acessórios (DEM, PPS, bancada evangélica, bancada ruralista), para trazer uma perspectiva necessária e que se impõe pelo conjunto dos fatos revelados.

É hora de rever as privatizações. É hora de mostrar o que aconteceu nos oito anos de FHC, pois se a filha de Serra lavava o dinheiro – lava ainda evidente, existem vários “clientes” – dos “negócios”, o condutor do processo era o presidente.

Um presidente venal, corrupto e eleito a partir de interesses de nação estrangeira, de bancos e corporações estrangeiros, que num golpe branco – golpe de estado – comprou um segundo mandato – com amplo apoio da mídia de mercado, golpista e venal.

São duas fases da história do Brasil que necessitam ser contadas. Mostradas aos brasileiros. A boçalidade e o caráter real do golpe militar de 1964 – de fora para dentro – e agora, com as denúncias de Amaury Ribeiro, a verdadeira extensão da quadrilha tucana e todo o seu entorno, que não verdade, são os grandes mentores desse processo capitalista vergonhoso.

Bancos, grandes corporações, mídia de mercado, a aliança entre grupos estrangeiros e nacionais o que não faz outra coisa que não transformar o Brasil numa potência de fancaria diante da teia que nos encobre desde 1964 e dos anos FHC e que nunca foi de fato arrancada.

É um desafio para o governo Dilma que dificilmente a presidente irá enfrentar. Faz parte do clube de amigos e inimigos cordiais e é por essa razão que o seu partido, o PT, um PSDB com cores diferentes (com as exceções que todos conhecemos), boicota a CPI das Privatizações.

Essa luta vai ter ser travada nas ruas, como vem acontecendo no resto do mundo, no exato momento que os brasileiros perceberem que o chamado institucional não passa de uma farsa e não temos democracia. Só um jogo em que os operadores são sempre os mesmos.
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