A GLOBO E O CARNAVAL – “OS VÂNDALOS” DE SÃO PAULO

Do momento que o local onde eram apurados os votos do desfile de escolas de samba de São Paulo foi invadido, até a identificação do invasor, a repórter da GLOBO que estava no local imputou de forma sutil, mas nem tanto, a culpa a integrantes da GAVIÕES DA FIEL, escola que desfilou homenageando o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Num determinado ponto das transmissões, logo após o incêndio em um carro alegórico ter sido debelado (segundo a jornalista da GLOBO “chamas altas que podem gerar um incêndio de grandes proporções, há muitas casas aqui por perto”), ao pé da transmissão, embaixo dos televisores de quem sintonizava a GLOBONEWS, apareceu a mensagem tachando de vândalos e afirmando que por onde passavam os integrantes da GAVIÕES DA FIEL “estavam depredando tudo”.

De repente o invasor não era da GAVIÕES DA FIEL, mas de uma escola que estava sendo rebaixada com os números até então apurados. E nem os tais “vândalos” estavam quebrando tudo.

O foco das críticas mudou para a expectativa do que viria a acontecer, que solução seria dada à confusão e logo o estúdio chamou para um intervalo providencial, enquanto, lógico, se conseguia o tempo necessário para manter a pressão sobre a escola que homenageou Lula. Já não se podia imputar a um integrante da GAVIÕES DA FIEL a invasão.

Não sou lulista e nem sou petista.

Setores da GAVIÕES DA FIEL e de outras escolas haviam denunciado a troca de um jurado em cima da hora, pressões da GLOBO junto a jurados para não permitir uma eventual vitória da GAVIÕES DA FIEL e esses fatos vieram a público.

Há toda uma corrente nesse processo. Os que sustentam e patrocinam escolas de samba lavando dinheiro de atividades ilícitas, a GLOBO e autoridades do poder público.

A época de ouro da escola MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL – uma grandes escola sem dúvida – coincidiu com o fato de José Bonifácio, então diretor geral da GLOBO e Castor de Andrade, “empresário”, serem os principais dirigentes daquela agremiação. Num dos desfiles, num determinado ano apareceram juntos em plena avenida, em pleno sambódromo. Abraçados e comemorando antecipadamente o que já sabiam seria o resultado do desfile.

Em diversas oportunidades ao longo de sua história a GLOBO comprou eventos esportivos ou musicais e não os exibiu – foi acusada de práticas monopolísticas – simplesmente para que as concorrentes não tivessem chances de fazê-lo.

Não aconteceu nada, como nada acontece com a GLOBO quando se trata de infringir leis, receber dinheiro público – Fundação Roberto Marinho, destinado a obras de prevenção de acidentes naturais – promover estupros em um dos seus programas (um bordel televisivo e da pior qualidade, pois há bordéis respeitáveis), mentir em seus telejornais, insultar os telespectadores, como o fez William Bonner ao chamá-los de idiotas rotulando como Homer Simpson, ou servir descaradamente a interesses estrangeiros como William Waack (o preferido de Hilary Clinton. Defender assassinatos seletivos como Caio Blinder, apoiado por um foragido da justiça brasileira Diogo Mainardi (escapou de condenações em processos por calúnia, injúria e difamação).

É intocável nos falsos dossiês que monta. Nas práticas de monopólio, em tudo o que faz, pois nada do que faz é gratuito ou voltado para o bem comum, até o que possa parecer ser.

A GLOBO surgiu – a rede de tevê – pouco antes do golpe militar de 1964 e curiosamente o próprio Carlos Lacerda, paladino da direita, reagiu à presença de capital estrangeiro em veículos de telecomunicações (mas até perceber, ou receber o recado de Washington que “eram amigos”), dentro de um processo que seguia a linha do jornal, transferia-a para a tevê despontando como o mais importante veículo de comunicação e foi decisiva no golpe e durante todo o período da ditadura militar. Conivente. Porta-voz da barbárie.

Na transmissão do desfile das escolas de samba de São Paulo, à passagem da GAVIÕES DA FIEL, em nenhum momento se referiu à ditadura militar como tal, mas a “governos militares”, ousou tocar nas torturas covardes e desumanas do regime, enfim, buscou de todas as formas esconder do telespectador as críticas àquele período, enquanto pressionava jurados e dirigentes da liga de escola de sambas paulista para não permitir a vitória da escola que homenageava Lula. Como escrevi acima, até jurado foi trocado.

O carnaval paulista, como o carioca, é da GLOBO. Escolas de samba, em sua imensa maioria, transformadas em lavanderias de dinheiro sujo, sambista usado e explorado e autoridades (autoridade?) como o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a serviço dos interesses desse conjunto de máfias, à medida que sua própria máfia é pequena diante desse gigante das comunicações.

É incrível, mas uma festa popular foi transformada em “AÍ QUE SAPUCA!” frase/bordão de uma figura ridícula, a socialite Narcisa Tamborindeguy, saiu das ruas com suas características de festa popular para os camarotes das grandes empresas e dos grandes escândalos (o ninguém é de ninguém que a emissora faz questão de sugerir nas entrelinhas do seu noticiário e todos os veículos de comunicação da mídia de mercado).

Um espetáculo para turistas. Por mais bonito que seja, por mais que ainda se encontre em todas as escolas a alma popular.

E todo o aparato monopolístico dessa máfia das comunicações, impune e desafiadora, que a exceção de Leonel Brizola político algum enfrentou. Nem Lula e nem Dilma. Lula, no dia seguinte de sua primeira eleição estava assentado ao lado de William Bonner numa ridícula participação no JORNAL NACIONAL e Dilma foi ensinar a fazer panquecas no programa de Ana Maria Braga.

A reação agressiva, despropositada de um diretor ou segurança de uma escola, como muitas vezes acontece no esporte, sobretudo o futebol, o descalabro que permeia essas duas atividades sob controle da GLOBO, tudo isso resulta exatamente das manipulações impostas pela rede. Do controle e da mão férrea sobre essa gente.

O sambista é apenas aquele que dá o show e no dia seguinte vira bandido/favelado, um Zé Ninguém, pois como afirmaram Jobim/Vinícius tudo se acaba na quarta-feira.

O gesto impensado, de desespero, condenável, a luta é outra, se dá por outro caminho, é apenas e tão somente o produto de todo esse processo criminoso que controla o futebol e o samba no Brasil. À frente os que lavam dinheiro sujo e a GLOBO, com a conivência de Kassab, de Eduardo Paes, de quem quer que seja, ou que esteja lá na hora, assentado no trono. César Maia já pegou vassoura e varreu a avenida.

Foi por isso que Brizola disse, quando governador, que como era um espetáculo público, transmitia quem quisesse, todas as redes poderiam fazê-lo.

A GLOBO nunca o perdoou. E Lula nunca vai entender, nem ele e nem Dilma que ou o Brasil acaba com a GLOBO, ou a GLOBO acaba com o BRASIL. É pior que a saúva de Washington Luís. Muito pior.

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