Sociedade Brasileira de Infectologia alerta sobre um dos mais sérios problemas de saúde pública
Todas as pessoas que receberam sangue antes de 1992 têm grandes riscos de estarem infectadas com o vírus HCV, da hepatite C. No Brasil, antes dessa data, o material destinado às transfusões não era analisado para a detecção da doença. Silencioso, o vírus pode não se manifestar por até 20 anos.
Os portadores podem descobrir sua condição em um estágio já muito avançado. De acordo com o dr. João Mendonça, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), aproximadamente 90% das pessoas com o HCV não sabem que estão infectadas. “Isso faz da doença um dos mais sérios problemas de saúde pública, sendo a principal causa de transplante de fígado no país”. No Brasil a enfermidade já atinge 5 vezes mais que a Aids. Segundo o Ministério da Saúde já são três milhões de infectados, 1,5% da população do país.
O vírus é transmitido pelo contato com sangue contaminado. Atualmente as formas mais comuns de contágio são o uso de drogas com agulhas e seringas compartilhadas e manipulação com material contaminado que corte ou fure a pele, como lâminas, bisturis, alicates e agulhas. Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 170 milhões de pessoas no mundo estão infectados com a Hepatite C.
HEPATITE C
TRANSMISSÃO
transfusão de sangue e derivados antes de 1993 (a partir de 1993 o sangue passou a ser testado e o risco é desprezível, garantindo a segurança em receber sangue e derivados nos dias de hoje);
hemodiálise (pelo compartilhamento de materiais contaminados);
uso de drogas intravenosas (compartilhamento de seringas e agulhas);
manipulação por profissionais de saúde de material contaminado;
gestação ou parto (rara) e relação sexual (rara).
SINTOMAS
Como age silenciosamente a doença raramente provoca sintomas. Sem dar sinais, evolui para quadros graves, como cirrose ou câncer.
PREVENÇÃO
Não existe vacina.
FONTE: Sociedade Brasileira de Infectologia
Sobre a SBI
Fundada em 1980, a Sociedade Brasileira de Infectologia é uma associação civil sem fins lucrativos, de caráter científico. O objetivo principal da entidade é promover o desenvolvimento da especialidade de Infectologia e os intercâmbios científicos, técnicos, culturais e social entre os médicos especialistas. A SBI também é parceira, em diferentes instâncias, da gestão pública na área de Saúde. A organização participa do Programa Nacional de Imunizações (PNI), no Comitê de Terapia Anti-retroviral, na Comissão Nacional de DST/Aids, no Programa Nacional de Hepatites Virais, no Programa de Nacional de Controle da Tuberculos, no Comitê de Preparação do Brasil para a Pandemia de Influenza e na recém-criada Rede de Monitoramento e Controle da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde, da Anvisa.