A falta de médicos, a corrupção, o mau atendimento e a humilhante situação de doentes sobre macas expostos por corredores de hospitais da rede pública de saúde vêm deixando a presidenta Dilma Roussef bastante indignada. Daí, uma ideia brilhante: trazer de Cuba cerca de 6 mil médicos para atuar no interior do país, já que muitos jovens brasileiros formados, muitos deles com bolsas do governo, não se animam a trabalhar em cidades pobres, optando pelo conforto das cidades grandes e onde o ambiente social é mais atraente e promissor financeiramente. Além disso, os novos médico estão preferindo se especializar em uma área, sem se dedicar aos conhecimentos generalistas da medicina, como os antigos faziam.A Venezuela de Hugo Chaves abriu esse caminho com grande sucesso com médicos cubanos, usando como contrapartidade a riqueza do petróleo em cooperação com Cuba, que carece de fonte energética.

Forças contrárias começam a surgir e a criar entraves como, por exemplo, a exigência de validação de diplomas dos profissionais cubanos. Ora, em outros setores do mercado, para atender os desafios e a competição no mundo capitalita, a mão-de-obra estrangeira qualificada é bem-vinda, mas quando se trata da saúde do povo carente, sem acesso aos caríssimos planos de saúde, estão querendo que os cubanos sejam obrigados a também falar português e que a competência deles seja avaliada, assim como se seus currículos são ompatíveis com nossa realidade. Como sempre faz em relação a tudo que lhe incomoda, O Globo logo consultou especialistas, obviamente aqueles que são contra a iniciativa do governo. O Conselho Federal de Medicina, por exemplo, chegou ao absurdo de dizer que essa iniciativa “é uma agressão à nação” e que vai tomar medidas jurídicas, por ser um programa político-eleitoral e que a população mais pobre não pode ficar sujeita a atendimento de saúde sem qualificação. Certamente estão receosos com a repercussão do trabalho humano e eficiente que os cubanos poderão vir a ter aqui entre as populações carentes.

A respeito, lembro de um inusitado caso citado pelo presidente da Câmara sobre a admissão de profissionais de saúde concursados que a prefeitura vinha fazendo. Disse Eduardo Cardoso, também médico, que recebeu uma ligação de um pai de médico recém-formado, residente em Niterói, pedindo que não colocassem seu filho para trabalhar em pronto-socorro, porque seria um grande risco para os pacientes. Então, o que tem a dizer o cioso Conselho Federal de Medicina.

Caso seja possível esse entendimento e o Congresso aprove, de uma coisa tenho certeza: os pacientes vão receber um serviço médico de alto nível social, já que os médicos cubanos têm formação profundamente humanista e de grande competência profissional, de acordo com princípios formulados há cerca de 25 séculos pelo chamado Pai da Medicina, o grego Hipócrates, sem a ambição financeira que tem levados muitos à corrupção e a desdenhar da ética nosonais nos tempos atuais.

Quando lá estive, por trinta dias, participando de uma Brigada de Solidariedade, quando a ex-União Soviética resolveu se dobrar aos americanos e desfazendo o acordo de cooperação com o país socialista, trabalhando nos campos de Guines, tive a oportunidade de conhecer o sistema Médico de Família e cheguei ser atendido na casa de um médico por causa de uma indisposição. Depois de analisar minha situação, o jovem médico prescreveu um medicamento que fui pegar numa farmácia próxima, gratuitamente. Os exames de laboratório que me mandou fazer, nem foi preciso, pois o medicamento surtiu efeito. Voltei para o campo feliz da vida. Visitei maternidades e vi o cuidado com que são tratadas as parturientes. Em caso de problemas com a criança, a mãe tem o direito de dormir na maternidade.

Esperamos que o acordo seja vitorioso e que o Congresso se mostre sensível a essa iniciativa do governo Dilma para aliviar a população carente do sofrimento de ser atendida por profissionais que só pensam no lucro. Enquanto os Estados Unidos continuam em Guantànamo torturando presos mulçumanos, ameaçando países e jogando bombas no Afeganistão e na Síria, depois de destruir o Iraque e o Líbano, o povo cubano quer ajudar o povo brasileiro a ter uma vida mais saudável, apesar de suas dificuldades econômicas.

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