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A Miss Macae de 1963, Silvia Valadares Mota Maia, competiu e ficou em 3 lugar no Concurso de Miss Estado do Rio 1963

Férias julhina dos estudantes. Mês do 200º aniversário de Macaé. O clima natalício esquenta a cidade. A pessoa em reconhecimento é a Miss Macaé 1963, Sílvia Valadares Mota Maia (Silvinha), que se posicionou na 3ª colocação no concurso Miss Estado do Rio do tal ano, sendo a Vice da Vice-Miss Estado do Rio.

1963 – segundo registros históricos brasileiros – foi uma fase comum para o Brasil, seguindo em frente com seus temores e oposições, mas também hábitos e confianças. Para uns foi bom, para outros, regular, porém muitos dizem que teve bastantes embates políticos-ideológicos. O país estava sob o comando do presidente João Goulart (Jango). No cenário do entretenimento, teve a primeira telenovela diária, protagonizada pelo casal Tarcísio Meira (Larry) e Glória Menezes (Emily), '2-5499 Ocupado', na TV Excelsior.

Mundialmente falando, a época foi ruim por causa do assassinato de uma das grandes personalidades do século XX, o presidente norte americano John Fitzgerald Kennedy, no dia 22 de novembro, enquanto fazia uma visita política à Dallas (Texas, USA). Discursando de temas alegres, no universo musical, o maior Hit jovem foi talvez 'Be my baby' – da extinta banda THE RONETTES (girl group norte-americano de música pop) – clássica canção. As misses estavam no auge de suas apoteoses.

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Aqui visualiza-se uma fotografia bem mais atual de Silvia Valadares Mota Maia, nos fins de 2005, aos 63 anos de idade.

50 anos depois, estamos em 2013 e o período não está sendo generoso com as misses do Brasil, nem para as do estado do Rio de Janeiro e tampouco para as de Macaé. Sobre misses da nação (que representaram as cores brasileiras no maior concurso de beleza do mundo, o 'Miss Universo') a tristeza se traduz em perdas: uma das mais famosas, Adalgisa Colombo (Miss Botafogo, Miss Distrito Federal, Miss Brasil e Vice-Miss Universo, títulos de 1958) aos 73 anos faleceu em 17/01 devido à sensações com ausência de ar em sua respiração. Depois, em 29 de abril teve o óbito de Kátia Celestina Moretto (Miss Sorocaba, Miss Estado de São Paulo, Miss Brasil e defensora do país no Miss Universo, ocasiões de 1976) em decorrência de um câncer localizado no aparelho digestivo, aos 55. No Estado do Rio de Janeiro – além da morte da carioca de Botafogo, Adalgisa – as angústias se expressam em desgraça emocional, com misses enfrentando adversidades sérias de melancolia como o sofrimento das misses Cátia Silveira Pedrosa (Miss Rio de Janeiro versão 'Mundo', Miss Brasil versão 'Mundo' e 3ª colocada no Concurso Miss Mundo, tudo isso em 1983), carioca nascida na Vila Militar – perto de Marechal Hermes, na zona oeste do Rio –, que teve no início do ano depressão crônica assumida, mas parece que agora está dando a volta por cima nos problemas. No final de junho, Sônia Regina Schuller (Sereia das Praias Cariocas, Miss Clube Caça e Pesca e Vice-Miss Guanabara, ostentações de 1965), uma catarinense que veio para o Rio de Janeiro-RJ ainda criança, deu entrevista à imprensa dizendo que só sai de casa, em Ipanema, para pedir esmola pelas ruas, além de ter o vício do cigarro, tendo a vida lastimavelmente desgraçada. Em Macaé, também teve infelicidade no mundo 'miss': janeiro começou de pesar para a Miss Macaé 1969 – e semifinalista do Miss Estado do Rio 1969 – Rosânia Abreu, (que ano passado foi jurada da 1ª eliminatória do concurso 'A Mais Bela Negra de Macaé 2012', certame que teve no final, a jovem Fabíola França como vencedora) cujo filho caçula – Rodrigo – faleceu em 15/12/12, vítima de leucemia, aos 28. A Miss Macaé 1967 Marialva Neto (8º lugar no Miss Estado do Rio 1967) e seus familiares também passaram por sentimentos de luto, pois perderam no sábado de carnaval um amigo – Leandro – num desastre de carro, o que os abalou. E o município está com exclusão da consagração de miss para representar a cidade no concurso fluminense à alguns anos, sem contar que as misses macaenses não são valorizadas pela publicidade local. No dia 29 de Julho, Macaé completará seu segundo centenário, então deveriam adotar uma nova Miss, mas pelo visto não terá a escolha da Miss Macaé 2013, e o Miss Estado do Rio de Janeiro 2013 provavelmente ficará sem a competidora macaense, o que ocorre desde 2009.

Falando sobre a Miss Macaé 1963, ela é macaense – mas nascida em Salvador, Bahia. Viveu durante muitos anos no Rio de Janeiro e manteve laços amistosos com Macaé desde a sua tenra infância, pois desde os 4 anos de idade, a futura miss freqüentava a sociedade macaense, mantendo amigos neste grupo, freqüentando ocasiões. Por causa disso, sempre era confundida com qualquer outra garota do município, como se fosse nascida em Macaé. Era comum Silvinha vir aproveitar suas férias na cidade, além de passear nos feriados, e visitar nossa municipalidade nos finais de semana. Pois tinha amigos em nosso corpo social. Representou a cidade no desfile estadual – como dito no início – que foi realizado no dia 1º de junho, no ginásio do Caio Martins, Niterói (antiga capital do extinto Estado do Rio), numa concorrência ao toda com 13 candidatas. Sílvia Valadares Mota Maia foi escolhida como a rainha da beleza macaense por estímulo. Pessoas da Prefeitura de Macaé a convidaram para ser a miss 1963. O secretário de educação da época (Dr. Djalma da Silva Almeida) assinou uma correspondência – o convite oficial à Sílvia, que aceitou o chamado. Na época, o jornalista macaense Luiz Ernesto (Ernestinho) Carneiro da Silva a deu força moral para que ela não desistisse de ser a representante macaense no certame fluminense. Os munícipes curtiram o fato de ela ter ficado em 3º lugar no evento, mas ao mesmo tempo achavam que ela podia ter ganho. A 1ª classificada como Miss Estado do Rio 1963 foi a defensora da cidade-sede – a antiga capital (Niterói) – Miriam Montenegro da Fonseca. A 2ª colocada, a Vice-Miss Estado do Rio 1963 (e eventual substituta da eleita) foi a concorrente de Campos dos Goytacazes, Helena Ney da Silveira. E Silvinha tornou-se a Vice da Vice-Miss Estado do Rio 1963, ao galgar a 3ª posição. Miriam participou do concurso Miss Brasil 1963, espetáculo esse que elegeu a menina do estado gaúcho, Ieda Maria Brutto Vargas, que depois tornou-se a Miss Universo 1963 – vitória que não mediu limites de euforias para os conterrâneos (e Ieda Maria foi lembrada nos últimos dias pela imprensa do Rio Grande do Sul e Brasil, pelo cinqüentenário do ato de ter cravado esse prêmio universal de beleza feminina à população brasileira).

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Silvia Valadares Mota Maia, Vice da Vice-Miss Estado do Rio 1963. A imagem mostra em destaque, as pernas da Miss 1963.

O Certame Miss Estado do Rio 1963 – assim como muitos outros concursos estaduais de antigamente e também dos nossos atuais – deu muito o que falar. O ginásio estava lotado, com as torcidas fixadas com cartazes, faixas e bandeiras, além de grandes expectativas cercadas em relação às misses – às quais seus torcedores estavam torcendo. Cinegrafistas, câmeras de televisão, jornalistas e fotógrafos cobriam o evento. O desfile que foi marcado para iniciar às 21 horas exatas, começou com 2 horas e 15 minutos de atraso, porque que as misses municipais se atrasaram em seus preparativos. O espetáculo contou com shows de artistas da Rádio Nacional, como Jorge Goulart, Jamelão, Marli Sorel e Nora Ney (a falecida cantora e mãe de Vera Lúcia Ferreira Maia, uma das misses do referido ano, só que da Guanabara: Miss Elegante Bangu; Miss Fluminense; Musa da equipe japonesa que encaminhou-se ao Rio para lutar pelo Campeonato Mundial de Basquetebol; Miss Guanabara; Miss Simpatia; 3º lugar no Miss Brasil; Miss Brasil Versão 'Mundo' e Semifinalista do Miss Mundo, tudo em 1963.) Os componentes da mesa julgadora foram anunciados às 23 horas, tendo como presidente do júri, o Sr Jorge Loréti. Uma das juradas foi Maria Lúcia de Ataíde Braga, Miss Estado do Rio 1959 (vitória niteroiense), a representante fluminense no Miss Brasil de 1959 – ano esse em que a Miss Macaé foi Lenice Sucena, que representou o município no concurso que Maria Lúcia ganhou. Silvinha, a Miss Macaé 1963 na referida ocasião estadual 1963, logo foi incluída na lista de favoritas do público e da imprensa, e foi a 5ª candidata à fazer o desfile (da apresentação em vestido social), sendo bem aplaudida e apostada pelo público para que ficasse mesmo nas primeiras colocações. Depois, aconteceu o desfile de maiô. A equipe jornalística e mais 39 profissionais sérios tinham fé que a macaense ficaria pelo menos entre os 6 primeiros lugares. As 6 finalistas foram anunciadas pouco mais de 1 hora da manhã. A competidora de Macaé foi a 1ª a ser chamada para a final. Aconteceu o teste de oratória. O páreo duro para o TOP 3 dava a entender mesmo para todos, que ficaria para a macaense, a niteroiense e a campista – considerada preferida da disputa, e injustiçada por ter terminado na classificação de 2º lugar. O resultado final foi anunciado 2 horas da manhã. A Miss Estado do Rio 1962 Célia Maria Spínola Leite (semifinalista do Miss Brasil 1962, a 6ª colocada) passa a coroa de rainha à sua sucessora. O jornalista Vital dos Santos criticou a escolha do júri, alfinetando o resultado, manifestando em uma reportagem feita por ele, que Miss Campos dos Goytacazes deveria ter ganho, e não ter sido a vice.

Se a população macaense achou interessante o 3º lugar de Silvinha no Miss Estado do Rio 1963, no ano seguinte – com a eleição da nova miss da cidade – eles saborearam a posterior graduação duplicamente. Jane Maria Martins (Macaé, 1º de abril de 1947 - Cidade do Rio de Janeiro, 3 de maio de 1979), Miss Macaé 1964, avançou uma condição a mais no atributo do concurso estadual 1964, foi a 2ª colocada, vice-campeã do evento. A sucessora de Silvinha no TOP 3 desse espetáculo estadual sucessor, foi a Miss Saquarema, Isis Panaim.

Em Niterói, o feito como Miss Estado do Rio 1963 'número 3' para a Miss Macaé Silvinha foi bom, a partir dali, seguiu carreira de modelo, surgiram oportunidades no mundo da moda, prosseguindo carreira nesse universo, principalmente como modelo fotográfico e manequim.

Interessante é citar que a década de 60 – apesar de ter tido uma juventude rebelde, por causa das revoluções dos costumes sociais, dentre outras ideologias – mantinha muito conservadorismo. Era considerado um escândalo nessa época, uma mulher posar nua, mas Sílvinha remou contra a maré e fêz nu artístico, porém seu rosto não apareceu. Isso, numa propaganda das bicicletas Monark. Com essa publicidade, muitas propostas de trabalho de modelagem apareceram para a ex-miss, mas ela selecionava as que ela iria topar. Tornou-se manequim exclusiva do falecido costureiro Dener – uma das principais personalidades da moda no Brasil. Também trabalhou com excepcionalidade para a revista 'Rhodia'. Atuou em notoriedades de produtos de forma geral, como em lançamento de tendências e coleções. Foi freelancer de ocasiões de modelagem e marcas – eventos desse universo. Desfilou com assiduidade nas passarelas da moda – além de ter pisado na passarela da beleza, como Miss 1963, no Caio Martins.

Apesar de ter feito Faculdade de Serviço Social, Sílvia Valadares Mota Maia não chegou a trabalhar nessa área.

Um tempo depois, a miss e modelo casou-se com seu 1º esposo e mudou-se com ele para São Paulo, passando a trabalhar em Sampa também na sua vida profissional, não abandonando a meta profissional de modelagem. Mas o casamento não teve final feliz, e 1 ano e 8 meses depois, ambos se separaram e Silvinha volta a residir no Rio de Janeiro-RJ.

Na Cidade Maravilhosa, o retorno da ex-miss fêz com que sua vida começasse uma nova fase: passa a trabalhar em programas de televisão. Teve a oportunidade de trabalhar com figuras de gabarito como Chico Anysio, Bibi Ferreira, Flávio Cavalcanti e Jô Soares (Viva o Gordo), atuando com esses profissionais da mídia. Marcou participação em "Pais Quadrados, Filhos Avançados", filme do ano 1970, de J. B. Tanko, em que contou também com personalidades como Vanusa, Antônio Marcos, e outros.

O Maestro da Globo Artur Verocai torna-se o novo marido de Silvinha. Com o 2º matrimônio, a Miss Macaé 1963 passa a ser mãe de 3 filhos (o músico Ricardo Maia Verocai, além de Bruna e Fernanda). Por causa dos ciúmes do novo 'love', dedica-se ao lar e família – abandonando a ação de trabalhar fora. Criou os 3 filhos como se eles e ela fossem amigos. Acredita que é proibido proibir, pois tudo que é proibido é mais gostoso. Separada do 2º companheiro, ela e todos na sua família tornam-se independentes. Passa a morar sozinha e a liberdade entre a mesma e os familiares é total – mas ninguém nunca incomodando ninguém.

Em 2005, aos 63 anos, Sílvinha resolve vir morar em Macaé, perto da companhia de amigos e familiares residentes na cidade, na intenção de servir à terceira idade, ministrando curso de modelo e manequim para esse público.

Foi realizada uma excelente reportagem na quarta-feira (02/11/05), capa do Caderno Dois – Jornal O DEBATE – sobre a Miss Macaé 1963, muito bem redigida pela conceituada jornalista macaense Isis Maria Borges de Almeida Gomes (a pioneira mulher macaense formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo – no Centro Universitário de Brasília {UNICEUB} – a exercer a profissão no município), que entrevistou e fez publicação sobre a ex-miss por ocasião de ter vindo residir definitivamente no território em que foi rainha da beleza.

Atualmente, não se sabe por onde anda a Miss Macaé 1963 e Vice da Vice-Miss Estado do Rio 1963 (a campista), Sílvia Valadares Mota Maia. Há a lembrança de uma pessoa que há 50 anos atrás realçou com o seu 3º lugar no concurso Miss Estado do Rio 1963, a nação macaense.

Raphael Guedes Marinho.

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