Vi uma pesquisa, há algum tempo, constatando que a mulher tem menos senso de direção que o homem, embora a área da fala seja mais desenvolvida. Acho perfeito, não discuto. Eu se me perco não me acho.
Superei-me no fim de semana passado, conseguindo me perder no centro de Búzios, lugar que freqüento sempre e que na verdade são duas ruas paralelas. Mais simples impossível.
Por sorte, acontecia ali o Festival de Gastronomia, o que apesar de aumentar minha confusão, me proporcionou curiosas observações. As mesas estavam dispostas na rua, à frente dos restaurantes e apesar do luxo, me pareceram barraquinhas de quermesse.
O frio cortava, cada vez que eu encarava uma esquina. Não há becos sem saída em Búzios, todos têm saída para o mar.
A beleza da noite, estrelada e com lua, tornava a cena mais interessante. O "beautiful people" compareceu em peso, com belos casacos, botas e até luvas. Não era raro ver homens de chapéu, o que me levava a pensar estar perdida em Saint Tropez. Mas logo alguém falando castelhano me provava que ali era Búzios mesmo. Como tem argentino nesta cidade!
De vez em quando passava uma mulher de salto alto, brigando com as pedras da rua. Salto alto, carioca não seria, com certeza, não num balneário, jamais.
As degustações eram tentadoras, mas eu precisava encontrar meu grupo, o que não seria difícil, não fosse o meu celular estar "sem serviço".
O vinho era cortesia e filas enormes se formavam. Ocorreu-me que o espírito daquelas pessoas era o mesmo de crianças em dia de Cosme e Damião.
Numa das mesas mais belas, Risoto de camarão afrodisíaco com açafrão. O que eu menos precisava no momento era de um afrodisíaco, mas o prato era super atraente. Shashimi orgástico acho que estavam misturando as estações. Me ofereceram um doce, Wanila küpfeln MIT advocaat, preferi esperar algo mais simples.
Enfim uma comidinha segura e velha conhecida. Casquinha de siri. Comecei a degustar de olho numa vitrine de onde um casaco maravilhoso me chamava. Agora a perdição será total, pensei já completamente alheia ao fato de que precisava encontrar meus amigos, o que cada vez se tornava mais difícil, pois a massa chique só aumentava.
Repentinamente um cheiro jamais sentido ali me chamou a atenção. Um grupo alegre, como são aqueles que não dão a mínima para a opinião dos outros, fazia um churrasco na calçada.
Quando já me invadia a sensação de que nunca iria encontrar alguém e ficaria perambulando em Búzios até o final dos tempos, percebi meus amigos rindo e me observando numa esquina na qual eu já tinha passado, pelo menos, vinte vezes.
Só me resta admitir. Comigo a pesquisa acertou, até porque meus amigos logo puderam constatar o quanto minha área da fala é desenvolvida...
Maria de Fátima Monteiro-julho/2011
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