Três sambas concorrem para se tornar o hino oficial do Carnaval 2012 da Portela que homenageia a Bahia (o povo, as festas, a alegria, a energia e a religiosidade) através do enredo "E o povo na rua cantando é feito uma reza, um ritual". De co-criação do compositor Marquinho de Oswaldo Cruz e do carnavalesco Paulo Menezes, é este quem desenvolve o enredo. A agremiação teve olho de águia ao fazer dois golaços seguidos com o enredo. Ou seja, o título homenageia a Bahia, sendo também verso de um dos sambas-hinos de quadra "Portela na Avenida" de co-autoria dos compositores Mauro Duarte e Paulo Cesar Pinheiro. Este, o então marido da saudosa cantora e portelense, Clara Nunes.
Diferentemente de 2011 quando quatro sambas foram finalistas, para o Carnaval 2012 a Portela realizará a final com três concorrentes. Continuo considerando dois sambas favoritos. São as mesmas parcerias da disputa para o Carnaval 2011. Refiro-me às parcerias dos compositores Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo e Naldo aos quais se juntou Toninho Nascimento e a dos compositores Ciraninho, Diogo Nogueira, Rafael dos Santos e Leandro Fregonesi aos quais se juntou Cláudio França. Errei feio na final para o Carnaval 2011 quando considerei o samba do trio Monteiro, Máximo e Naldo como 4º (último), pois, acabou sendo o vencedor. Na oportunidade também foram parceiros outros compositores portelenses: Gilsinho (intérprete oficial) e Junior Escafura (um dos diretores de Carnaval).
Explico, atribui nota máxima à letra do samba que foi precisa na descrição do enredo, porém depreciei a melodia cujo canto esteve a cargo do intérprete oficial da Grande Rio, Wantuir. Na final a ele se juntaram os intérpretes Nêgo (então da Mocidade) e Tinga (da Vila Isabel). Já ao samba concorrente do quarteto Ciraninho, Nogueira, Santos e Fregonesi, atribui nota máxima tanto à letra quanto à melodia, cujo canto esteve brilhantemente a cargo do então intérprete oficial da Porto da Pedra e atualmente da Mocidade, Luizinho Andanças. O fato é que, agora, também atribuo nota máxima à letra e melodia ao samba concorrente do quinteto Ciraninho, Nogueira, Santos, Fregonesi e França.
O samba do quinteto é abrilhantado por Nêgo, o intérprete oficial da agremiação do carnaval paulistano Unidos de Vila Maria. Ocorre que o samba do quarteto Monteiro, Máximo, Naldo e Nascimento, também é cantado brilhantemente por Pixulé, o intérprete oficial da agremiação do carnaval carioca grupo de Acesso A, Império da Tijuca. Atribuo nota máxima com louvor à sua melodia, que é incrível e magnificamente bela. À letra também atribuo nota máxima, ainda que sem louvor. O último assim da Portela ocorreu em 1994 sob o enredo "Quando o samba era samba" criado e desenvolvido pelo carnavalesco José Félix. Na oportunidade, os co-autores do samba foram Wilson Cruz, Cláudio Russo e Zé Luiz.
Em 2011 os responsáveis na Portela pela escolha do samba-enredo erraram ao se definirem por um concorrente de qualidade inferior. No entanto, a união, a garra e a energia da comunidade portelense se somaram ao belíssimo canto do intérprete oficial Gilsinho e, sobretudo, a cada vez melhor Tabajara do Samba, que é a bateria nota máxima da Majestade do Samba comandada pela batuta do jovem mestre Troféu Estandarte de Ouro 2010, Nilo Sérgio. Isso acabou levando o samba-enredo a superar-se, ficando satisfatoriamente bom. Para o carnaval 2012 considero melhor o samba do quarteto Monteiro, Máximo, Naldo e Nascimento. A seguir explicarei porque não temo a repetição do erro.
Sendo a mais vitoriosa no carnaval carioca com 21 títulos, porém, sem ser campeã sozinha desde 1970 (a LIESA provoca ao considerar campeã de 1984 só a Mangueira) a Portela está correta ao considerar-se a Majestade do Samba. Por isso, o samba mais adequado para a Águia de Oswaldo Cruz e Madureira voltar a ser campeã é o da parceria acima citada. Já expliquei por que. No entanto, caso o samba concorrente vencedor venha a ser o do quinteto Ciraninho, Nogueira, Santos, Fregonesi e França, a exemplo do que ocorreu no carnaval 2011, a comunidade portelense junto com o intérprete oficial Gilsinho, a Tabajara do Samba comandada por mestre Nilo Sérgio, vão levá-lo à nota máxima unânime dos jurados da LIESA.
A propósito, considero injustificáveis as críticas feitas por aqueles e aquelas que torcem pelo samba do quinteto considerando que o samba concorrente do quarteto não tenha chance de ser o vencedor porque "não está empolgando na quadra e parte da melodia seria ‘plágios' de sambas da União da Ilha de 2000 e Estácio de 1998". Da mesma forma discordo das críticas daqueles e aquelas que torcem pelo samba do quarteto ao alegar que o samba concorrente do quinteto "é arrastado, só tendo chance porque um dos co-autores é assessor do portelense prefeito carioca Eduardo Paes". Quer dizer, quem torce por um samba concorrente quer sectariamente desqualificar o outro.
O terceiro samba concorrente na final portelense é o da parceria Neyzinho do Cavaco, Flávio Viana, Vinícius Ferreira, Charles Braga e Paulo Aparício, que é cantado pelo intérprete oficial da Vila Isabel, Tinga acompanhado por Celino Dias, Júnior Big e Tiganá. O samba tem excelência na qualidade em letra, que faz bem a descrição do enredo, assim como em melodia uma vez que mantêm a marca registrada da ginga portelense, energizada pelo axé trazido pelo enredo. Atribuo nota 9,9 tanto à letra quanto à melodia desse samba. Por conseguinte, o considero o menos cotado a tornar-se o vencedor. Caso contrário consequentemente será considerado uma inesperada vitória, uma surpresa.

*jornalista - é torcedor, sem distorcer, da Portela.
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